domingo, 30 de maio de 2010

O resgate da Paixão

Ilustração

CONTA-SE A HISTÓRIA de um casal de judeus muito piedosos. Haviam se casado com grande amor, um amor que nunca morreu. A maior esperança deles era ter um filho; assim, o amor poderia caminhar sobre a terra com alegria.
No entanto, enfrentaram dificuldades. Por serem muito religiosos, oravam com perseverança. Como resultado de outros grandes esforços, imagine só, a esposa concebeu. Quando soube que estava grávida, riu mais alto do que Sara ao conceber Isaque. A criança agitava-se em seu ventre mais alegremente do que João no de Isabel quando Maria a visitou. Nove meses depois, um garotinho encantador veio ao mundo.
Deram-lhe o nome de Mardoqueu. Era impetuoso, espirituoso. Devorava cada dia da vida e sonhava durante a noite. O sol e a lua eram seus brinquedos. Cresceu em idade, sabedoria e graça, até chegar a hora de ir à sinagoga e aprender a Palavra de Deus.
Na noite anterior ao início dos estudos, os pais disseram a Mardoqueu quão importante era a Palavra de Deus. Enfatizaram que, sem ela, Mardoqueu seria como uma folha solta ao sabor do vento. Ele ouviu com grande atenção. No entanto, no dia seguinte, não foi à sinagoga. Em vez disso, foi para a floresta, nadou no lago e subiu nas árvores.
Quando chegou em casa, naquela noite, a notícia havia se espalhado por todo o vilarejo. Todos tinham tomado conhecimento de sua atitude vergonhosa, e os pais concordavam com aqueles que o criticavam. Não sabiam o que fazer.
Assim, chamaram os disciplinadores para mudar o jeito de ser de Mardoqueu até que não houvesse nenhum comportamento nele que não tivesse sido modificado. Mesmo assim, no dia seguinte, ele foi para a floresta, nadou no lago e subiu nas árvores. Então, recorreram aos psicólogos, que derrubaram os bloqueios mentais de Mardoqueu. Mesmo assim, no dia seguinte, ele foi para a floresta, nadou no lago e subiu nas árvores.
Os pais ficaram aflitos pela situação daquele filho amado. Parecia não haver nenhuma esperança. Nessa mesma época, o Grande Rabino visitou a vila. Os pais disseram: "Ah! Talvez o Rabino resolva". Então levaram Mardoqueu ao Rabino e contaram sua história dolorosa. O Rabino disse, com firmeza: "Deixe o garoto comigo, terei uma conversa com ele".
Já era muito ruim o fato de Mardoqueu não ir à sinagoga. Mas deixar o filho amado com aquela fera de homem era aterrorizante. Contudo, tendo chegado a esse ponto, resolveram deixá-lo. Agora Mardoqueu estava no corredor e o Grande Rabino, em seu gabinete. Ele o chamou, acenando: "Garoto, venha aqui". Tremendo, Mardoqueu se aproximou. Então, o Grande Rabino o pegou e abraçou junto ao coração, em silêncio...
Os pais foram buscar Mardoqueu e o levaram para casa. No dia seguinte, ele foi à sinagoga para aprender a Palavra de Deus. Quando acabou, foi para a floresta — A Palavra de Deus se uniu às palavras da floresta, que se uniram às palavras de Mardoqueu. Ele nadou no lago. A Palavra de Deus se uniu às palavras do lago, que se uniram às palavras de Mardoqueu. Ele subiu nas árvores. A Palavra de Deus se uniu às palavras das árvores, que uniram às palavras de Mardoqueu.
Assim. Mardoqueu cresceu e se tornou um grande homem. Pessoas tomadas pelo pânico vinham a ele e encontravam paz. As solitárias vinham a ele e encontravam comunhão. Gente sem esperança vinha a ele e encontrava uma saída. E quando alguém o procurava, ele dizia: "Aprendi peia primeira vez a Palavra de Deus quando o Grande Rabino me abraçou em silêncio perto de seu coração".
O coração é tradicionalmente considerado o centro das emoções, a partir do qual surgem os sentimentos mais fortes, como o amor e o ódio. Entretanto, essa descrição simplista do coração como base das afeições o limita a apenas uma dimensão do "eu" integral. E claro que isso não é tudo o que temos em mente quando oramos: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro" (Sl 51:10); nem o que Deus quis dizer quando falou pela boca de Jeremias: "Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei" (Jr 31:33); ou o que Jesus quis dizer quando falou: "Bem-aventurados os limpos de coração" (Mt 5:8).
     O coração é o símbolo que empregamos para captar a essência mais profunda da pessoalidade. Simboliza aquilo que reside no centro de nosso ser, define, de modo irredutível, quem somos de fato. Só podemos conhecer e ser conhecidos quando revelamos o que está no coração.
     Quando Mardoqueu ouviu o pulsar do coração do Grande Rabino, ouviu mais do que a sístole e a diástole de um órgão humano palpitante. Ele penetrou na consciência do Rabino, adentrou sua subjetividade e veio a conhecê-lo de uma forma que abarcou intelecto e emoção — e os transcendeu. Um coração falou ao outro. Pense nesta afirmação provocativa de Blaise Pascal: "O coração tem razões que a própria razão desconhece".

Texto

João 13:23-25 – Um de seus discípulos, aquele a quem ele amava, estava reclinado próximo a Jesus.
24 - Simão Pedro fez sinal a este, dizendo: - Pergunta de quem o Mestre está falando.
25 – Reclinando-se aquele discípulo sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: Senhor, quem é?

A paixão...

    A palavra paixão significa basicamente: “ser afetado por”, e é a energia essencial da alma.
Somente um “afetado por” seria capaz de vender todas as suas posses para comprar um campo com tesouro enterrado ou a Grande Pérola.
     A questão, o cerne é ser “afetado” por essa energia que o Reino dos Céus produz.
     Paixão não é saber tudo sobre o Reino é ser afetado por Ele...
     Paixão não é fazer as contas do “lucro certo”, é ser arrebatado no íntimo, é ter a mente subjugada. Tudo mais parece inútil se comparado.
     A idéia das duas parábolas que se completam não é o que o homem abre mão, mas a razão de assim fazê-lo – a esmagadora experiência da descoberta.
     Assim é o Reino de Deus – o efeito da boa nova irresistível que enche o coração, outrora vazio, de felicidade mudando assim completamente o curso da vida e produzindo o mais sincero sacrifício próprio.

O vício...

Vamos transpor a parábola do tesouro para um tom moderno. Na virada do Ano existe o “prêmio da virada” da loteria federal, 144,9 milhões foram concorridos na virada de 2009 para 2010, João da Silva (nomes fictícios) ganhou sozinho, ele é um professor de colégio de trinta anos, ganhou os 144,9 milhões. Imediatamente pegou um avião de Brasília para São Paulo, para reatar com a noiva Maria de Jesus. Em entrevista ao jornal, João diz disse: "Nos dois primeiros dias estávamos talvez mais temerosos e intimidados do que exultantes. De forma geral, as coisas estão começando a se tranqüilizar; estamos contentes".
Seria presunçoso dizer que João e Maria "afetados por" seu destino, e que ganhar o prêmio da Loteria despertou-lhes a paixão na alma? Uma paixão idêntica à do camponês na parábola?
João e Maria tinha 180 dias, após o sorteio, para requerer o prêmio. Entretanto, vamos supor que sejam fãs alucinados de esportes. Ficam tão extasiados com seus times em busca do título e com a disputa da grande final, que se esquecem de requerer o prêmio. Os 180 dias expiram, e eles perdem 800 mil mensalmente, pelos próximos vinte anos.
Qual seria seu veredito para o jovem casal?
Imbecis???
Minha resposta seria a mesma, embora temperada com compreensão e compaixão.
Fazemos exatamente isso!
A servidão cega deles era para os esportes; e a nossa?
Consigo me identificar com a imbecilidade deles. Privaram-se de uma fortuna por causa de seus times.
E quantos de nós nos privamos do tesouro por causa dos nossos compromissos importantes?
O tempo todo sabemos o paradeiro do tesouro, mas o desprezamos por nossas pérolas de vidro...
A mesquinhez de nossa vida é devida, em grande parte, à fascinação com as quinquilharias e troféus do mundo irreal que é extremamente distante.
Baladas, Expôs, Sexo, drogas, bebidas alcoólicas, busca desenfreada por dinheiro, prazer e poder, mesmo uma religiãozinha, suprimem a consciência da presença do Jesus ressurreto.
A dedicação religiosa após esses distúrbios ou “eventos” não consegue apagar a ausência aterrorizante de significado para a vida; não que esses eventos ou distúrbios tenham em si o vício, mas qualquer uma dessas coisas que nos aprisione, que nos faça trocar o tesouro real pela bijuteria.
Qualquer que seja o vício, entorpece a capacidade de sermos afetados por  Jesus.
Quando não somos profundamente afetados pelo tesouro ao nosso alcance, a apatia e a mediocridade são inevitáveis. Para que a paixão não se degenere em nostalgia ou sentimentalismo, ela, como fonte, precisa ser renovada. O tesouro é Jesus Cristo, ele é o Reino dentro de nós.

Somos afetados pelo Reino de Jesus?
Fomos de fato “afetados por”???

Aquele a quem Jesus amava...

Não podemos deixar essa cena passar desapercebida em busca de revelações profundas no texto, ou então perderemos a essência do que João tentou transmitir em meios as informações que julgou importante registrar para nosso conhecimento e nossa salvação.
Seu objetivo na essência foi no “afetar”.
O cântico que cantamos:

TU ÉS O SENHOR, O REI DOS REIS,
TODO PODEROSO,O SENHOR DAS LEIS.
DEUS EMANUEL, O GRANDE EU SOU,
PRÍNCIPE DA PAZ QUE RESSUSCITOU.
VENCEU NA CRUZ DANDO SALVAÇÃO,
TRAZENDO VIDA, PAZ E LIBERTAÇÃO.
ÉS O ALFA, O ÔMEGA, PRINCÍPIO E FIM,
SALVADOR, MESSIAS,
 “TU ÉS TUDO PRA MIM”.

Tem que ser uma declaração de que fomos “afetados”...
A passagem de João 13:23-25 não pode ser uma menção histórica, mas uma declaração espontânea que esse Deus, que adoramos acima, permitiu que um jovem de vinte e poucos anos deitasse em seu peito, permitiu o aconchego, permitiu o toque, sem o menor preconceito ou nojo dos pecados humanos.
Ao narrar o evangelho, João fala de si mesmo como: “aquele a quem Jesus amava”, para ele o cerne do cristianismo não eram as doutrinas que herdou mas a própria experiência de ser “o amado de Jesus”.
Considerado o “apóstolo do amor” suas declarações não eram firmadas em textos ou cursos ou discursos, mas no toque.
        
Reclinado no peito de Jesus...

         Reclinar no peito do Mestre, do Grande Rabino transcende nossa condição de pecadores inveterados.
         Jesus jamais falou:
- Limpe-se então, encoste-se, ou: - Afaste-se, você cheira a pecado...
         Ele jamais recusou ser tocado, essa menção é feita nos dias de hoje pelas pregações de “falsa santificação” onde sentir o poder, os “raios de trovões” de um Deus que se ira com qualquer coisa que o homem faça, é a verdadeira fé, e a verdadeira salvação.
         Reclinar-se no peito de Jesus independe nossa condição humana.
         Reclinar-se no peito de Jesus é encostar em seu peito e mais nada, seguros, felizes, sendo limpos e perdoados a cada batida de seu coração.
         As batidas do coração de Jesus precisam se unir com nossa alma e com nosso espírito.
         O “grande prêmio”, o “tesouro escondido”, a “Grande Pérola” nos espera pacienciosamente, mas o “ser afetado” precisa acontecer.
         Precisamos sair da religiosidade rasa e ir para o profundo.
         Temos que parar de agir como Pedro: - Pergunta pra Ele...(João 13:24),
E ir direto em seu peito sem medo, sem o detestar-se.

DESFECHO – I João 1:1 - O que realmente importa:

“...O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos tocaram, isso proclamamos com respeito ao Verbo da Vida...”.

Recuperar a paixão que foi perdida por algum “vício humano”.
Essa recuperação começa com a recuperação do “Eu” como “amado de Jesus”.

Se perguntássemos a João qual é sua primeira identidade, o senso mais coerente que você tem de si mesmo?
Ele não responderia: Sou Discípulo, Apóstolo, Evangelista, mas :
- “...Sou aquele a quem Jesus ama...”.
Enquanto eu não deitar no peito de Jesus, escutar as batidas de seu coração, lançar fora todo o medo (I João 4:18), me apegar ao perfeito amor, minha fé e religião são sem proveito, é vazia, é morta.
Mas não é nada que Jesus não possa ressuscitar, fazer florescer mesmo num galho seco, ou um monte de ossos.
Jesus é mestre em transformar pó em homens.
O que era desde o princípio, que fez do pó o homem, que faz do pó do homem vida e vida em abundância...
O que ouvimos em nossos pensamentos, em nossas canções, em nossos encontros.
O que vimos com os nossos olhos, em meio ao caos da vida, pela criação, pelo inexplicável, pelo cosmos ou por minha existência pensante...
O que contemplamos em nossas vidas quando “afetadas” por seu amor, quando lembramos da cruz, de seu maravilhoso olhar...
O que as nossas mãos tocaram, como leprosos espirituais, como anêmicos em meio as nossas hemorragias emocionais.
O que diante de tudo isso permite o toque, o encostar-se em seu peito...

Ver Jesus em carne e osso foi um privilégio extraordinário mas “...Felizes os que não viram e creram... disse Jesus”.

Isso proclamamos com respeito ao Verbo da Vida.

Quando voltamos a nos reclinar no peito de Jesus, ou começamos a experimentar essa intimidade, esse “afetar” nos impulsiona a proclamar, a espalhar essa notícia, para todo o lugar:

“... Quando Jesus estendeu a sua mão,
Quando Ele estendeu a sua mão para mim,
Eu era pobre, perdido, sem Deus se Jesus,
“Quando Ele estendeu a sua mão para mim...”.

Se, estamos “afetados por” esse homem, é impossível se calar.
Não existe vergonha que nos pare.
Não existe maldade que nos impeça.

O Verbo da Vida, o Grande Mestre, O Tesouro Escondido, A Grande Pérola, o Meu Tudo vale a pena ser Proclamado.

Você pode experimentar
Você pode.

Fonte: Parte dos textos foram extraídos do Impostor que Vive em Mim e o Obstinado Amor de Deus de Brennan Manning.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pérolas ou Bolinhas de Vidro?

Ilustração

Havia no oriente um mercador de pérolas chamado “Mohamed” nome dado pelo seu pai em honra a sua religião.
 Mohamed conhecia bem a região, os bons fornecedores, é uma profissão que exige experiência, experiência essa que adquiriu de seu pai que aprendeu com seu avô, um legado da família, entendiam do assunto como poucos no oriente e tinham que conhecer bem as pérolas, pela aparência, pela textura, pelo peso, pela cor, pela região.
É um mercado ingrato com os de pouca experiência, havia muitos falsários e espertalhões, prontos a apanhar os desavisados, os turistas, os aventureiros da profissão.
É um mercado de relacionamentos, de trocas, de pechinhas tão acirradas que parecem brigas, mas é tudo trabalho, faz parte do teatro da compra e venda e o mercador o conhecia bem, de tanto ver seu pai e avô lutarem por boas pérolas.
Até suas brincadeiras infantis, tinham a ver com o universo das pérolas, seus brinquedos eram pérolas mortas, ou quebradas, tinha também uma coleção de pérolas falsas que guardava com cuidado, algumas idênticas às verdadeiras, não se cansava de perguntar para seu pai se realmente não eram verdadeiras, devido à tamanha qualidade da falsificação.
Seu sábio pai deixava com ele esses brinquedos para que o filho aprendesse a identificar a falsidade e a verdade.
Seu pai e seu avô contavam a história de uma pérola encontrada por um caçador de pérolas que morreu por causa dessa pérola, conta à história que o caçador ao mergulhar a procura das pérolas, viu bem mais fundo um gigantesco crustáceo, que tinha em seu interior a maior e mais perfeita pérola já encontrada.
O mergulhador experiente ao vê-lo, tendo ainda muito fôlego em seus pulmões resolveu ir mais fundo, sabia do perigo, sabia também que se estivesse certo sobre o crustáceo, sua vida e família sairiam da pobreza naquele dia.
Ao ir mais fundo começou a sentir a pressão da água apertando seu corpo, mas insistiu, por ser muito grande, demorou mais ali do que deveria, conseguiu abrir o crustáceo e apanhar a pérola que mal cabia em sua mão, mas essa demora e luta lhe custaram à consciência e a vida.
Ele afogou-se antes de submergir e depois de muitas horas, foi encontrado por seus amigos que ao resgatarem seu corpo, tinha em suas mãos, bem agarradas, quase coladas, a pérola mais incrível, mais perfeita, a maior que já viram.
De fato aquela pérola mudou a vida de sua família pobre, seus amigos não ficaram com aquele tesouro, levaram seu corpo para sua família e entregaram a pérola à sua esposa triste, a fim de trazer algum consolo e sustento em meio a essa tragédia.
Os olhos de Mohamed brilhavam cada vez que eles contavam a história do caçador que morreu agarrado à pérola rara que trouxe riqueza à sua família. Se perguntava como deveria ser aquela pérola para um homem morrer por ela...
Mohamed já com seus 40 anos, já havia perdido seu pai e avô, uma boa família, filhos, lembrava-se dos conselhos, contava a mesma história a seu filho “Mohamed”, bem estabelecido, rico por ser um ótimo negociante e por herança.
Uma semana especial, um dia especial, Mohamed sentia algo no ar, uma motivação diferente de seus dias, parecia que algo iria acontecer, fez suas orações e foi para o mercado ver as pérolas, um homem diferente estava por ali, um velho, olhar de cansado mas com aparência feliz, este homem abordou Mohamed e disse:

- Tenho observado você no mercado a dias...
- Sua família está no ramos a gerações, é exatamente quem procuro, sou também de uma família de caçadores a gerações, mas a sorte não me deu filhos, meu legado de caçador terminará comigo, mas minha herança precisa ir para uma família que tenha legado, assim saberei que “Ela” não ficará sendo disputada, guerreada ou saqueada.
- Não quero passá-la para negócios, ela vale muito mais que dinheiro...

- Do que você está falando meu senhor? Ela quem? Disse Mohamed.

- Venha comigo... O velho o levou a uma casinha simples, humilde, entrou em seu quarto, escondido na parede, ele fez um buraco e tirou de lá uma caixinha envolta em um pano de linho empoeirado, desembrulhou com cuidado, Mohamed um tanto desconfiado da sanidade do velho, foi ficando curioso...
Quando o velho abriu a caixa, Mohamed quase teve um enfarte!
Seus olhos se arregalaram e brilhavam, no reflexo de seus olhos o velho viu refletida a imagem da grande pérola, uma mistura de emoções o apanharam de surpresa, ele expressou:
- Quando era garoto ouvia a história dessa pérola, depois de mais velho achei que era uma estória do meu avô apenas para alegrar minha imaginação... Mas o que estou vendo...!
- Mas como você a conseguiu?

- Herança de meu bisavô, ele foi encontrado agarrado a ela, disse o velho...

- Mas a esposa de seu avô não vendeu para sustentar os filhos e se tornaram ricos?

O velho com um sorriso respondeu:
- Existem coisas que valem mais do que dinheiro... Nunca a vendemos, se ela custou à vida dele, precisava ser honrada, vivemos uma vida simples até hoje, como não tenho herdeiros, ela precisa ir para um herdeiro que a honre como minha família honrou.
- Já passamos por situações difíceis, mas nunca a vendemos para satisfazer qualquer necessidade, custou à vida de um homem, não pode ir para o mercado, eu a venderei a você, pois não quero que ela se perca na parede.

- Quanto o senhor quer por ela?
- Você é um homem honrado, por quanto você a avalia?

Mohamed pensou, olhando para a história de sua vida, pelo sonho de seu pai e avô – Se eles estivessem aqui...!
- Vale muito mais do que tudo o que eu tenho. Respondeu.

- Fechado! Aceito tudo o que você tem, mas venda tudo e me traga em dinheiro, mas tem uma condição que sei que honrará, jamais a venda, e ensine seus filhos para que ela nunca vá ao mercado...

Mohamed vendeu tudo e levou o dinheiro ao velho e foi embora com seu sonho em mãos, feliz, despreocupado, rindo da vida e para a vida.
O Restante da história, fica pra você...

Introdução Histórica

O que faríamos diante de um sonho?
O que faríamos para conseguir esse sonho?
E se ele custasse tudo o que você tem?
E se tudo tivesse que ser mudado? Tudo mesmo? Rotina , família, trabalho, dinheiro, tudo?

Mateus 13:45-46 - Disse Jesus “...O reino dos céus é semelhante a um comerciante que busca boas pérolas.
“E, tendo encontrado uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha, e a comprou...”.

1 – Comerciantes que buscam boas pérolas:

Insatisfação crônica. O reino dos céus é assim! Insatisfação do mercador...
Incrível como uma parábola tem uma metáfora tão profunda sobre o ser humano.
Todo o homem passa a vida em busca de boas pérolas.
Todos somos comerciantes à procura de boas pérolas.
Fazemos negócios toda a vida em busca da satisfação pessoal.
Existe também um vazio no homem que o leva a essa busca incessante.
Um vazio do tamanho da grande pérola...
Essa insatisfação faz com que o homem negocie sempre:
O casamento não está bom – Divórcio – Essa pérola morreu...
O emprego não está bom – Demissão – Essa pérola vale pouco...
Pouco dinheiro... – Outra cidade, essa cidade não me cabe – Caso de pérola mal lapidada ou polida...
Essa igreja tem muitos problemas e não cresce... – Outra igreja, esse pastor é chato, quero ouvir outro... – Caso de insatisfação com a pérola – Preciso de outra maior, essa é boa, mas tem pouco valor...
As intenções são boas mas nada nesse mundo vai suprir o vazio da grande pérola... sempre buscaremos mais...

2 – O encontro com a pérola...

A questão da grande pérola é que ela não está no mercado da vida.
O mercado sempre lança produtos novos, pérolas novas. 
Mas o mercado não tem interesse em uma pérola que tire o mercador do seu comércio.
O grande produto do mercado é o ser humano...
O consumismo e a vida regada à consumo nos transformou em homens e mulheres, fúteis e vazios, e isso inclui a equivocada fé.
"Fé na Graça", não nas curas, milagres, prosperidades, denominações, pastores, bispo, apóstolos, isso é tudo produto do mercado...
Mercado das vaidades...
Existe uma música que diz que a carne mais barata do mercado é a carne negra, hoje a carne mais barata do mercado é a carne humana.
A fé se compra barato no mercado, tem teologias sistemáticas por todos os lados... e a sede não é de aprender, é de não precisar mais ouvir líderes.
Não se aprende para ensinar, se aprende para ser absoluto, um absoluto vazio por dentro...
Só quando encontrarmos a grande pérola, vamos de fato parar de ir ao mercado procurar "boas pérolas"...
Jesus sabia da insatisfação do homem desde quando foi criado.
Se Adão fosse satisfeito não teria comido o tal "fruto proibido"...
Faltava o reino, faltava a grande pérola, faltava Jesus.
Adão tinha a presença de Deus, mas não sentia sua necessidade...
E nós estamos satisfeitos? 
Falta o encontro com a grande pérola que nos roube o ar... 
Que nos faça pensar locuras!!!

3 – Vendeu tudo para comprar a pérola...

Não se trata de posse, mas de estilo de vida.
É desfazer de tudo para possuir o "Tudo".
Não é mais uma pérola é "a pérola", é comprada mas não pode ser negociada.
Não se encontra no mercado, se encontra com os sábios, com os velhos herdeiros...
Faze-se qualquer coisa por ela...
Vende-se tudo por ela.
Nada faz sentido sem ela, nem os bens, família, trabalho, nada!

DESFECHO – “...vendeu tudo o que tinha e a comprou...”.

O que nos falta realmente é o encontro com a pérola.
Buscamos nos lugares errados, buscamos no mercado.
Não se iluda, buscamos a religião e ela está no mercado.
Religião e a grande pérola são coisas diferentes.
Religião, "mesmo evangélica" é produto do mercado.
Jesus não é produto do mercado, não está no mercado, nunca estará.
Jesus não veio para concorrer com os produtos do mercado, veio trazer satisfação que os produtos do mercado nunca trarão...
A buscamos nas nossas satisfações pessoais
A buscamos nas nossas realizações.
Nos bens, família, filhos, posses, cargos, títulos, até na religião...
Tudo isso faz parte do mercado.

Mas “Ela” não está lá.
Quem a encontrou não vende.
Sabe que vale mais que tudo que um homem pode possuir.

Pergunto-me como as pessoas podem desistir dela assim.

Muitos abandonam a fé por bolinhas de vidro pintadas de pérola.
Trocam à maior perola de todas que é a igreja de Jesus por vidro...
Desistem do encontro por pura molecagem insana.

É caso de interdição, como pode o homem trocar o lugar de encontro com Jesus por prédio pomposo, ou pastor pomposo, ou massagem de ego?

Como podemos deixar a igreja e o encontro real com Deus por outro lugar?

Venda tudo!
Livre-se dos valores pessoais!
Não tem a ver com dinheiro, tem a ver com o entulho que carregamos.
Só tem a ver com dinheiro se nosso valor pessoal (entulho) é o dinheiro.

Faça já! Faça hoje! Liberte-se e adquira a pérola da vida.

O vazio é preenchido quando desfazemos de tudo e ficamos com a pérola...

Enquanto existir em nós reservas pessoais, mesmo tendo a pérola em mãos, em qualquer problema, a jogaremos fora para dar atenção aos nosso tesouros pessoais...

Não tem como servir a Dois senhores...
Ou a pérola ou o ego.

Decida pela pérola...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

É Ouro ou Bijuteria?

Ilustração

Um certo camponês, tinha um hábito saudável, todas as manhãs bem cedo antes do café que sua esposa preparava com muito amor, saía para andar pelos campos.
Um homem simples porém sábio, sabia que caminhar pelas manhãs oxigenava suas idéias e trazia-lhe uma paz incrível, durante essas caminhadas o camponês fazia suas orações longe de tudo, só ele e Deus.
Este homem fez isso por anos, hábito esse, que também deixava sua esposa feliz, afinal ela ficava na cozinha podia falar sozinha sem parecer uma louca. Ela gostava de orar pela manhã, era um pacto entre eles, sem contrato ou acordo os dois sabiam que precisavam desse tempo a sós com Deus.
Tinham uma vida comum e muito apertada, o dinheiro era contado, decendentes de famílias pobres só possuíam o pequeno pedacinho de terra onde moravam com simplicidade, uma casinha, alguns animais e uma pequenina fonte de água que supria as necessidades da sua terra.
Um belo dia no seu hábito matinal o camponês empolgado com a conversa com Deus, caminhou para bem mais longe, era uma terra mais seca, não tinha fonte de água, mas tinha uma boa vista, por ficar na parte mais alta dava pra ver bem ao longe na parte baixa do vale a fumaça saindo da chaminé de sua casinha que parecia mais uma foto de postal.
- Hum! Dava até pra imaginar o cheiro do café fresco e o pão caseiro quente com manteiga se desmanchando...
Depois de lembrar da mesa posta e o sorriso de sua esposa resolveu voltar, apertava o passo a medida que o apetite ia aumentando, derrepente um tropeção, caminho novo, um belo tombo que o fez rir de si mesmo e concluir que o que faz a fome fazer... – Ô pressa!
Ao levantar e se estapiar para tirar o pó de terra das roupas, olhou para o chão e viu o canto de cima de um baú de madeira e cantos de ferro como aqueles de navios piratas, a curiosodade o levou ao chão, pelo aspecto do local fazia muito tempo que não passava ninguém por ali, o baú era bem velho e parecia fazer parte o terreno a anos...
Começou a cavar, um baú grande, caberia uma pessoa encolhida dentro, ao terminar de escavar pegou nas alças... Pesado! Um cadeado velho! O que será? Perguntava-se, achou rapidamente uma pedra e quebrou a tranca que o separava de uma grande surpresa:
Ouro, jóias, moedas de ouro antigas da época de seus ancestrais, seus olhos brilhavam, seu peito se encheu de uma mistura de emoções, mas era um homem correto, não poderia simplesmente arrastar o baú para casa; como explicaria sua fortuna repentina?
Uma decisão estranha, cavou ainda mais e enterrou completamente o baú, cobriu com pedras e arbustos fez uma verdadeira montanha em cima do tesouro de forma que nem os animais pudessem escavar o lugar.
Voltou para casa e completamente calado tomou seu café, sua esposa vendo a sujeira em que se encontrava nem arriscou perguntar a razão de seu estranho estado, após o café e litros d’água, contou a esposa e tomaram uma decisão.
Vender sua propriedade tão querida, seu bens e animais, teriam que vender tudo para poder comprar a terra de cima, assim seriam donos do que encontrassem no terreno e os fariam legítimos...
O restante da história você pode criar...

Introdução Histórica

Porque nos sentimos tão inseguros em relação a Deus?
Que valor damos realmente a igreja? O que ela é para nós?
Que valores atribuímos aos nossos conceitos?
Temos certeza de que nosso raciocínio é correto, ou é somente cômodo?
Como reagiríamos diante de uma situação que mudaria nossas vidas para sempre?
Haveria reação? Ou somente o desconforto e posterior desprezo ao novo?

Mateus 13:44 Disse Jesus “...O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo. Achando-o um homem, escondeu-o de novo, então em sua alegria foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo...”.

1 – O reino dos céus é semelhante:

Um tesouro escondido no campo.
Um campo fora dos nossos domínios.
Sempre esteve lá, mas é preciso acha-lo.
Mesmo que por “acidente” é preciso achá-lo, não está exposto em vitrines religiosas, o que a religião expõe é bijuteria.
O reino dos céus está escondido no campo, sempre óbvio, porém oculto.
Como achar, como obter?

2 – Preparado para o homem achá-lo.

Inda que casual o homem precisa procurar, não se acha o que não se procura.
É preciso haver inquietação, de alguma forma um inconformismo interior.
Algo que nos faça passear pelo campo.
Mas sair dos nossos domínios.
Conhecemos bem nossa terra, não tem tesouro lá.
Nossa vida pode até ser aconchegante e tranquila, pode ser simples, comum, ou mesmo turbulenta; não existe esse tesouro lá.
Está fora de nossos domínios filosóficos e teológicos.
O campo é incomum aos nossos hábitos cotidianos.
Vem por um convite a passear por terra estranha...
E derrepente: Está lá! Uau!
O reino dos céus foi escondido para ser achado por aqueles que saem de sua acomodação e passeiam pelo campo das novidades.
O reino dos céus é encontrado por quem precisa, a oportunidade é dada a todos, mas só encontra quem sai, quem vai, quem olha...
Não está na ora de olhar?

3 – Achado e escondido, vai e vem estranho...

Porque esconder?
Não seria mais fácil, levar o tesouro para casa e dizer que encontrou em suas terras? Ou mesmo gastá-lo devagar sem que percebam?
Guardar faz parte do processo de proteção ao patrimônio.
É o primeiro passo, guardar e legitmar a posse.
Realmente guardamos o que encontramos?
Guardar é primeira reação daquele que deu verdadeiro valor ao tesouro.
Guardamos? Que tipo de valor você deu ou dá ao reino dos céus?
O que é o reino dos céus para você?
Se realmente tem valor você vai guardar.

4 – Alegre, vendeu tudo o que tem e comprou o lugar do tesouro...

Legitimar a posse.
É o valor maior, indiscritivelmente maior.
Porque comprar o terreno? Porque nada nosso pode pagar o tesouro.
Vender tudo é desprezar o que tenho o que sou.
É reconhecer o valor do tesouro, acima de tudo, absolutamente tudo.
Só é possível legtimar a posse se abdicar tudo pelo tesouro.
Para fazer isso só se realmete sabemos o quanto vale.

Quando não agimos assim não estamos trocando ouro por bijuterias?
Não estamos nós valorizando o nossos pedaços de vidro mais do que deveria?

O que temos realmente vale mais do que o reino dos céus?
Realmente queremos esse reino?
Porque nossa vida diz diferente do que nossa boca fala?
Dizemos ser do reino e nem passamos pelo campo do tesouro!

“Se soubéssemos o quanto vale o reino, jamais trocaríamos o encontro com Deus em nossos cultos por qualquer bujuteria barata!”

DESFECHO – “...vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo...”.

Quando vamos legitimar nosso campo?
Quando iremos dar o devido valor ao Reino de Deus?

Nada do que temos ou somos vale algo perto desse tesouro.
Alguém trocaria o céu pelo sucesso, dinheiro, família, amigos?
Iríamos par o inferno por essas coisas?

Ausência do Reino dos Céus é perdição.
Que valor real damos às nossas vidas?

Esconda dentro de si o reino, não abra mão por nada.
Comece a comparar o reino com sua vida.
Desfaça de tudo e fique com o tesouro.

Deixe as bijuterias da vida e compre a posse do tesouro real.
Veja a verdade, saia da acomodação e busque. Ande pelo campo...

Se você encontrou de fato o tesouro, percebeu o seu valor.
Mesmo que não possa saber o valor real e total, percebe que está diante de algo que vai mudar sua vida para sempre.

Se você encontrou de fato o tesouro, sabe que custa mais que tudo que você tem...

Se você encontrou de fato o tesouro, irá despojar de tudo para legitimar a posse do lugar onde está e possuir o direito ao tesouro...

É um passo radical, muda tudo na vida, mas não vale à pena?
Não é a decisão certa? Ou a metáfora vale mais que a realidade?

Encontramos o tesouro?

O que vamos fazer para tê-lo?

Hoje é o dia de vender tudo e comprar o reino!

domingo, 2 de maio de 2010

Água na Bacia


Ilustração

Um executivo arruinado que foi até um sacerdote que vivia no deserto e se queixou de sua frustração na oração, sua virtude violada e seus relacionamentos falhos. O ermitão escutou atentamente a descrição que o visitante fez de suas lutas e decepções na tentativa de levar uma vida cristã. Então, foi ao recôndito escuro de sua caverna e saiu de lá com uma bacia e um jarro de água.
"Agora, observe a água enquanto a derramo na bacia", ele disse. A água esparramou no fundo e junto aos lados do recipiente. Estava agitada e turbulenta. No início, a água agitou-se, fez um redemoinho em torno da parte interna da bacia; então, gradualmente começou a se acalmar, até que, no final, as pequenas e rápidas oscilações se tornaram ondas maiores que se moviam para frente e para trás. Depois de um tempo, a superfície se tornou tão lisa que o visitante pôde ver seu rosto refletido na água tranqüila.
"É isso que acontece quando se vive constantemente em meio aos outros", disse o ermitão.
"Você não se vê como realmente é por causa de toda a confusão e perturbação. Deixa de reconhecer a presença divina em sua vida, e a consciência de ser amado lentamente desaparece."
Leva tempo para a água se acalmar. Atingir a tranqüilidade interior exige espera.
Qualquer tentativa de apressar o processo apenas agita, novamente, a água.

Introdução Histórica

Porque nos sentimos tão inseguros?
Porque parece que hoje a religião, que era pra trazer paz, nos deixa ainda mais perturbados? De onde vem essa perturbação?
Porque de tanto desespero?
Porque a palavra fé cada vez mais está atrelada a curas e finanças?
Onde a igreja perdeu seu Deus?
Fé não deveria trazer Deus para perto?

Isaías 54:10 “...As montanhas podem desaparecer, os montes podem se desfazer, mas o meu amor por você não acabará nunca, e a minha aliança de paz com você nunca será quebrada.” É isso o que diz o SENHOR, que tem amor por você...”.

1 – As montanhas podem...

Eventos que nos apavoram.
Situações que nos deixam sem proteção.
Quando as motanhas se movem, desaparecem, perdemos a segurança.
Montanha é proteção, é garantia permanente de segurança.
Quem não busca hoje a segurança?
Quem não quer um emprego seguro, uma casa, saúde, família?
Por mais que nossa boca negue, buscamos em todo o tempo a segurança.
Segurança é artigo raríssimo hoje, é peça de colecionador...
Como obter então? Se o pais não dá? Já que nem a religião pode dar?
Onde encontrar?

2 – Os montes podem...

Podemos ver os montes como os eventos de nosso controle pessoal.
E quando perdemos o controle?
E quando perdemos o domínio sobre nossas vidas, trabalho, saúde?
Claro que inda são eventos controláveis, existem os médicos, a atitude positiva da vida, o mover em direção à saída.
Mas e quando o evento se torna menos ainda? E nos pega no campo da mente?
Montes podem parecer pequenos, damos pouca importância, mas normalmente e inconscientemente, é onde “colocamos nossa casa”...
Quando nossa estrutura mental/emocional se perdem, perdemos o controle de tudo, é como um carro em alta velocidade que perde os freios e o volante.

Um fato importante sobre montanhas e montes é que cada um tem muita importância e não podem ser desprezados pela aparência visível.
Podemos perder a segurança, mas podemos recuperá-la (correr para outra montanha).
Quando perdemos nosso valor consciente, nada de todas as coisas materiais  ou religiosas podem resolver. Não resolvem.
Daí tantos decepcionados com a cidade, com a religião, com os amigos...

Essa é a falta de paz. Sentimento tão raro, engodado por máscaras materiais e emocionais.
Só uma visão clara de onde está a segurança, de onde estamos, pode nos assegurar a paz, mas não se engane, a verdadeira paz só se  tem com o príncipe da paz, o reto é placebo.
Só se tem paz quando nos aconchegamos nos braços do Amado, só sendo amado, só sabendo que esse amor não vai acabar por nada, nem por nossos erros.
Essa é a beleza e o perfume da graça, nunca acaba, não se baseia em nós, baseia-se no Eterno e Amoroso Deus que fez “tudo” absolutamente tudo para nos dar a paz.
Independe de nossos pecados, transcende nossa carnalidade, vai além do véu da ignorância humana.

3 – Mas o amor de Deus não acaba nunca...

Para Deus quebrar sua aliança com a humanidade ele precisa invalidar seu sacrifício e isso não custou “qualquer coisinha” para Ele, custou seu filho, o seu amado filho, o seu único filho.
Custou perder uma pessoa da trindade.
No tempo da eternidade, por causa do homem, Deus abriu mão da companhia de Jesus.
Já pensou... Eles nunca se separaram! Nunca ficaram sem conversarem. Derrepente, sem Jesus! Que vazio!
Quanta dor! Que sentimento de separação, sem amor, abandono, trevas.
É por isso que Deus pode prometer algo assim, e é por isso que podemos confiar.
Sua garantia é que nos gera a fé, e não esses placebos religiosos de hoje.
Nossa fé não pode, nunca pode ser baseada naquilo que recebemos de Deus, nas coisisnhas do dia a dia.
Nossa fé precisa ir além do que os olhos podem ver, predisam alcançar a eternidade, caso contrário nunca conseguiremos perceber esse amor.
Seremos religiosos sem Deus, indo à sua casa, usando suas coisas, dormindo em sua cama, porem sem o mais importante:
Sua presença, seu amor, seu inconfundível abraço.

DESFECHO – A aliança de paz nunca será quebrada.

Pare de agitar a água!
Quando Deus derrama sobre nós seu amor, seu perdão, sua reconciliação é claro que tudo vai se agitar!
Se abrirmos para que ele derrame, qualquer coisa que estiver em nossa bacia, em nossas vidas, que não deveria estar ali, será arremessada para fora, é entulho.
Como receberemos de Deus se nossas vidas estão cheias de tantas coisas, de tantos conceitos e preconceitos que não cabe mais nada?
Como vamos crer se temos conceitos pré-determinados sobre a fé?
“... Para crer é preciso disso ou daquilo, fazer isso ou aquilo...”.
Para crer é preciso crer, só isso!

Estamos tão cheios, inchados, inflados com nossos pensamentos e fórmulas que não cabe nada de amor e paz.
Claro que a vida é uma constante guerra: - “um leão por dia”, um dia mau de cada vez, vamos ver no que é que dá...

“...Enquanto estivermos tentando acalmar as águas, sempre se agitarão...”.

Só Jesus tem as palavras de calmaria para nossas tempestades.
Pare de agitar, até quando essa bacia vai ficar balançando?
Deixa Deus derramar e espere a água parar.
Quando olharemos para a água e conseguiremos os ver como somos?
Não sabemos quem somos, suspeitamos que não somos o que mostramos, não queremos ver a realidade, mas a verdade liberta, a maior libertação é a de nós mesmos, é assumir nossa falha, impotente e torta vida, daí tanto desespero ou auto-segurança.

Se entregue ao derramar...
Deixe a água lavar, deixa retirar o que atrapalha, deixa te encher.

É a única forma de sentir o amor de Deus e sua paz.

O amor é a fé que seu derramar, embora turbulenta é para nosso bem, nossa saúde espiritual, nossa construção de amizade com ele.
Embora seja avassalador, está jogando fora o que não presta.
Sabemos que é amor, pois nos deu prova.

Quando as águas se acalmam vem a paz.
Olhamos para nós e descobrimos quem somos.
Vemos nosso reflexo mas vemos também que não estamos mais sozinhos.
O reflexo de Jesus está conosco, sorrindo para nós.
Podemos ver sua mão em nosso ombro e seu rosto se aproximando do nosso para se encaixar no espaço do reflexo, como se fosse tirar uma foto.

Que olhar é esse?
Que amor é esse?
Que sorriso!
Que aconchego, dá até pra sentir agora!

Hum! É bom não é?

Dá pra ver agora!

Vamos lá! Você consegue.

Se entregue a Ele... Faça hoje, faça agora.