Introdução Histórica
Lembro-me
de quando casei, eu e minha esposa éramos bem jovens, eu tinha 21 anos e ela
16, bem novos mesmo, éramos pobres, bem pobres, tínhamos sonhos de prosperidade
e isso mexia muito conosco.
Como nos 4
primeiros anos não tínhamos filhos, não havia uma “parada certa” pelo menos é o
que achávamos, estávamos passando muito aperto financeiro e como éramos novos
as oportunidades eram variadas.
Resolvemos
uma época trabalhar em São Paulo, entrei em um convênio de Saúde a GoldemCross
e por um tempo fui trabalhar como agente de vendas, foi muito bom, ficamos
morando provisoriamente no cortiço da família era 2 cômodos, o suficiente para
nós, mas como a minha esposa ficava muito tempo só enquanto eu trabalhava na
Paulista meu avô que ficou viúvo naquela época nos convidou para morar com ele
em Mongaguá, sua casa era de frente para o mar, literalmente pisávamos na areia
da praia quando saíamos do portão, um paraíso.
Ela ficava
com meu avô durante a semana e eu trabalhava em São Paulo, na Sexta descia para
a praia e durante a semana ficava com os parentes no cortiço.
Não
tivemos problemas, éramos tratados muito bem por toda a família, meu avô
adorava nossa presença em sua casa, foi um período bem prazeroso.
Mas algo
dentro de nós não estava certo, ao mesmo tempo em que desfrutávamos de todo
aquele período, sentíamos um desejo imenso de voltar para o interior, e tempos
depois voltamos mesmo; talvez você possa achar que éramos loucos por ter
voltado para a mesma situação, mas faltava algo dentro, algo sólido, faltava
identidade, faltava certeza de que era o nosso lugar.
Uma coisa
estranha sobre o ser humano é que não adianta ele estar no paraíso se o paraíso
não for sua casa, ele pode se adaptar, falar para si mesmo todos os dias pela
manhã:
- Olha que
lugar! Que oportunidade! É aqui o melhor lugar...
Lá dentro
bem no fundo tem o desejo de “voltar para casa” e conosco não foi diferente, aqui
era o nosso lugar, com aperto de dinheiro, sem a praia, sem a agitação da
Paulista, sabíamos depois de experimentar tudo que aqui era o nosso lugar.
É por isso
que quase todos que vão trabalhar fora do país, por mais lindo e próspero que
seja, o desejo de voltar para casa é inevitável, pode até ser controlado, pode
ser calado, mas ele está lá, o desejo de voltar uma hora grita mais alto e a
saudade aperta, aparecem as lembranças, a memória dos amigos e parentes
queridos e o choro calado chega.
Texto: Lucas 6:47-49 “...Todo
aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei
a quem é semelhante.
48 - É
semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e
lançou o alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra
aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída.
49 - Mas o
que ouve e não pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a
terra sem alicerces, e, arrojando-se o rio contra ela, logo desabou; e aconteceu
que foi grande a ruína daquela casa.
01 – Casa
na areia ou na rocha?
Como é que
identificamos se nossa casa está na rocha?
E se nossa
declaração é de que estamos na rocha, mas na realidade estamos na areia?
Que
evidências provam que realmente temos nossa construção em local seguro?
“... Uma
das evidências que não se está edificado na rocha é a incredulidade e falta de
experimentar D’Ele...”.
Você se
declara um “crente” e “alguma coisa” começou a te atrair para outro lugar e você
começou a ir lá...
Sabe
aquele vazio, aquela sensação de preguiça, de falta de vontade de ir à igreja?
Na realidade você está evitando-O, porque há alguma “coisa escondida” que você
continua a fazer, qualquer coisa, e isso o faz oscilar entre Ele e “essa coisa”,
normalmente “essa coisa” vence.
São várias
as evidências de uma casa sem alicerce de uma vida na “barraca”, é uma
instabilidade, uma inquietação de mover-se de uma coisa para outra buscando
preencher o tal vazio:
Você pode
estar trocando de parceiros sexuais.
Você pode
estar trocando de amigos.
Você pode
estar trocando de emprego.
Você pode
estar trocando de igrejas. Uma após outra...
Você pode
estar trocando de passatempos: Internet, distrações, games...
Você pode
estar trocando de cortes de cabelo.
Você pode
estar trocando o guarda-roupa.
Você pode
estar trocando de carros.
Você pode
estar trocando de endereço, mudando, mudando...
Porque não
há um profundo contentamento (alicerce na Rocha) de identidade em Cristo. Não
existe a profunda satisfação em Cristo.
Nossas
vidas são um poço profundo de desejos incompletos e estar na rocha é se
satisfazer todos os dias acordamos com fome, com desejos a cada manhã e Jesus
diz:
Construa
sua vida em mim e encontrará estabilidade, segurança.
Venha a
mim e encontrará o contentamento e identidade, não precisará mais ficar
mudando.
A vida
daqueles sem alicerce é instável, não dá para achar segurança, não sabemos como
eles acordarão amanhã, se estão firmes com a gente ou se estão desmontando a
barraca e indo para outra freguesia.
Vai pra
lá... Vem pra cá, mudando, mudando, desejo, desejo, desejo, nada preenche.
“... O
problema com a barraca é que é fácil desmontar e montar, uma casa não pode ser
desmontada, sem ser derrubada...”.
E a
pergunta que insiste em falar:
Como é a
sua casa?
Está
construída com alicerces na rocha? Ou é feita de lona mesmo?
É possível
confiar em você para um projeto de longo prazo?
É possível
convidá-lo para um trabalho na comunidade ou nem você sabe onde estará no mês
que vem?
Como você
quer um bom emprego, um companheiro ou companheira, com essa construção de
palafita?
Que
estabilidade você provoca à sua volta?
Você
oscila entre Jesus e a balada? Entre Jesus e um namoro? Um sexo? Dinheiro?
Amigos? Eventos?
Aqueles
que edificaram suas casas em Jesus sabem onde estão.
Porque
estão.
Para quê
estão.
Não sonham
com um novo lugar, já acharam seu lugar, o melhor lugar, Jesus, eles vivem
sobre Ele, firmes, constantes, satisfeitos, e preenchidos todos os dias.
Eles não
vão para lugar nenhum, simplesmente vivem N’Ele, não ficam pulando de esposa em
esposa, namorada em namorada, emprego em emprego, carro em carro, cabelo em
cabelo, eles são estáveis.
Você é
estável? Firme?
Pode soar
meio parado, mas não é!
O
dinamismo de uma vida firmada na rocha vai além dos desejos incontidos e
insatisfeitos por novidade, firmeza na rocha é satisfação, é estase, é
plenitude, é o alívio de ter identidade e não precisar mais vagar por todos os
lugares à procura de si mesmo.
Não é um
congelamento do ser, é estar centrado na rocha, convicto, firme, sempre forte.
É satisfação
dia após dia fluindo desta amizade, deste relacionamento de amor.
Existe uma diferença entre movimento de fé confiante e movimento
de ânsia frustrante:
Fé
confiante
– é casa com alicerces na rocha, é caminho firme em direção ao céu,
sem paradas sem desvios, sem oscilações mortais, é uma vida tranquila
independente do esterno. Não é pelo que se pode ver, mesmo que a
tempestade chegue, que seja visível a fé confiante tem os alicercer
profundos em Jesus.
Ânsia
frustrante - É o desejo de mudar porque isso não está funcionando, mudar,
mudar, mudar...
- É isso!
Eu quero, eu vou...
- Já sei,
vou mudar de cidade aqui não há oportunidade para mim, nem namoro, nem emprego;
vou para Belo Monte lá haverá necessidade de pessoas como eu...
- Vou para
Brasília, vou para São Paulo o salário lá é três vezes o que ganho aqui...
“... E
assim a pessoa vive sem vida, sem saber que realmente é, vazia, sem conteúdo,
sem propósito definido, o tempo vai passando e a ruína, o desvio é
inevitável, infelizmente fadadas ao erro, a falência...”.
Desfecho: Texto: Lucas 6:47 “... Todo aquele que vem a mim, e ouve as
minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante...”.
A questão
fundamental de comportamento cristão firmado na rocha está na continuidade e
não na paralisação, muito embora estar na rocha pareça paralisação, não o é, o
comportamento cristão firmado na rocha caminha progressivamente em direção ao
crescimento espiritual.
Primeiro
“vamos a Ele”, é o que Jesus disse: “Todo aquele que vem a mim”.
Ir a Jesus
é o primeiro passo, mas não pode parar aí, é necessário avançar para ter a casa
na rocha, ir à Jesus é relativamente fácil o difícil é o segundo passo:
Ouvir as
suas palavras – Nem todos gostam do que Jesus fala, para dizer a verdade,
quando começamos a ouvir suas palavras não gostamos porque Ele aponta nossos
desejos incontidos e nos desafia a mudar, muitos param por ai, sem alicerce, só
a “barraquinha” assim quando a coisa apertar é só levantar acampamento e ir
para outro lugar.
O terceiro
passo é o mais difícil: - “Praticar suas palavras”, ouvir é relativamente
fácil, fazemos isso todos os domingos, semana após semana, mês após mês, ano
após ano a questão ácida nas palavras de Jesus é ouvir e fazer, é praticar suas
palavras em nosso cotidiano.
É levantar
pela manhã e como diz em Efésios “encher-se” satisfazer-se com a segurança de
que, mesmo que venham as enchentes da vida a “casa não vai cair”, sabemos que
depois do tumulto estaremos ali, de pé...
Você está
em pé? Hoje?
Ou essas
festas e férias de final de ano já te levaram para outro lugar?
Você está
passando por uma fase difícil? Se sua estrutura estiver firmada na rocha que é
Jesus, depois que tudo passar, você estará ai, firme.
Talvez
esse não seja seu caso, talvez você seja um “sem teto” morando em barracas
improvisadas pelos caminhos, e a cada mudança, uma nova lona, a velha foi
levada pela correnteza.
Desafio a
você a vir, ouvir e praticar, asseguro que estará aqui muito depois que outros
forem arrastados.
Este ano
que passou foi uma enchente na fida de muita gente, na minha foi um caos,
sinceramente tiveram momentos que achei que iria ser levado pela correnteza,
mas estou aqui, o ano se foi levado pela correnteza do tempo e eu estou aqui,
convido você a engrossar essa fileira dos firmes, firmados na rocha.
Venha,
ouça e vamos praticar juntos...