segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Você Entraria na Brecha?


                    Introdução:
Perderíamos algo por uma pessoa?
Até onde iríamos nesse sacrifício?
Você se sacrificaria por alguém?
E se esse sacrifício custasse seus bens mais preciosos?
E se custasse seus valores pessoais?
Serviríamos de escudo humano?
Até onde iríamos como escudo?
Talvez pensando em uma pessoa querida faríamos, mas faríamos por quem realmente precisa?
Será?...

      Texto: Ezequiel 22:30 “... Busquei entre eles um homem que levantasse o muro, e se pusesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse, mas a ninguém achei...”

1 – Deus está procurando...

Interessante como Deus se expressa conosco como um humano, procurando pelas ruas, conversando com pessoas, abordando estranhos e fazendo essa pergunta assustadora:
Hei! Você se colocaria na brecha em favor dos homens?
Se olharmos como o Todo poderoso pensaremos logo que em um milionésimo de segundos, Deus puxou seu arquivo mental e observou que não existe esse perfil entre os homens.
Obviamente se ele não tivesse a intenção de causar movimentação entre os mortais, não perderia seu tempo conversando com Ezequiel sobre essa decepção e frustração divina.
Precisamos entender que Deus escolhe limitar-se para se comunicar com o homem e se fazer compreender.
Deus nos entregou a escolha, o livre arbítrio e não foi tirado, quando Deus fala com Ezequiel, ele quer causar movimento na Terra, sua palavra é viva, é eficaz, não é lançada no vento, não volta para Ele vazia de objetivo, realiza seu intento.
Inda que em meio a um diálogo relacional, Deus sempre traz vida em suas palavras, é o Verbo em ação.
Podemos também entender que seria necessário a pessoa de Jesus para tal tarefa, já que o homem por si só faz parte do grupo de perdidos, entendendo como pano de fundo do Salvador vemos, uma belíssima profecia sobre o Messias.
Porém caminhando para o advento de seu nascimento e morte, durante sua curta passagem pela terra, não posso deixar de observar uma de suas palavras tão usadas no meio religioso:
João 14: 12 – “... Vocês farão obras maiores que as minhas...”
Obviamente colocar-se na tal brecha é uma delas.
E a pergunta que chega:
Se Deus expressa procurar entre os homens pessoas que se coloquem na brecha pela humanidade de forma coloquial, sendo Soberano e Eterno, dono do passado, presente e futuro, Ele deu uma olhada por todas as eras à procura dessas pessoas.
Portando hoje neste momento não estaria Ele olhando para nós esperando tal movimentação?

2 - Construtores, restauradores, reparadores.

O quadro geral mostra um caos, como vemos nesta época tão difícil para as pessoas vítimas das chuvas deste começo de ano.
Sem muros, sem casas, sem bens, ricos e pobres, atingidos, barracos e mansões levadas pelas chuvas, causadas pelas mudanças climáticas, fruto da indiferença humana, do capitalismo selvagem que destrói a terra dia a dia, em troca a terra devolve sua resposta.
Deus procura pessoas que se interessem por trazer alívio a esta catástrofe, reconstrutores.
Pessoas interessadas em derrubar os muros de isolamento, de fugas humanas e levantar muros de proteção contra os inimigos de nossas almas.
Homens e mulheres que saiam da indiferença humana e entrem nas vidas das pessoas para levar alívio e esperança, pessoas dispostas a construir muros, não mais de isolamento solitário por frustrações e decepções.
Agora um muro mais amplo, envolta da comunidade.
Envolvendo e protegendo, trazendo essas pessoas para a liberdade, para a felicidade, agora soltas pela primeira vez no playground da vida a brincar com novos amiguinhos, ao mesmo tempo olhando para nós e se sentindo seguros.
Dentro da alma um sentimento, ele está me olhando, posso brincar.

3 – O Guarda Costas.

Uma alusão me vem à mente, o filme que foi sucesso em sua época, O Guarda Costas com Whitney Houston e Cavin Costner, onde em um final eletrizante o segurança, agora apaixonado se lança na frente do disparo da arma que mataria sua protegida.
Ele não pensou na morte, entrou na frente para salvar.
Jesus fez exatamente isso por nós, se colocou entre nós e a morte para nos dar vida, mas não vamos esquecer que o foco desse assunto somos nós.
Jesus disse que faríamos a mesma coisa, então vem a pergunta:
Entraríamos na frente da morte para salvar o mundo?
Talvez disséssemos que não, Jesus já fez isso, mas vamos um pouco além.
Hoje existem pessoas que continuam sofrendo e se perdendo desistindo da vida, vivendo por viver, pessoas sabotando o próprio futuro.
Pessoas sem futuro algum, sem esperança, perdidas, cujas vidas foram levadas pelas chuvas, pessoas que vivem na ilusão para não verem o real.
Pessoas que criaram um mundo imaginário, como a Matrix, vivem em uma busca por ocupação do tempo, e não querem acordar, pois o mundo real é feio, sujo e frio.
Essas pessoas são devoradas todos os dias, a palavra diz:
João 10:10 – “... O ladrão veio para matar, roubar e destruir...”

E Deus olhando para nossa era nos faz ouvir sua declaração no passado que ecoa em nosso presente tão viva quanto antes:
 - “... Se existem pessoas que deseje reconstruir muros e ficar na brecha aberta para proteger o povo desta geração, que dê um passo a frente...”

Desfecho: Movimento de Vida. Texto Isaías 58:12 “... Os que de ti procederem edificarão os lugares antigamente assolados, e levantarás os fundamentos de geração em geração; chamar-te-ão ‘reparador de brechas’, e ‘restaurador de veredas com moradias’...”

Deus olha para nossa geração e faz o mesmo questionamento, ele espera nosso “eis me aqui” estou na brecha protegendo a terra, reconstruindo caminhos, edificando moradias eternas.
Entrar na brecha não se limita em apenas orar m intercessão pelo povo, orar é fácil.
O desafio é perder tudo por uma só pessoa, é o sacrifício sublime do amor.
É aborrecer a própria vida, para que uma pessoa encontre a vida.

O Título não é tão suntuoso, está mais para cargo de ajudante, de serviçal, de escravo, é título de quem vive sujo de terra e cimento, cujas mãos possuem calos e trincos, unhas sujas e rosto empoeirado:

Reparador de Brechas.
Restaurador de Caminhos.

Não é um título eclesiástico que tem que ser dito com reverência, um Diácono, um Presbítero, um Reverendo, um Teólogo, um Pastor, um Padre, um Sacerdote, um Bispo, um Cardeal ou um Papa.
Não há glória dos homens para um reparador de brechas, mas saiba que aqueles cujas brechas foram restauradas, cujos caminhos foram refeitos, aqueles que foram aceitos apesar de seus erros mais obscenos e profanos, serão eternamente gratos.
Só tenho uma pergunta em forma de desafio:
Vamos entrar na brecha?


domingo, 9 de janeiro de 2011

Remos, Fé e Amizade

Texto: Marcos 4:35-41 “... Naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes Jesus: Passemos para a outra margem.
36 – Deixando a multidão, eles o levaram consigo, assim como estava, no barco. Havia também com ele outros barquinhos.
37 – Ora, levantou grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam, contra o barco, de modo que já estava para encher-se.
38 – Jesus estava na polpa, dormindo sobre uma almofada. Os discípulos o despertaram, dizendo: Mestre, não se te dá que pereçamos?
39 – Ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. Então o vento se aquietou e houve uma grande bonança.
40 – Ele disse aos discípulos: Porque sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?
41 – Eles sentiram grande temor, e diziam uns aos outros: Quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?

1 – Lutando com os remos.

É uma passagem simples, sem segredos ocultos, narrada por Marcos, um discípulo que vivenciou a experiência pouco agradável.
O texto me leva a pensar sobre os três lados da ótica apresentada.
A primeira é ótica dos discípulos, no meio do caos, obviamente nem um pouco metafórico, risco iminente de morte, uma sentença decretada.

Sua última esperança estava “dormindo sobre uma almofada”, cansado do trabalho, dormindo tão pesado, que o balanço do mar e o vento era um complemento para seu sono, depois de um dia escaldante de deserto, e caminhada, sem contar a exaustiva parte de usar o raciocínio e a voz para ensinar o dia todo.
Que sossego! Queria ter um sono assim.
Literalmente o mundo pode acabar que o homem não acorda!

Fico imaginando eles se entreolhando, lutando com seus remos, deixando Jesus dormir, não era uma crise de orgulho, queriam poupar o Mestre, tinha a esperança de que a tempestade fosse passar ou que conseguiriam chegar ao destino.

O homem em seu conceito é bem intencionado, é um lutador, pouquíssimos largam seus remos e cantam a música de Zeca Pagodinho: “... Deixa a vida me levar...”.
Mesmo aqueles que dizer viver nessa filosofia de vida solta, não largam seus remos, a prova disso está na tempestade, é só a situação apavorar que corremos apanhar os remos e fazer alguma coisa.
Esse conceito só funciona diante da visível tranqüilidade ou até de problemas pequenos, que claramente não causam danos.
Não somos assim, lutadores? Guerreiros? Daí o motivo de as propagandas explorarem tanto esse aspecto humano.
O desespero chega vai afundar, essa era a real situação, não tinha mais jeito, lutar não resolveria mais, tinha homens do mar ali, conhecedores do tempo, sabiam que a embarcação não agüentaria muito mais tempo, ela se enchia de água, ou remavam mantendo o curso ou deixavam que o vento os levasse para qualquer lugar e retiravam a água.
Vamos acordá-lo, é nossa ultima esperança.

Porque deixar Jesus de fora dos nossos problemas?
Porque não queremos “envolver Ele nisso”?
Eu causei, eu resolvo!
É penitência ou orgulho bobo?
Você está lutando com os remos?
Será porque em muitos desses problemas nós mesmos causamos a dor?
Pensamos mesmo que estaremos incomodando o Mestre?

É hora de deixar o orgulho de lado e aceitar toda a ajuda que puder, ou melhor, aceitar a ajuda de Jesus, não vai doer, só ferir o orgulho, não é humilhação é redenção, é vitória.

Aprendemos na filosofia grega que clamar por ajuda é sinal de fraqueza, que não somos maduros o suficiente para a vida enquanto buscamos apoio.
Aprendemos que um bom líder é proativo, que traz soluções, que não paralisa diante de uma adversidade, que usando a sinergia ele é capaz de fazer tudo.
Uma vida árida, vazia como o ateísmo o é, essa crença no potencial ilimitado do homem o eleva a condição de deus e onipotente.
A figura de Jesus dormindo na almofada, como um pet, um gatinho enrolado, serve para alimentar a falsa verdade de o quanto somos forte e a religião uma forma de sustentar os fracos, uma fraqueza.
Mas eu pergunto, vale a pena viver essa aridez esturricada de vida pra provar o real valor do Eu, do Ego e Superego?
Vale mesmo mostrar que podemos?
Vai doer tanto assim chamar o Mestre?

2 – Onde está a fé?

O que me impressiona nessa passagem é a admiração de Jesus quanto à atitude dos discípulos ante ao temporal.
Ele não esnobou da situação, não se levantou e disse:
Sem mim vocês são nada! Não prestam para nada!
Se não sou eu aqui vocês estariam mortos! Vamos resolver logo isso!
Silêncio!!!!! E tudo se acalmou...

Ele poderia ter afirmado todas essas coisas que não seria questionado, afinal depois de mandar o mar “calar a boca”, e ele ter obedecido, qualquer um ficaria impressionado e mesmo depois de dois mil anos de história, ficaríamos calados diante dos fatos.

Fiquei espantado quando Jesus disse no verso 40:
“... Ele disse aos discípulos: Porque sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?...”.

Incrível ele disso isso mesmo?
Que perguntas são essas? A segunda até tem lógica, mas a primeira...

Ele não se aborreceu por ter sido acordado, não se irou por ter demorado tanto para chamá-lo.
Ele pergunta sobre timidez numa hora dessas? Não era uma pergunta imprópria para a situação?

“... Que timidez é essa? Que tipo paralisação nos prende?
Para eles e para nós, o medo de não acontecer nada! “O medo de falhar...”.

Pelo questionamento de Jesus, algo passou na mente deles que não foi expresso, nem sequer cogitado, só pensado:
Vamos mandar o mar se aquietar?
Mas e se eu falar isso e os colegas me chamarem retardado, de metido, de querer se aparecer num momento como esse?
E se o Mestre ouvir essa idéia e ficar bravo? Será que não estarei fazendo o papel de Deus?
Deixa pra lá! Estou ficando louco mesmo, vamos remar...

Interessante que Jesus questionou todos, obviamente todos tiveram a mesma idéia, mas o medo de verbalizar prendeu a fé no pensamento e continuaram pela força até chamá-lo.

A pergunta estranha de Jesus sobre a timidez e a fé estavam ligadas, ele questionou algo profundo da alma, como sempre faz:

Porque vocês não resolveram o problema?
Porque não deram ordem ao mar?
Vocês pensaram nisso, porque deixaram a vergonha de falar, calar vocês?
Ainda não tende fé?
Mas eu vi fé em vocês, porque não usaram?

Essa é a questão tão importante do texto, não contradiz a primeira ótica, simplesmente a completa.
Jesus ensina que a fé e a garra do homem o faz invencível!
Jesus ensina que a fé e a razão caminham juntas em perfeita harmonia.
Jesus ensina que podemos chamá-lo a qualquer momento, ele vem socorrer, mas podemos mais, muito mais.

Jesus quer realizar através de nós, ele quer nos dar segurança para a caminhada, não se importa de socorrer.
Seu desejo e objetivo para nós é que podemos com ele, que juntos podemos realizar, que existe fé em nós para isso e que nossa timidez nos paralisa totalmente.
A timidez é tão nociva que deixamos de apresenta a Jesus para alguém por medo de ser ridicularizado ou evitado.
A timidez no caso dos discípulos os matariam se tivessem insistido na teimosia do Eu.

Jesus não está afirmando aqui que é para parar de incomodar seu sono de beleza, ele afirmou algo impossível aos nossos olhos:
“... Porque vocês não deram ordem ao mar?...”

Desfecho: Quem é este?

Verso 41 “... Eles sentiram grande temor, e diziam uns aos outros: Quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?...”

Vamos ficar na superficialidade da pergunta ou vamos partir para a profundidade de uma vida com Jesus?
Quando vamos ter uma vida de intimidade com Jesus?

Essa pergunta é pergunta que se faz a respeito de gente esquisita, estranha. Pergunta feita de gente que não conhecemos.

Sendo assim quando vamos conhecê-lo?
Falta intimidade para confiar, a prova disso está no texto, seus discípulos oscilavam entre amar, odiar, conhecer e desconhecer.

No final da vida de Jó depois de experimentar toda a dor e sofrimento que um ser humano pode experimentar, depois de ser restituído e ter a vida de volta ele exclamou:
“... Antes eu te conhecia de ouvir falar, mas agora os meus olhos te contemplam...” Jó 42:5

O desafio que tenho para você é sair da superficialidade da religião, das regras ditadas, das filosofias prontas e experimentar a convivência com o ressurreto.
Tudo que Jesus espera de um relacionamento, amizade simples, pura, não uma troca, uma compra de salvação.

A religião vende a fé, estabelecemos um relacionamento com Deus baseado em medo do castigo, nos envolvemos com Ele por interesse em morar no céu.
Tenho uma pergunta que prova minha teoria de relacionamento com Deus:
Se no final de tudo, não fôssemos para o céu, se não existisse inferno, se simplesmente tudo acabasse, estaríamos na igreja?
Estaríamos nos encontrando todos os domingos?
Teríamos um “relacionamento íntimo com Deus”?

Não tente enganar a resposta dentro de sua alma, mesmo que ele fosse como é, se não tivesse esperança de vida pós morte, se tivesse a certeza de acabar tudo com nossa morte, não teríamos amizade com Ele.
Ele seria uma opção pouquíssimo interessante de relacionamento. Não seria?

Se você teve coragem de questionar suas verdades interiores, chegou à conclusão que vivemos com Jesus por interesse, por muleta de salvação, por incapacidade de controlar a vida sem apoio.
Por isso tanta dificuldade em construir esse relacionamento, no íntimo, anda não abrimos o coração para Ele entrar e morar em nossa vida, sem interesse.
Porém Ele é um bom amigo, o melhor amigo, não está conosco por interesse algum, só nos ama.

Jesus busca um relacionamento de amizade com você, a salvação, as bênçãos não são anuladas ou perdidas, estão todas presentes.
Intimidade é criada a partir de relacionamento sem interesse.

Como diz a canção:

Não existe nada melhor
Do que ser amigo de Deus
Caminhar seguro na luz
Desfrutar do seu amor
Ter a paz no coração
Viver sempre em comunhão
E assim perceber a grandeza do poder
De Jesus meu bom pastor

Ele sempre estará à sua espera, de braços abertos para a grande vida que está nele.
Vá ao seu encontro, deixa Ele te mostrar a grande pessoa que você é, permita depender D’Ele e viver N’Ele.
Mesmo na timidez e pequena fé, vamos aprender a conhecê-lo, vamos nos esforçar para saber de sua vida.

Ele nos ama, nos oferece sua amizade sincera, não temos nada a oferecer e ele ainda assim nos quer, nos oferta o céu, alegria, liberdade e paz.
Para que esperar mais?

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Figos e Mostardas

  Introdução Histórica:

O que é a filosofia?
Em palavras simples e interpretação da palavra em si, é amor à sabedoria, é a busca apaixonada por sabedoria, por conhecimento específico da existência, valores morais éticos e de linguagem.
É a busca da razão, da expansão do pensamento, de certa forma do absolutismo (dimensão essencial e criadora do universo) ou abstração (objeto de reflexão isolado de fatores relacionados para facilitar s compreensão).
Por menos favorecido intelectualmente que uma pessoa possa ser, sempre há uma busca por sabedoria, mesmo que escravizada em meio a legalismo e escravidão, a mente sempre busca o meio.
Mesmo que não haja no indivíduo a definição clara da filosofia em pensamentos cognitivos, por ser um ser pensante ele existe pela filosofia.
Mesmo que não busque, que prefira a lei ao descobrir, sua opção pelo caminho pronto é uma escolha filosófica, é uma decisão por deixar pensamentos já formados em outras mentes serem o norte vital.
É exatamente onde Jesus, o homem mais sábio que já existiu, criador da sabedoria e da filosofia, entra em cena em um de seus discursos, talvez o mais importante e menos interpretado ou “pensado” por assim dizer.

Texto: Lucas 13:6-9 “... Então, Jesus proferiu a seguinte parábola: Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e, vindo procurar fruto nela, não achou.
7 - Pelo que disse ao viticultor: Há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não acho; podes cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra?
8 - Ele, porém, respondeu: Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela e lhe ponha estrume.
9 - Se vier a dar fruto, bem está; se não, mandarás cortá-la...”.

Texto: Mateus 13:31-32 “... Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e plantou no seu campo;
32 - o qual é, na verdade, a menor de todas as sementes, e, crescida, é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos...”. (Lucas 13:18-19)

1 – Seres pensantes.

Particularmente acho linda a abordagem de Jesus sobre seu Reino, sobre a vida, sobre seu Pai, sobre nós.
Ele nunca tratou o homem como um idiota.
Uma de muitas provas são esses dois textos, escolhi o de Mateus por dar mais detalhes, mas se lermos o capítulo de Lucas 13 inteiro, tudo se passa em um mesmo lugar, em meio a um pensamento complexo para o conceito humano, que Ele sabiamente ensinava.
Ele sempre soube quem era e quem é, mas nem por isso forçou o raciocínio, nem dos seus discípulos nem da multidão.
Sempre esteve pronto para ensinar “pensamentos”.

Admira-me muito a religião entregar “formas prontas e absolutas” para o viver diário e eterno.
Fico espantado como a igreja consegue dizer em seus púlpitos, em televisões e formas de comunicação que alguém vai para o céu ou inferno.
Como podemos ter certeza?

Alguém já morreu, foi para o inferno e voltou de lá para contar uma única história sobre aquele lugar?
Não estou questionando sua existência, acredito nas palavras de Jesus e ele afirma existir, questiono o julgamento, como podemos dizer:

- Se ele ou ela não mudar, não fizer isso ou aquilo, vai para o inferno! Afirmamos isso baseado em texto? Em Religião?
Afirmamos que a existência de uma pessoa, baseada em nossa visão míope, externa e enfumaçada pelos nossos próprios preconceitos, irá para a perdição eterna? Para um lugar que deduzimos que não iremos, porque não fazemos o “isso ou aquilo” porque somos “dignos”?

Não acredito nas palavras da Igreja, quando ela diz repetir as palavras de Jesus, ela deturpa e julga, tudo parece verdade, parece até que Jesus disse mesmo.
Mas é só começar a desenvolver um relacionamento de intimidade com o Ressurreto que percebemos que a Igreja ou Religião por assim dizer, contradiz o que Ele fala e principalmente o que Ele fez.

Não peço que acredite em mim, simplesmente faça o que você nasceu para fazer:
Pense!
Os textos acima são na verdade exemplos do pensamento, em Lucas 13 no verso 2 Jesus começa sua filosofia do pensamento pela palavra:
Pensais que...
É exatamente isso, Ele não condenou o pensamento, ele afirmou:
Vocês estão pensando...
Estão pensando de forma errada sobre o conceito de condenação, porque o conceito do homem sobre crime e castigo é diferente do de Deus.
Vocês aprenderam que para todo o crime tem um castigo a ser pago.
Que tudo que acontece de errado é porque algo errado foi feito.
- Pensem...

 2 – Onde estão os figos?

Interessante como Jesus entra no meio do pensamento.
Uma figueira no meio da vinha.
Um conceito (figueira) no meio de uma rede filosófica frutífera e expansiva.
Uma figueira no meio da vinha, plantada pelo seu dono.


Obviamente um destaque (figueira), um totem no meio de uma “mesmice sem fim”.
Nossa mente pensa:
- Vou plantar essa figueira para destacar na vinha, quando eu enjoar das uvas, como figos para variar o cardápio...

Jesus não condenou a figueira, também é boa, é frondosa, tem boa sombra, seu fruto é exótico e saboroso, é nutritivo, enfeita a vinha delicada.
Mostra a força do pensamento, mostra a incrível capacidade de criação do homem.
Mostra que o homem, criado da imagem e semelhança de Deus, possui o dom de criar e variar. Mostra que existe porque pensa.
Jesus não condenou o fato do homem planta a figueira na vinha, afinal a vinha era do homem.
Jesus questionou:
Onde estão os figos?

Parece até uma lei forjada na forma da Religião ou Igreja o que vou dizer, mas não desejo plantar mais uma lei humana e limitada.
O que Jesus questionou é: porque não fazemos o mesmo questionamento à respeito dos nossos conceitos religiosos.
Quanto tempo vai demorar para percebermos que nossas figueiras são simplesmente uma forma de dizer que estamos no controle? Ou pelo menos tentando...
Quando vamos assumir que não tem fruto algum?
Que todas as vezes que vamos à videira, achamos a uva e o vinho e quando nos dirigimos para nossos totens são lindos, porém vazios?

Jesus deixou tudo isso impresso nessa parábola, um questionamento sobre utilidade e inutilidade.
Até nosso sistema de raciocínio, sabiamente chamado na parábola de “vinicultor” (ego e superego) é mencionado pelo Mestre.
Quando somos confrontados com fatos, nossos pensamentos logo dizem:
- Deixa-me escavar e adubar, me dá mais um tempo para pensar...
- Não estou errado, só te algo errado com o fruto, a árvore é boa...

E é boa sim, e você está no controle, mas vou lançar o questionamento de Jesus:
Vale à pena?
Porque não se dedica inteiramente à vinha?
A figueira não está só tomando seu tempo e terreno?

Tenho algumas perguntas?
Quais são nossos totens?
Quanto tempo depois de conhecer a Verdade que é Jesus, passaremos cavando e adubando nossas vontades pro capricho?
Quando vamos perceber que a figueira é só uma garantia de que não perdemos a tal identidade?

Você não perderá a identidade por deixar a figueira para traz.
Quando temos um encontro pessoal com Jesus descobrimos que somos da videira.
Quando percebemos sobre a figueira, nossa própria mente diz: - Corta-a!
Podemos dizer: ainda não! Espera um pouquinho...
E a pergunta que segue:

Onde estão os figos?
Temos algo a oferecer para o Mestre da filosofia?
Ele respeita nosso pensamento criativo, mas não deixa de questionar nossas boas intenções.
Onde estão os figos?

Desfecho: O figo, a Mostarda e o Reino de Deus.

Texto: Mateus 13:31-32 “... Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e plantou no seu campo;
“32 - o qual é, na verdade, a menor de todas as sementes, e, crescida, é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos...”.   

Agora que provavelmente, a mente está aberta ao questionamento, Jesus o mestre da filosofia, lança sua semente.
As questões sobre o conceito do Reino de Deus são infinitas e o homem se torna incapaz de concluir o pensamento, dessa incapacidade que surgem os totens como garantia de identidade e sanidade.
Por isso um dos pensadores do reino de Deus, o apóstolo Paulo disse que o Reino de Deus (Sabedoria) é loucura para os homens.
É a sábia loucura, e onde a Fé entra.

No texto de Mateus Jesus faz uma observação perspicaz, o Reino de Deus é a menor das sementes, mas se torna quando crescida na fase adulta, a maior das árvores de uma horta, onde até as aves se aninham.

Não desejo ir muito longe nessa busca, pois já afirmei, não há fim, é expansivo e ao mesmo tempo completo.
Jesus agora inverte, nossa mente é a horta, diferente do conceito da vinha, nossa mente possui canteiros e canteiros de temperos, verduras, legumes.
Todos aproveitados, lindos, nutritivos, alimentos necessários para a vida. Uma variedade incontável de aromas, cores e sabores.

Jesus diz de uma horta e pergunto o que poderíamos ter nela?
Já imaginou?
Como seria uma horta na Índia? Com seus cravos que temperam e aromatizam?
Ou então no Japão? Com seus cogumelos e chás que rejuvenescem?
E na Rússia? Com seus repolhos que viram deliciosos chucrutes despertando o paladar?
E as tribos indígenas do Amazonas? Com suas folhas que curam?
Ou aborígenes? Com suas raízes de extraem vida no deserto?

Tudo isso faz parte da mente do homem, daí sua comparação com uma horta, uma horta que possui tudo, lindamente colorida, cheia de aromas e sabores, fortes e suaves, com variações quase intermináveis, intermináveis com certeza, aparentemente um caos, lindo e perfeito.

Como é sua horta? O que tem em seus canteiros?
Já observou que temos tudo? Você já pensou sobre os seus pensamentos? Já observou como essa horta é completa? Você já a olhou?
Quando Jesus lança sua filosofia pura e limpa de conceitos humanos, seu objetivo é nos fazer parar e pensar... Experimente!

Esse é o problema com a religião, ela limita e determina o que usar e o que não usar, o que fazer e o que não fazer, ela entrega pensamentos prontos, quando acostumados por um longo período de tempo, perdemos a capacidade de questionar e decidir.
Não decidimos por nós o que é certo e errado, a religião fez isso por nós, acreditamos cegamente, somos manipulados e passamos a fazer parte do grande Jogo do Poder.

Existe também o absolutismo que é uma religião tão poderosa quanto o próprio Deus, capaz de anulá-lo da existência humana.
Esse é o totem mais poderoso, onde como objeto de adoração, consegue extrair Deus da equação, transformando o homem em deus, e novamente mesmo que depois de um longo tempo a pergunta sempre se fará em nossas mentes: Onde estão os figos?
Afinal o ateísmo é a religião mais árida do planeta, é o transformar de tudo em uma única figueira sem um único fruto para alimentar a fome.
E essa é a questão! Entendemos que temos tudo, entramos no absolutismo, somos completos, por isso a idéia de videira, de coletividade incomoda tanto.

Mas voltemos à mostarda...
Agora uma horta linda, completa e complexa, insondável para outras mentes e para a própria.

A que é semelhante o Reino de Deus, ao que se pode comparar? Disse Jesus.
É semelhante ao grão de mostarda.
A menos de todas as sementes.
Insignificante em seu tamanho, aparentemente frágil, desprezível à vista.
Porém quando plantada é a maior de todas as hortaliças.
Transforma-se em árvore.
Seus ramos servem de abrigo para que as aves possam chocar seus ovos, fora do alcance de predadores.
Vida que atrai vida!
Tudo nela é aproveitado.
Alimento, tempero, cor, sabor, abrigo, VIDA!

Assim é a semente do Reino de Deus, insignificante, a menor de todas as idéias, a menos atrativa, aparentemente frágil e inconsistente.
Desprezível à vista, uma idéia insana, ridícula perto das grandes idéias e respostas para as dúvidas da vida.
Desinteressante para se plantar em uma horta tão completa e absoluta.

Um desafio:
Pegue a semente que Jesus oferece, deixe o mestre da filosofia, lhe entregar essa minúscula semente! Será surpreendente!
Uma horta tão linda e completa como a sua não pode deixar de ter a mostarda, linda perfeita, segura, frondosa, essa sim, absoluta.

“... Se sua mente entrou em reflexão, vou apontar um norte e repetir um conselho dado por Jesus:
- “Derrube seus totens, entre na mente coletiva de Cristo, você não perderá sua identidade, na realidade a encontrará...”.

“... Se você já contemplou sua mente, e viu que horta linda ela é, outro conselho de Jesus:
- “Aceite a semente, esse pequeno presente de Deus, um Reino Inteiro, na palma de sua mão, plante e você verá que incrível árvore ela se tornará...”.

“... Uma revolução, mudanças incríveis, a busca que se encerra e traz a paz, se encontra em Jesus o mestre da filosofia, seus conceitos infinitos e perfeitos plantados no homem, devolvendo ao homem sua identidade perdida no Édem agora encontrada em seu nome.
“Em nenhum outro há salvação; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos...”.
                                                                                                   Paráfrase de Atos 4:12