Introdução Histórica:
Havia certo pescador chamado Simão...
Homem cheio de boas intenções, lutador, trabalhador.
Um homem sofrido, pai de família, a pele queimada pelo sol, vento e maresia.
Homem da praia, simpático, um ótimo amigo, contador de piadas, brincalhão, divertido, impulsivo, um arroz de festa.
Homem que defende os amigos, que tem um coração do tamanho do mundo, bem intencionado, mas de fraquezas proporcionais.
Sempre teve boa intenção, mas com pouca capacidade de conhecer seus limites emocionais, sua coragem em determinados momentos o fazia ter um visão um tanto maior de si mesmo.
Algumas vezes decepcionou-se consigo mesmo por não realizar o que achou ser capaz, por se acovardar diante de algumas lutas por ser egoísta às vezes... Mas quem não fugiu, que não se acovardou, quem não é egoísta?
Esse é o Simão, um sujeito comum, normal, lutando com a vida e pela vida, um sonhador, de espírito criativo, como dizemos: “um cara legal”.
Um empresário, sócio em um negócio, bem sucedido no ramo de pesca na Palestina, conhecedor dos segredos do mar e dos peixes.
Certo dia ele e seus sócios tiveram um revés... Será mesmo?
Texto: Lucas 05:1-11 “... E aconteceu que, num determinado dia, Jesus estava próximo ao lago de Genesaré, e uma multidão o espremia de todos os lados para ouvir a Palavra de Deus.
02 – Ele observou junto à beira do lago dois barcos, deixados ali pelos pescadores, que havendo desembarcado, cuidavam de lavar suas redes.
03 – Então, entrou num dos barcos, o que pertencia a Simão, e lhe solicitou que o afastasse um pouco da praia. E, assentando-se, do barco ensinava o povo.
04 – Assim que acabou de ministrar, dirigiu-se a Simão e aos demais, e lhes pediu: ‘Ide para onde as águas são mais profundas e lançai as vossas redes para pescas!’.
05 – Ao que lhe replicou Simão: ‘Mestre, tendo trabalhado durante a noite toda, não pegamos nada. Todavia, confiando em tua Palavra, lançarei as redes.
06 – Assim procederam e pegaram enorme quantidade de peixes, tanto que as redes começaram a se romper.
07 – Por esse motivo acenaram aos seus amigos no outro barco, para que viessem ajudá-los. Eles chegaram e lotaram ambos os barcos, a ponto de começarem a afundar.
08 – Diante de tamanho evento, Simão se prostrou aos pés de Jesus e declarou: “Afasta-te de mim, Senhor, pois sou homem pecador! ’.
09 – Porquanto, ele e seus companheiros estavam maravilhados com a pesca que haviam realizado,
10 – assim como Tiago e João, os filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão. Todavia, Jesus revela a Simão: ‘Não tenhas medo; a partir deste momento tu serás um pescador de vidas humanas’.
11 – Então, eles arrastaras seus barcos para praia, renunciaram a todas as coisas e seguiram Jesus.
1 – Pessoa e vida comum, e um encontro incomum. Vs 1-3
O que parecia ser um encontro casual, na realidade era um encontro marcado com data certa e local especial.
Interessante como Jesus de forma casual entra na vida das pessoas, como ele intencionalmente escolhe um amigo, não que ele não escolha os outros, mas Jesus tem o tempo perfeito e sabia que naquela hora e lugar era o tempo de encontrar Simão.
Jesus sabia que o coração de Simão estava apertado com a pesca mal sucedida da noite anterior.
Jesus não estava casualmente à beira do lago de Genezaré, também não estava casualmente apertado pela multidão que o fez ir para um barco “casualmente” aportado na margem.
Não foi causal sua subida em um dos barcos, Ele sabia em qual barco subir, sabia o que iria fazer com a vida de Simão, tranquilamente ele continuou com suas palavras.
Pedro e os demais da praia, lavando suas redes, observavam o tumulto em volta desse homem, observavam a multidão disputando lugar para ouvir com clareza a voz daquele homem, perceberam também que tudo estava chegando perto.
Repentinamente se viram ao lado daquele homem, afastados um pouco da praia, assentados ao lado D’Ele, que com suas palavras simplesmente atraía as multidões.
Aquela doce voz, que invade a alma, que faz pensar em vida, em coisas gostosas, faz pensar em abraços, em beijos.
Vos que faz pensar em cappuccino com creme e pão de queijo.
Voz que lembra frio com chocolate quente e prosa extremamente agradável com quem a gente ama.
Que voz! Eles pensavam... Que palavras! Faz todo o sentido o que Ele diz...
Fazendo gestos de admiração com os lábios, os sócios se entreolhavam e pensavam confirmando os olhares:
- Que sorte estarmos aqui!
- Não é todo dia que ouvimos um mestre falar, e fala nossa linguagem, entendemos com clareza, melhor que qualquer filósofo da Grécia!
Interessante como o quadro geral conspirou para a aproximação daqueles homens para perto de Jesus.
“... Sua vida é um caminho até Jesus, tudo colaborou para esse momento, hoje é o dia de Jesus subir em seu barco e assentar-se...”.
Não é o fim de tudo! Talvez a vida esteja difícil, faz tempo que você luta e nada acontece.
Talvez nesse momento, assim como Simão e seus sócios, você esteja aportando seu barco, triste, desanimado e sem esperança...
Então esse é o momento de deixar Jesus subir em seu barquinho, em sua vida falida, aqueles pescadores poderia impedir Jesus de subir, afinal a multidão poderia tentar subir para ficar perto e quebrar o barco, rasgar as redes...
Tenho uma pergunta retórica, um conselho embutido:
Porque você não o deixar “casualmente” subir e assentar confortavelmente no seu barquinho especial e começar a ouvir sua doce voz?
2 – Cansaço sim, despedida não... Vs 4-5
Jesus não aproveitou a oportunidade de estar em um barco com pescadores e resolveu dar uma pescadinha, Ele intencionalmente, propositadamente causou aquela situação.
Não era um momento relax do Mestre, Ele estava trabalhando, tinha objetivo certo, para a multidão havia encerrado, mas para eles, apenas o início do chamado, de uma vida nova.
Pergunta: Onde estamos? Com a multidão ou no barco?
Onde você gostaria de estar?
O tempo de Jesus é preciso, Ele saiu do coletivo para uma aula VIP, em com direito a prática da fé.
Ele é assim, se aproxima, sobe no barco, pede pra afastar um pouquinho, despede a multidão e chama para a viagem. Sem rodeios, direto, objetivo.
E ai vamos pescar?
Eles estavam muito cansados, mas, depois de ouvir aquela voz, não tinha como recusar o pedido, mesmo exaustos e frustrados do trabalho, eles sentiram que deveria agradar aquele homem, mesmo que não pegassem nada, valia à pena passar mais um tempo juntos.
Quando Jesus despediu a multidão, eles acharam que era hora de levá-lo para margem, de despedir e agradecer pela honra daquelas palavras havia um sentimento de felicidade, tristeza da despedida e desejo de “quero mais”.
Você está frustrado com a vida, trabalho, família?
Você quer algo mais?
“... A questão importante para nós hoje, nesta mensagem, não é o milagre da pesca, mas o desejo de ficar com Jesus mais um pouco, de mesmo frustrados com a vida, não despedir do Mestre...”.
O que acontece conosco, diferente daquele dia com Simão, é que nos despedimos de Jesus domingo a domingo, vamos embora com a multidão, nossa vida vai ficando vazia de sentido e então começamos a nos afastar, como a multidão o faz.
Começamos então a não dar mais valor às palavras:
- Esse domingo eu não vou... Estou tão cansado...
- Esse domingo eu não vou... As coisas não melhoram, mesmo indo à igreja, acho que Deus não me vê...
- Esse domingo eu não vou... Cansei de ser, ou melhor, de não ser...
- Esse domingo eu não vou... Não precisa ir todo o domingo...
- Esse domingo eu não vou...
A questão não é o domingo ou o compromisso, é o prazer da companhia do encontro, é à vontade, a sede de ouvi-lo mais uma vez, de ficar perto D’Ele, e não se engane, não se poder ter a presença D’Ele sem a comunhão do seu grupo.
Quando despedimos, é porque não há ainda a consciência do real valor.
É simples se o valor fosse real, onde estaríamos?
Que lugar é melhor que estar diante de Jesus?
Foi o que aconteceu com eles, estavam exaustos, exauridos de fé, mas era impossível recusar ficar mais um pouco com Ele, queriam ficar para sempre.
É isso que falta em nós, quando estamos cansados, quando pecamos, quando desanimamos, a primeira coisa a ser cortada é a presença de Jesus em nós, e conseqüentemente detestar tudo o que se relaciona: amigos, igreja, compromissos, queremos dar um basta e ir pra casa, ou curtir por ai...
E ai? Vamos despedir ou ir para mais fundo no relacionamento?
3 – Óculos novos... Vs 6-9
Difícil enxergar com a visão míope, o caso é que é fácil resolver: consulta – receita e óculos...
O problema com a miopia da vida é que achamos não precisar de Jesus, de que ao contrário do tópico acima, Jesus é uma figura divina que importa ver aos domingos e despedir...
“... - Os dias da semana são meus, faço o que desejo e preciso, pescar é assim tem dia que pegamos, tem dias que não, é a vida, “dia da caça e dia do caçador...”.
Precisamos de óculos novos, o nossos estão velhos e embaçados pela maresia, não percebemos, mas está embaçado.
O que Jesus propõe é fazer parte da nossa vida dura, uma coisa é fato, o milagre virá!
Mas é preciso ouvir sua voz, e como ele disse, insistir um pouco mais, ou melhor, sair com Ele para a vida, sem medo, só pelo prazer da companhia, foi o que Pedro fez.
Sabe quando sabemos que nossa visão está boa?
Quando reconhecemos que apesar de nossos pecados e falhas, Jesus continua a nos amar, e não se incomoda de estar conosco mesmo sabendo de nossa vida errada e escura, Ele tem prazer em ser luz nas nossas trevas.
Quando percebemos a dimensão de seu amor e vemos o milagre da vida acontecer diante de nossos olhos.
“... A pesca maravilhosa é um ensaio da vida, é o que acontece conosco quando deixamos Jesus entrar em nosso barquinho, quando aceitamos seu convite de viver a vida junto com Ele, não é uma escravidão à sua vontade é uma libertação de nossas falências para a vida abundante em Jesus, é viver maravilhado com o que sua presença faz...”.
Desfecho: Não tenhas medo... A partir de agora...
Foi o que Ele disse e diz.
Não tenhas medo! A partir de agora...
Vôos mais e mais altos!
A partir de agora, eu farei de você um pescador de vidas humanas!
As lutas virão.
Você vai se decepcionar.
Você vai errar.
Não tenha medo! Ainda assim você será pescador de vidas humanas!
Vs11 – “... Então, eles arrastaram seus barcos para praia, renunciaram a todas as coisas e seguiram Jesus...”.
Arrastaram os barcos para a praia:
Agora andar de barco só com Jesus, não dar um passo na minha vida sem Ele. É recusar-se a realizar por si só, é fazer com Ele e para Ele.
Renunciaram todas as coisas:
É abdicar, é desistir da posse, quando nos encontramos com o Ressurreto é inevitável, não queremos mais a velha vida.
Não tem como querer viver do jeito que vivia antes de sua chegada.
Não são os erros, é o vazio que uma vez preenchido, como, pois esvaziá-lo? Seria possível despedir de Jesus e voltar para a solidão?
“... Seguir a Jesus é um prazer incontido, de um coração livre. Pra onde ir sem Ele?...”
Mas de volta ao começo: Vamos deixa- lo subir em nosso barco?
Ou vamos despedi-lo, que sabe uma próxima vez?
Eu prefiro que Ele suba, preciso de aventura!
Chega de solidão!
Quero comemorar minhas vitórias com Ele...
Pode subir Jesus, se assente e fique à vontade.
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