segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Figos e Mostardas

  Introdução Histórica:

O que é a filosofia?
Em palavras simples e interpretação da palavra em si, é amor à sabedoria, é a busca apaixonada por sabedoria, por conhecimento específico da existência, valores morais éticos e de linguagem.
É a busca da razão, da expansão do pensamento, de certa forma do absolutismo (dimensão essencial e criadora do universo) ou abstração (objeto de reflexão isolado de fatores relacionados para facilitar s compreensão).
Por menos favorecido intelectualmente que uma pessoa possa ser, sempre há uma busca por sabedoria, mesmo que escravizada em meio a legalismo e escravidão, a mente sempre busca o meio.
Mesmo que não haja no indivíduo a definição clara da filosofia em pensamentos cognitivos, por ser um ser pensante ele existe pela filosofia.
Mesmo que não busque, que prefira a lei ao descobrir, sua opção pelo caminho pronto é uma escolha filosófica, é uma decisão por deixar pensamentos já formados em outras mentes serem o norte vital.
É exatamente onde Jesus, o homem mais sábio que já existiu, criador da sabedoria e da filosofia, entra em cena em um de seus discursos, talvez o mais importante e menos interpretado ou “pensado” por assim dizer.

Texto: Lucas 13:6-9 “... Então, Jesus proferiu a seguinte parábola: Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e, vindo procurar fruto nela, não achou.
7 - Pelo que disse ao viticultor: Há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não acho; podes cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra?
8 - Ele, porém, respondeu: Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela e lhe ponha estrume.
9 - Se vier a dar fruto, bem está; se não, mandarás cortá-la...”.

Texto: Mateus 13:31-32 “... Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e plantou no seu campo;
32 - o qual é, na verdade, a menor de todas as sementes, e, crescida, é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos...”. (Lucas 13:18-19)

1 – Seres pensantes.

Particularmente acho linda a abordagem de Jesus sobre seu Reino, sobre a vida, sobre seu Pai, sobre nós.
Ele nunca tratou o homem como um idiota.
Uma de muitas provas são esses dois textos, escolhi o de Mateus por dar mais detalhes, mas se lermos o capítulo de Lucas 13 inteiro, tudo se passa em um mesmo lugar, em meio a um pensamento complexo para o conceito humano, que Ele sabiamente ensinava.
Ele sempre soube quem era e quem é, mas nem por isso forçou o raciocínio, nem dos seus discípulos nem da multidão.
Sempre esteve pronto para ensinar “pensamentos”.

Admira-me muito a religião entregar “formas prontas e absolutas” para o viver diário e eterno.
Fico espantado como a igreja consegue dizer em seus púlpitos, em televisões e formas de comunicação que alguém vai para o céu ou inferno.
Como podemos ter certeza?

Alguém já morreu, foi para o inferno e voltou de lá para contar uma única história sobre aquele lugar?
Não estou questionando sua existência, acredito nas palavras de Jesus e ele afirma existir, questiono o julgamento, como podemos dizer:

- Se ele ou ela não mudar, não fizer isso ou aquilo, vai para o inferno! Afirmamos isso baseado em texto? Em Religião?
Afirmamos que a existência de uma pessoa, baseada em nossa visão míope, externa e enfumaçada pelos nossos próprios preconceitos, irá para a perdição eterna? Para um lugar que deduzimos que não iremos, porque não fazemos o “isso ou aquilo” porque somos “dignos”?

Não acredito nas palavras da Igreja, quando ela diz repetir as palavras de Jesus, ela deturpa e julga, tudo parece verdade, parece até que Jesus disse mesmo.
Mas é só começar a desenvolver um relacionamento de intimidade com o Ressurreto que percebemos que a Igreja ou Religião por assim dizer, contradiz o que Ele fala e principalmente o que Ele fez.

Não peço que acredite em mim, simplesmente faça o que você nasceu para fazer:
Pense!
Os textos acima são na verdade exemplos do pensamento, em Lucas 13 no verso 2 Jesus começa sua filosofia do pensamento pela palavra:
Pensais que...
É exatamente isso, Ele não condenou o pensamento, ele afirmou:
Vocês estão pensando...
Estão pensando de forma errada sobre o conceito de condenação, porque o conceito do homem sobre crime e castigo é diferente do de Deus.
Vocês aprenderam que para todo o crime tem um castigo a ser pago.
Que tudo que acontece de errado é porque algo errado foi feito.
- Pensem...

 2 – Onde estão os figos?

Interessante como Jesus entra no meio do pensamento.
Uma figueira no meio da vinha.
Um conceito (figueira) no meio de uma rede filosófica frutífera e expansiva.
Uma figueira no meio da vinha, plantada pelo seu dono.


Obviamente um destaque (figueira), um totem no meio de uma “mesmice sem fim”.
Nossa mente pensa:
- Vou plantar essa figueira para destacar na vinha, quando eu enjoar das uvas, como figos para variar o cardápio...

Jesus não condenou a figueira, também é boa, é frondosa, tem boa sombra, seu fruto é exótico e saboroso, é nutritivo, enfeita a vinha delicada.
Mostra a força do pensamento, mostra a incrível capacidade de criação do homem.
Mostra que o homem, criado da imagem e semelhança de Deus, possui o dom de criar e variar. Mostra que existe porque pensa.
Jesus não condenou o fato do homem planta a figueira na vinha, afinal a vinha era do homem.
Jesus questionou:
Onde estão os figos?

Parece até uma lei forjada na forma da Religião ou Igreja o que vou dizer, mas não desejo plantar mais uma lei humana e limitada.
O que Jesus questionou é: porque não fazemos o mesmo questionamento à respeito dos nossos conceitos religiosos.
Quanto tempo vai demorar para percebermos que nossas figueiras são simplesmente uma forma de dizer que estamos no controle? Ou pelo menos tentando...
Quando vamos assumir que não tem fruto algum?
Que todas as vezes que vamos à videira, achamos a uva e o vinho e quando nos dirigimos para nossos totens são lindos, porém vazios?

Jesus deixou tudo isso impresso nessa parábola, um questionamento sobre utilidade e inutilidade.
Até nosso sistema de raciocínio, sabiamente chamado na parábola de “vinicultor” (ego e superego) é mencionado pelo Mestre.
Quando somos confrontados com fatos, nossos pensamentos logo dizem:
- Deixa-me escavar e adubar, me dá mais um tempo para pensar...
- Não estou errado, só te algo errado com o fruto, a árvore é boa...

E é boa sim, e você está no controle, mas vou lançar o questionamento de Jesus:
Vale à pena?
Porque não se dedica inteiramente à vinha?
A figueira não está só tomando seu tempo e terreno?

Tenho algumas perguntas?
Quais são nossos totens?
Quanto tempo depois de conhecer a Verdade que é Jesus, passaremos cavando e adubando nossas vontades pro capricho?
Quando vamos perceber que a figueira é só uma garantia de que não perdemos a tal identidade?

Você não perderá a identidade por deixar a figueira para traz.
Quando temos um encontro pessoal com Jesus descobrimos que somos da videira.
Quando percebemos sobre a figueira, nossa própria mente diz: - Corta-a!
Podemos dizer: ainda não! Espera um pouquinho...
E a pergunta que segue:

Onde estão os figos?
Temos algo a oferecer para o Mestre da filosofia?
Ele respeita nosso pensamento criativo, mas não deixa de questionar nossas boas intenções.
Onde estão os figos?

Desfecho: O figo, a Mostarda e o Reino de Deus.

Texto: Mateus 13:31-32 “... Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e plantou no seu campo;
“32 - o qual é, na verdade, a menor de todas as sementes, e, crescida, é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos...”.   

Agora que provavelmente, a mente está aberta ao questionamento, Jesus o mestre da filosofia, lança sua semente.
As questões sobre o conceito do Reino de Deus são infinitas e o homem se torna incapaz de concluir o pensamento, dessa incapacidade que surgem os totens como garantia de identidade e sanidade.
Por isso um dos pensadores do reino de Deus, o apóstolo Paulo disse que o Reino de Deus (Sabedoria) é loucura para os homens.
É a sábia loucura, e onde a Fé entra.

No texto de Mateus Jesus faz uma observação perspicaz, o Reino de Deus é a menor das sementes, mas se torna quando crescida na fase adulta, a maior das árvores de uma horta, onde até as aves se aninham.

Não desejo ir muito longe nessa busca, pois já afirmei, não há fim, é expansivo e ao mesmo tempo completo.
Jesus agora inverte, nossa mente é a horta, diferente do conceito da vinha, nossa mente possui canteiros e canteiros de temperos, verduras, legumes.
Todos aproveitados, lindos, nutritivos, alimentos necessários para a vida. Uma variedade incontável de aromas, cores e sabores.

Jesus diz de uma horta e pergunto o que poderíamos ter nela?
Já imaginou?
Como seria uma horta na Índia? Com seus cravos que temperam e aromatizam?
Ou então no Japão? Com seus cogumelos e chás que rejuvenescem?
E na Rússia? Com seus repolhos que viram deliciosos chucrutes despertando o paladar?
E as tribos indígenas do Amazonas? Com suas folhas que curam?
Ou aborígenes? Com suas raízes de extraem vida no deserto?

Tudo isso faz parte da mente do homem, daí sua comparação com uma horta, uma horta que possui tudo, lindamente colorida, cheia de aromas e sabores, fortes e suaves, com variações quase intermináveis, intermináveis com certeza, aparentemente um caos, lindo e perfeito.

Como é sua horta? O que tem em seus canteiros?
Já observou que temos tudo? Você já pensou sobre os seus pensamentos? Já observou como essa horta é completa? Você já a olhou?
Quando Jesus lança sua filosofia pura e limpa de conceitos humanos, seu objetivo é nos fazer parar e pensar... Experimente!

Esse é o problema com a religião, ela limita e determina o que usar e o que não usar, o que fazer e o que não fazer, ela entrega pensamentos prontos, quando acostumados por um longo período de tempo, perdemos a capacidade de questionar e decidir.
Não decidimos por nós o que é certo e errado, a religião fez isso por nós, acreditamos cegamente, somos manipulados e passamos a fazer parte do grande Jogo do Poder.

Existe também o absolutismo que é uma religião tão poderosa quanto o próprio Deus, capaz de anulá-lo da existência humana.
Esse é o totem mais poderoso, onde como objeto de adoração, consegue extrair Deus da equação, transformando o homem em deus, e novamente mesmo que depois de um longo tempo a pergunta sempre se fará em nossas mentes: Onde estão os figos?
Afinal o ateísmo é a religião mais árida do planeta, é o transformar de tudo em uma única figueira sem um único fruto para alimentar a fome.
E essa é a questão! Entendemos que temos tudo, entramos no absolutismo, somos completos, por isso a idéia de videira, de coletividade incomoda tanto.

Mas voltemos à mostarda...
Agora uma horta linda, completa e complexa, insondável para outras mentes e para a própria.

A que é semelhante o Reino de Deus, ao que se pode comparar? Disse Jesus.
É semelhante ao grão de mostarda.
A menos de todas as sementes.
Insignificante em seu tamanho, aparentemente frágil, desprezível à vista.
Porém quando plantada é a maior de todas as hortaliças.
Transforma-se em árvore.
Seus ramos servem de abrigo para que as aves possam chocar seus ovos, fora do alcance de predadores.
Vida que atrai vida!
Tudo nela é aproveitado.
Alimento, tempero, cor, sabor, abrigo, VIDA!

Assim é a semente do Reino de Deus, insignificante, a menor de todas as idéias, a menos atrativa, aparentemente frágil e inconsistente.
Desprezível à vista, uma idéia insana, ridícula perto das grandes idéias e respostas para as dúvidas da vida.
Desinteressante para se plantar em uma horta tão completa e absoluta.

Um desafio:
Pegue a semente que Jesus oferece, deixe o mestre da filosofia, lhe entregar essa minúscula semente! Será surpreendente!
Uma horta tão linda e completa como a sua não pode deixar de ter a mostarda, linda perfeita, segura, frondosa, essa sim, absoluta.

“... Se sua mente entrou em reflexão, vou apontar um norte e repetir um conselho dado por Jesus:
- “Derrube seus totens, entre na mente coletiva de Cristo, você não perderá sua identidade, na realidade a encontrará...”.

“... Se você já contemplou sua mente, e viu que horta linda ela é, outro conselho de Jesus:
- “Aceite a semente, esse pequeno presente de Deus, um Reino Inteiro, na palma de sua mão, plante e você verá que incrível árvore ela se tornará...”.

“... Uma revolução, mudanças incríveis, a busca que se encerra e traz a paz, se encontra em Jesus o mestre da filosofia, seus conceitos infinitos e perfeitos plantados no homem, devolvendo ao homem sua identidade perdida no Édem agora encontrada em seu nome.
“Em nenhum outro há salvação; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos...”.
                                                                                                   Paráfrase de Atos 4:12

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