Introdução.
Clipe: A Ponte
Se as feridas D’Ele salvaram o mundo, as tuas também não salvariam?
Até quando o sofrimento nos paralisará?
Quantas desculpas daremos para nosso egoísmo, nossa auto-piedade, nossa falta de amor?
Se Jesus tivesse pensado na perfeição, na paz, no conforto da trindade ele se faria homem?
Para quê? Não seria só começar tudo novamente?
Para quê o sacrifício pelo homem?
Será que um pouco de nosso sacrifício não vale à pena?
Por mais que façamos, nunca compensaremos seu amor.
Mas não é ingratidão não fazer NADA?
Porque temos tempo para tudo, incluindo ficar deitado curtindo e fingindo dor de cabeça, e não temos tempo par o ser humano, para relacionamentos?
Se não queremos salvar ninguém, se nossa vida consiste em prazer, poder e segurança, porque somos salvos então?
Só tem uma resposta: É porque seu amor é incondicional.
Texto: Apocalipse 2:1-7 “... Ao Anjo da igreja que está em Éfeso escreve: Isto diz aquele que tem na mão direta as sete estrelas, que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:
2 – Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua perseverança, e que não podes suportar os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não são, e os achastes mentirosos.
3 – tens perseverança, e por causa do meu nome sofreste, e não desfaleceste.
4 – Tenho porem contra ti que deixaste o teu primeiro amor.
5 – Lembra-te de onde caíste! Arrepende-te e pratica as primeiras obras. Se não te arrependeres, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres.
6 – Tens, porém, a teu favor, que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.
7 – Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus...”.
1 – Todo mundo trabalha. Vs 2-3 e 6
Existe uma confusão humana em relação ao trabalho religioso, seja um religioso ou mesmo um ateu (ele próprio é deus), sempre há uma forma de trabalho em sua religião, você não escuta por ai:
- Sou um religioso “vagabundo”, não faço nada por minha religião!
Primeiramente porque a inércia é prova de egoísmo e de ateísmo, se não faz nada para sua religião, é porque faz tudo para si, cultua a si mesmo ou então seu objeto de depressão, ou mesmo idolatra a própria inércia.
Esse é exatamente o ponto onde Jesus aborda sua igreja:
- Manda um recado para o povo da igreja:
- Conheço bem o teu trabalho, não preciso de currículo...
Fiquei chocado quando fiz a leitura do texto com o ponto de vista de Jesus, não é um elogio às nossas virtudes é uma crítica dura aos nossos atos, sempre apresentados a Ele com sutileza, como apresentação de um “bom trabalho”, Ele viu não o trabalho, mas a massagem do ego.
Ele estava aborrecido com a atitude de tornar visível a ele e aos homens, nosso trabalho, nossa perseverança, a abominação contra o mau, o discernimento da falsidade, afinal sem a essência tudo é falso.
Jesus só fez um elogio que mais me parece mais outra exortação: Vs 6
– Tens, porém, a teu favor, que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio...
Resumindo, a “obra dos nicolaítas” era dominar o povo leigo e se tornar mediador entre o povo e Deus.
Nicolaítas significa: “Aquele que conquista ou domina o povo comum ou leigo”.
Aparentemente a igreja em questão estava a um passo de exercer o nicolaísmo no povo, afinal se o amor foi deixado para traz, o próximo passo é o domínio da massa.
Coisa que o próprio Jesus declarou odiar!
O cerne da abordagem de Jesus não veste bem as igrejas de hoje?
Confundimos ativismo religioso e religiosidade com religião com cristianismo.
É necessário ir além dos olhos humanos, em um nível mais profundo, ver com os olhos D’Ele.
Vivemos a mostrar nosso valor e apontar aquilo que “achamos que é pecado” nos outros e não em nós não ouço autocrítica.
A igreja de hoje vive em um caos, em um inchaço, em pura religiosidade.
“... Enquanto a igreja caça o diabo em tudo, nas comidas, nas bebidas, nos perfumes, nas marcas de roupas, nos acessórios, nas pessoas, nas outras placas denominacionais; o diabo trabalha livre, leve e solto, usando os próprios caçadores como instrumentos de religiosidade fingida e homicida...”. Colossenses 2:20-23
“... O trabalho sem amor é ativismo religioso, é hipocrisia da própria fé, é morto, vazio, condenatório, destrutivo, suicida, é e esta em trevas.
“Perdeu-se e perdeu a Deus...”.
2 – Tenho, porém contra ti... VS 4
O mais difícil da vida de um devoto, de um praticante, de um “super-crente”, é ouvir essas palavras do próprio Jesus e reconhecer, a primeira reação quase instintiva é:
- Isso não é para mim... Acha! Eu tenho amor!
- Claro que tenho! É só olhar o que eu faço, o tamanho da minha igreja!
- É isso! Exatamente onde eu queria chegar. – Diz Jesus.
Esse é o ponto e é por isso que com sua sabedoria infinita, o mestre termina seu memorando interno para sua igreja com:
- Quem tem ouvidos para ouvir: - OUÇA!
Temos ouvidos para ouvir? Temos mesmo?
Então temos que reconhecer que nossas vidas se encaixam perfeitamente nas palavras de Jesus:
– “... Tenho porem contra ti que deixaste o teu primeiro amor...”.
Se conseguirmos ver nossa falta de amor, então temos ouvidos para ouvir a voz do Espírito Santo.
...Sinceramente não acredito que uma pessoa pode dizer que ouve a voz de Deus e não reconhece em si mesma que seu coração humano é desobediente, pecador, julgador, malicioso, preconceituoso, ciumento entre outras coisas, é a contramão dessa “falsa santificação que vivemos hoje...
Se dissermos que temos o primeiro amor em nós, nossas palavras não condizem com nossos atos. Como podemos dizer que estamos no primeiro amor e não amamos nosso semelhante?
Como podemos falar tão mal assim deles?
Só que a questão é mais profunda do que alguns hábitos que podemos mudar facilmente com um pouco de vigilância e disciplina, o centro de tudo é a falta do “primeiro amor”, do amor que amava a Jesus, do amor que reconhecia que Jesus era a fonte completa e real da vida.
O principal foi deixado pelo supérfluo, trocamos o verdadeiro amor pelo ativismo religioso, pelo fazer sem o viver.
3 – Lembra-te, pois onde caíste.vs 5
O caminho é difícil, mas vale a pena voltar para o centro do amor do Abba, vale cada dor de auto- reconhecimento vale todo o esforço de entendimento da dureza em que se encontra o próprio coração, vale sim, reconhecer que usamos máscaras espirituais.
Que estamos provando que somos de Cristo pelo trabalho que fazemos na igreja e não que somos D’Ele porque estávamos numa podridão que dava dó, que nossa vida imunda de pecado foi amada incondicionalmente pelo doador da vida.
O primeiro amor não se vê pelo “curriculum vitae” espiritual, não se vê pela quantidade de visões, revelações, jejuns e orações que fazemos, não se vê porque aprendemos a pregar, ou porque fazemos parte de algum ministério, ou até mesmo porque somos hoje ganhadores de almas para o reino de Deus.
O caminho de volta é o caminho do memorial da salvação, é o caminho onde éramos gratos, nos sentíamos indignos de estar ali, é o caminho onde não conseguimos compreender porque Jesus nos ama, que não faz o menor sentido.
O caminho do primeiro amor é o caminho do peregrino, é o caminho do maltrapilho, é o caminho do perdido que foi encontrado pelo imenso amor do Abba.
É o caminho do Filho Pródigo que voltou para casa, não porque estava arrependido, mas porque acabou o dinheiro, a fome apertou o estômago vazio; ao voltar encontrou um pai apaixonado que olhava todos os dias para o portão da entrada esperando por seu filho, sem cobranças só amor.
É o caminho da mulher que foi pega em adultério, que não foi para Jesus, foi jogada aos seus pés para se apedrejada, não havia prova alguma de arrependimento, estava acuada e calada e o Justo Juiz simplesmente não condenou, decidiu romper com a “Santa Lei” para evitar a morte de um ser humano. Não desobedeceu a lei por isso, pagou a morte dela com a sua na cruz.
Desfecho: “... Na realidade não dou a mínima para o que você está fazendo agora, volta a fazer o que você fazia, volte a se relacionar comigo...”. VS 5
Esse diálogo aberto por Jesus para seu povo foi uma forma de fazer ser ouvido.
Como ele iria estabelecer contato com pessoas que acreditavam piamente que O estavam ouvindo falar?
Eles eram verdadeiros nisso, criam que estavam fazendo o certo, que suas obras religiosas pontuavam, sentiam-se exemplo de vida pela prática das boas obras, pelo repúdio aos maus, por resistir e insistir no servir, pelo vasto conhecimento da Bíblia, pelo poder emanado deles mesmos.
Abba queria o “algo mais” que existia antes de tudo isso, aquele sentimento de amor entre eles e o criador o amor incondicional.
É isso que Abba pede hoje de mim, pede hoje de você.
Volte par o centro do amor do Pai, saia do deserto, saia da solidão, pratica as primeiras obras as obras de um coração grato por ser salvo sem merecer.
Não faça mais por merecimento, por reconhecimento, faça por gratidão.
Talvez você nunca experimentou esse nível de relacionamento, hoje e agora é um bom momento para começar algo novo e relevante em sua vida.
Ele espera por esse momento, ele está aí pertinho de você, ao seu lado, aquecendo seu coração, te chamando para entrar no centro de seu amor incondicional.
Nem eu nem você merecemos tamanho sacrifício e essa é a essência do primeiro amor, nunca mereceremos, e é por essa consciência que devemos viver a vida, essa é a verdadeira vida.
No centro do seu amor incondicional!
UAU! Eu vou!