terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Estão Roubando o Natal

Introdução Histórica:
25 de Dezembro, Natal
Que linda data!
Antes de falarmos sobre o Natal vamos desmistificar um pouco os absurdos natalinos, existe um tema que tenho preparado para um livro e que já foi utilizado diversas vezes cada qual com seu contexto histórico, “O Ladrão da Alegria”, pois bem é assim que infelizmente muita gente tem agido com o Natal.
Gente que se diz autoridade espiritual roubando o Natal das pessoas, e muitos nesta data tão festiva sequer preparam uma mesa especial, pessoas que ao invés de aproveitar a época para evangelizar e levar as boas novas de esperança, mais parecem querer esconder o Salvador.
Uma mensagem tão sublime, considerada pelos cristãos a mais importante mensagem do planeta é a cada dia diluída, distorcida e por fim complicada ao máximo, a impressão que se tem é que a boa nova de grande alegria é simples demais para se pregar, tem que tem o “plus” o “master” só um Jesus nascido em Belém em uma manjedoura não serve, tem que complicar o Natal.
Talvez você esteja pensando que estou falando do comércio no Natal, ou das festas onde Jesus não é nem lembrado, talvez pensando que é mais um tagarela a falar mal do Papai Noel, está enganado, estou falando da Igreja mesmo a tal intitulada igreja de Jesus.
De uns tempos para cá a moda é proibir a celebração do Natal, por vários motivos absurdos, inconsistentes e falácias de quem aparentemente não tem ocupação alguma ou tem que aparecer mais que Jesus...

Vamos começar pela data do Natal: 25 de Dezembro.

Dizem por ai que o dia 25 de Dezembro foi escolhido pra manchar o nascimento de Jesus porque é a data de uma festa pagã e para o Sol entre outros deuses pagãos.

Sabe o porquê que foi escolhido o dia 25 de dezembro?
Foi a data mais aproximada que se encontrou para o nascimento de Jesus, era a data do início do inverno romano, por dedução Jesus teria nascido no frio ou no começo do frio, como não há um relato preciso, um concílio no século V escolheu esta data especial.
Afirmam que tem a ver até com o satanismo, mas sejamos inteligentes, mesmo que fosse verdade, ainda assim estamos celebrando o nascimento de Jesus o Salvador e não qualquer evento anticristão, se foi ação do mal então a burrice foi ainda maior já que Jesus é lembrado e celebrado.
 Ação do mal é apagar o Natal como se tem feito, a igreja de Cristo fazendo mais uma vez gol contra...
É a desintegração do Natal, excluindo assim o nascimento e depois o próprio Jesus, se a intenção fosse tão boa assim porque não se celebra em outra data?

Não tem nada a ver com outras celebrações pagãs, apenas uma data, pode até ser coincidente, mas é só passar o mouse em cima da palavra Google na internet que a Google avisa as datas comemorativas e vale lembrar que todos os dias do ano estão ocupados com alguma comemoração, como o nosso dia das crianças e o da padroeira, mas acredite, 25 de Dezembro é um dia especial, dia aceito para se lembrar que o mundo sem esperança agora tem o Salvador, é um dia especial para ser celebrado entre os cristãos e não manchado como se tem feito; a data tanto faz, não é exata, mas Ele tem que ser lembrado...

25 de Dezembro, nasceu no mundo o Salvador, Jesus o Redentor!

Por volta de 1500 depois desse dia, começou-se a celebração do natal, simples, humilde, mas com a essência do formato de nossas festividades hoje.
Hoje com a tecnologia e a modernidade, muitas Cores, Luzes, Presentes, Papai Noel, Árvores de Natal, Presépios, Cantos, Estrelas.
Tenho um breve comentário sobre esse evento que marcou nossas vidas para sempre.

Dia em que Deus provou o seu amor para conosco, enviando seu filho para nos dar vida e vida em abundância.
Dia em que o próprio mundo declara talvez inconsciente o Antes de Cristo e o Depois de Cristo.
Antes do Nascimento, Depois de seu nascimento.
Será que sabemos mesmo o que significa esse AC e DC?
Existe um AC e DC em nossas vidas?
Você tem esse marco histórico?
Você teve um encontro com Jesus?
Não deixe as pessoas tirarem esse dia de você, são ladrões da alegria, roubadores da salvação!

Pinheirinho que alegria! Tra-lá-lá-lá... Agora é a vez do Pinheiro.

Dizem por ai que o pinheiro é demoníaco e existe um “ demônio da tempestade” que está por trás desse lindo pinheirinho, existe uma história o pinheiro era adorado pelos germânicos representando o deus Odim e que sacrifícios de crianças eram oferecidos a esse deus.
Vamos aos fatos:
O Evangelista Bonifácio derrubou o gigantesco pinheiro que representava o deus Odim adorado pelos germânicos e plantou outro pinheiro, símbolo do amor perene de Deus.
Porque derrubar um e plantar outro?
 

Em Oséias 14:8b 
Deus diz de si mesmo “... Eu sou o cipreste  (Pinheiro) verde; de mim vem o teu fruto...”.

Digressão iniciada:
A Bíblia nos diz que o diabo é pai única e exclusivamente da mentira, ele não é pai de mais nada, tudo que ele faz é em cópia e distorção daquilo que Deus criou, portanto vemos claramente que esse “demônio pagão” nada mais é que uma imitação de Oséias 14:8b, onde Deus se intitula “O Cipreste”, entre na internet e procure uma foto de um “cipreste”, é apenas um pequenino exemplo da astúcia do mal, sua intenção não é que celebremos ao mal por engano, sua intenção é que não façamos nada, porque “tudo é do diabo”, assim aqueles que acredita disseminam que tudo é do mal e a cada dia, a cada ano tudo que se refere a Jesus é de algum forma manchado e apagado.
O objetivo do mal é provar que Deus não existe e Jesus é uma farsa, infelizmente a Igreja de Jesus tem colaborado com isso.
Digressão encerrada.

E as decorações da Árvore de Natal?

O Evangelista Bonifácio adornou o novo pinheiro plantado com maçãs e velas dando-lhe simbolismos cristãos, as maçãs representando as tentações e o pecado original e as velas representando Cristo a luz do mundo e a graça que recebe os homens, ato esse que foi difundo em toda a Europa como forma de evangelismo e que chegou até nós.

Não tenha medo dos símbolos natalinos como algo do mal, o mal está no coração de quem vê, na ignorância das falsas revelações, carnais e obviamente malignas.
O próprio Deus se chama de pinheiro, de fonte que resiste o inverno e a seca.
As luzes elétricas  que substituíram as velas continuam simbolizando a graça de Jesus.
As bolinhas coloridas que representam hoje as orações, o pecado e a graça.
Os presentes que representam os presentes dos Magos do Oriente que levaram até Jesus suas dádivas.
A estrela na ponta da árvore que significa a estrela que guiou os reis magos até o Grande Rei dos Reis.

Não acredite nos falsos mestres, o próprio Martim Lutero montou uma árvore de natal em sua casa para sua esposa e seus 6 filhos que foram privados de irem à igreja.
Martim Lutero a decorou como memorial de Deus, fico a pensar sobre os ladrões do natal, que pregam e divulgam nessa época todo o tipo de ignorância carnal e diabólica.
Fico pensando sobre aqueles que, uma vez enganados, olham com nojo e desprezo para esta data tão especial e seus símbolos totalmente cristãos, imagino a escuridão criada por esses intitulados "mensageiros da luz". Que luz?
O próprio Jesus diz sobre os olhos que estão em trevas, e que grandes trevas!
Como fica nosso precursor Martim Lutero que montou uma árvore de natal em sua casa?
Ele agora será posto em descrédito?
Renunciaremos o protestantismo por causa desse ato natalino?
Não acredite em tudo que você ouve nos púlpitos das igrejas e nesses emails que considero como câncer maligno falando mal do natal e seus símbolos cristãos.

 E  o Papai Noel? 

Claro que não devemos fazer adoração a esse bom velhinho, mas você sabe sua origem? Acredita que ele é mais um demônio inventado?

A figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.

Como fica então os cristãos diante disso?
Era um Bispo Cristão e na época em que a igreja não havia se corrompido por Constantino que é nascido de 272 DC, portanto seu trabalho era social como o de Jesus e não aos mandos da Igreja.

Posteriormente foi transformado em santo (São Nicolau) pela então Igreja Católica, após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele.

A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos, ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel

E a roupa do Papai Noel?

Até o final do século XIX, o Papai Noel (Nicolau) era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura. Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foram apresentada na revista Harper’s Weeklys neste mesmo ano.

Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo mundo.

Alguém viu algum demônio aqui??? 
O bom velhinho era um Bispo do cristianismo e um detalhe, antes de se tornar romano, foi até canonizado por fazer curas.

Uma pergunta:
Você acredita em curas?
pessoas que fazem o bem?
Em nomes relevantes que prolongam suas histórias para além de seu tempo?

Desfecho - texto: Isaías 9:6 “...Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será:
Maravilhoso
Conselheiro,
Deus Forte,
Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz...”.

Conheci uma família a alguns anos e que fazem parte da minha vida, a família de meu concunhado, esse ano sua mãe faleceu a amada D. Sueli, eles são católicos praticantes.
No primeiro final de ano que convivemos depois de nossas festas ele nos convidou para irmos até a casa de sua mãe e lá me deparei com uma cena que jamais esquecerei. Nessa data especial, antes da ceia de ação de graças, na ponta da mesa sempre tem uma cadeira vazia, ninguém se assenta nela, significa que o aniversariante está lá.
Todos fazem declarações de adoração e gratidão ao aniversariante, oram e então celebram, é o que vamos fazer agora. Linda atitude cristã, que poucos cristãos praticam!
Confesso que nunca havia visto algo assim em toda a minha vida cristã, lembro-me sempre das festas e das comidas variadas e saborosas, lembro-me dos doces, lembro das músicas e por vezes da embriaguês por causa dos exageros do álcool, mas não me lembro de uma cadeira vazia na cabeceira para Jesus o aniversariante.
 Fico me perguntando onde ele estaria nessas festas que nem foi convidado a assentar-se.

Passou da hora da Igreja de Jesus parar de dar mau testemunho e começar a fazer o que foi proposto pelo Messias.
Não é hora de alienação, é hora de inclusão, de trazer pelo menos uma vez no ano, pessoas que nunca puseram os pés em uma igreja talvez exatamente por saberem dessas tantas ignorâncias e absurdos sem fim.
Vamos adorar e cear juntos com o Rei dos Reis em sua data especial; vamos trocar presentes e lembrar-se de seu amor.
Que venha o natal! Feliz Natal! Oh! Oh! Oh!

Viva!
Viva pelas cores, pelas luzes, pelas árvores, pelos presentes, pelos presépios, pelas cantatas e shows comemorativos.
Por mais esquecidos dos seus significados, ainda sim tudo isso faz menção a doce graça, ao amor incondicional de Deus pelo homem.
Pela sua forma apaixonada de mostrar ao homem o seu amor.

Que tudo brilhe!
Que brilhe muito!
Brilha Meu Jesus!
Parabéns a Você,
Nesta data querida
Muitas felicidades
E a eternidade em vida!
O aniversário é seu
Mas o presente é nosso!
Valeu demais!

“... VAMOS FAZER DO NATAL UM ADVENTO ESPECIAL, TRAZER A LUZ DE JESUS NOS CORAÇÕES! NÃO ACREDITE NESSAS DIFAMAÇÕES SOBRE O NATAL, CELEBRE-O COM TODO O SEU CORAÇÃO E AGRADEÇA A DEUS POR TER ENVIADO SEU ÚNICO FILHO PARA QUE TODO AQUELE QUE NELE CRÊ NÃO PEREÇA, MAS TENHA A VIDA ETERNA...”.

Flavio Morilha

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VAMOS RESSARCIR O NATAL...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Vamos contar as estrelas?


Introdução Histórica
Eu nasci na grande São Paulo e parte de minha infância foi em meio a arranha céus, apartamentos, casas de COHAB e os famosos cortiços, ao contrário do que o nome possa parecer não era favela ou lugar sujo, é um terreno grande que nossa família possui onde várias casas são construídas de forma que abrigue toda a família, descendentes de espanhóis a família da parte de minha mãe tinha um desses cortiços, como na Espanha onde se mora junto, todos possuem suas casas, porém dividem o terreno, o tanque e o banheiro e lá havia vários; um banheiro para cada casa, mas diferente de hoje os banheiros eram construídos fora da casa, de modo que parecia um vestiário.
Lembro que era divertido brincar naquele lugar, meus primos de vários graus, meus irmãos todos nós brincávamos no “quintal comunitário”, para nós crianças uma festa, todos os dias o quintal cheio de crianças, brincando, totalmente seguras dentro dos muros, lembro das brincadeiras à noite, foi uma fase boa tirando o sufoco financeiro que nós tínhamos e alimentação difícil, para quatro irmãos a casa de dois quartos era bem apertada, o quintal então era nosso playground particular, uma extensão das casas apertadas.
Lembro de um detalhe curioso sobre São Paulo e é assim até hoje, é quase impossível ver estrelas, quando brincávamos à noite não se via o céu estrelado como posso ver hoje.
Lembro que via algumas estrelas, as mais brilhantes, quando o céu estava limpo de poluição ou nuvens, era possível contá-las e não chegava a uma centena delas.
Lembro-me das viagens que fazia para o interior do estado onde hoje moro com prazer, lembro-me quando ia para os sítios, adorava correr no “terrerão” e observar as estrelas, milhares de milhares no céu, ficava encantado, como tinham tantas, no começo em minha infância eu achava que o céu do interior tinha mais estrelas que para o lado de São Paulo, um pontilhar incontável de pontos de luz no céu, simplesmente maravilhoso.
Existem hábitos que não devemos perder, hoje ainda olho para o céu, agora morando num ponto privilegiado da cidade, posso observar a luz da cidade e o céu estrelado, ouço os animais silvestres diurnos e noturnos, acordo com os pássaros e por vezes alguns animais silvestres aparecem em minha varanda.
Quando paro para observar nosso céu como fazia desde criança fico ainda maravilhado com a quantidade infinita de estrelas, desisti de contar a muitos anos, mas quando me lembro das vezes que as tentei contar lembro-me também de uma promessa, lindíssima, uma das formas mais lindas que Deus a fez a um homem, a história é poética, possui um descrever todo especial, uma comunicação clara, sem parábolas dos objetivos infinitos de Deus.
Olhar para o céu é um hábito humano, sempre foi e imagino que num mundo sem poluição como era na época de Abraão, sua visão do céu noturno devia ser estonteante.
Deus o chamou para uma comunicação pelo seu hábito, Abraão assim como eu e você tinha o hábito de admirar o céu noturno e toda a sua beleza e mistérios.
A vida corrida, o conforto moderno, o stress, a vida acelerada nos fazem parar de observar o céu, esquecemos de admirar a grandeza do infinito da criação de Deus, um hábito que nos leva ao entendimento, à reflexão de que o ser que criou tudo isso é infinitamente maior e capaz de fazer, de cumprir suas promessas, apesar de nossa limitada visão, apesar de nossa vida à margem da vontade D’Ele.
Texto: Gênesis 15:1-6 “... Depois destes acontecimentos, veio a palavra do SENHOR a Abrão, numa visão, e disse: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande.
2  Respondeu Abrão: SENHOR Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos e o herdeiro da minha casa é o damasceno Eliézer?
3 Disse mais Abrão: A mim não me concedeste descendência, e um servo nascido na minha casa será o meu herdeiro.
4 A isto respondeu logo o SENHOR, dizendo: Não será esse o teu herdeiro; mas aquele que será gerado de ti será o teu herdeiro.
5 Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade.
6 Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para justiça.

  01 – Saindo de casa.

No sítio é uma característica o recolher-se quando anoitece, não é só descanso é proteção, é segurança, o escuro encobre a visão, gera mistérios, e uma casa segura e iluminada é um bom lugar para se passar a noite até o dia nascer.

Em Apocalipse 3:20 “... Eis que estou à porta e bato...”. “... Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta Eu Entrarei...”.

Deus bate à nossa porta e aguarda ansiosamente o convite para entrar, enquanto escrevo estas linhas meu pensamento me fez observar que quando leio ou me lembro deste texto, nunca imaginei Jesus batendo à porta de dia, sempre visualizei este texto à noite, como um convite para entrar e encontrar abrigo da noite, como um abrigo para Jesus que está ao relento esperando que alguém o ouça e o convide para entrar e se aconchegar, banhar-se, alimentar-se.
Não é um pensamento herético sobre a fragilidade de Deus, vejo este texto como esvaziamento, como uma das formas de Deus diminuir-se para ter relacionamento com o homem, uma forma de diminuir distâncias de construir pontes.

No texto de Gênesis Deus fez o contrário convidou Abraão para fora à noite, me questiono quantas vezes atendemos a este tipo de convite.
Sair do lugar de conforto, desligar a TV, o computador, o celular ou o vídeo game e simplesmente dar uma volta com Deus pela rua à noite.
Você desligaria esses apetrechos eletrônicos e sairia para um lugar escuro pelo puro prazer de caminhar com Deus?
Foi o que Deu fez com Abraão, ele havia recebido uma promessa da parte de Deus que de sua descendência surgiria uma grande e poderosa nação, porém sua idade foi avançando e sua esperança diminuindo.
Em uma conversa íntima com Deus em sua tenda, ele abriu seu coração, falou que não tinha herdeiros e que quem continuaria sua descendência seria um escravo nascido em casa.

Um detalhe sobre essa passagem é o fato de que Deus estava dentro da tenda a conversar habitualmente com Abraão e eu pergunto:
Quantas vezes por semana Deus te tem feito uma visita para um papo íntimo dentro de sua casa?
Vou reformular:
Alguma vez Deus te visitou?
Vou corrigir:
Você já ouviu Deus bater em sua porta para uma visita?

Deus já era morador daquela casa, e durante as conversas noturnas à beira da lamparina Abraão abria uma preocupação legítima sobre sua vida, ele começara a achar que não teria filhos, que não haveria herdeiros e como amigo de Deus teve liberdade em expor seus sentimentos reais.

Você expõe seus pensamentos para Deus, não me refiro à capacidade de Deus saber tudo o que pensamos, pergunto se você conversa com Deus e expões o que pensa, por mais absurdo, feio ou infantil?
Deus é seu amigo?
Seja sincero, é mesmo?

Então porque tanta frustração, tristezas, caras de desânimo e decepção com a própria vida?
Porque esse rostinho de emburramento e solidão?

Um fato importantíssimo sobre a forma de ver a vida é o relacionamento que temos com Deus, se Ele não faz parte de sua vida, não o espere pela chaminé com saco vermelho cheio de presentes, mesmo porque, Ele não quer a surpresa do presente que encontramos embaixo da árvore de natal, ele quer assentar-se à mesa e olhar em nossos olhos, Ele não quer entrar e sais à surdina.

“... O convite para dar uma volta lá fora é uma extensão de um relacionamento que já existe dentro da casa, afinal ninguém aceitaria o convite de sair para fora de um estranho e eu pergunto: Deus é um estranho para você?.”.

  02 – Vamos contar as estrelas?

Uma característica daquele que está preocupado ou desanimado é a prostração, quando estamos assim não olhamos para cima, olhamos para o chão, em qualquer lugar do planeta essa é uma reação comum, olhamos para baixo, é uma expressão de desilusão, de stress, é automático.
Não é errado olhar para baixo, o errado é derrotar-se por manter os olhos no chão.

Faz um tempo que comecei a treinar Jiu Jitsu, no começo fiz para ter um tempo com meu filho que gosta muito do esporte e leva o maior jeito, eu o levava para treinar e sempre dizia a ele que esse esporte não era para mim, não gostava de ficar preso, sou claustrofóbico e só de imaginar sentia aflição.
Mas um dia no treino só meu filho foi e o mestre me chamou para fazer também, relutei, neguei, mas como vi meu filho só ali, resolvi fazer para somar na aula, daquele dia em diante me tornei não só admirador, mas praticante do esporte.
O faço para adquirir resistência física e aliviar o stress, a preparação é excelente e tenho metas de saúde a atingir para ter qualidade de vida no futuro, ainda tenho pouca resistência, mas estou melhorando, para mim é agradável sentir a disposição resultante dos treinos.
Num desses treinos uma turma de amigos apareceu em casa e eu tinha que treinar, eu resolvi então chamar todos para o treino e eles toparam, fomos todos e foi muito divertido, depois dos aquecimentos fomos “rolar” (lutar), um dos amigos “rolou” comigo, mas eu estava muito cansado e num momento da luta desisti e dei a vitória a ele, o mestre que observava tudo atentamente quando me viu desistir me disse:
 - Você perdeu para você mesmo!

“... Esse é o problema com quem olha muito tempo para baixo, perde para si mesmo, desiste, principalmente se à sua volta não há mais ninguém...”.
Você tem perdido para você mesmo?

Minha dificuldade hoje é um braço engessado que quebrei caindo de uma escada, vou aos treinos e fico ali babando de vontade, mas não resisti, os últimos dois treinos acabei praticando com gesso mesmo, cansei muito e estava limitado, mas ainda assim foi prazeroso praticar.
No último treino o mestre avisou que iríamos exercitar uma séria para nos dar ritmo e cadência, foi muito intenso, e eu tinha o agravante o amigo gesso, mas um dos exercícios marcou minha mente.
Tínhamos que deitar no chão ao lado do parceiro de bruços e rolar por cima do parceiro de forma a ficar costas com costas e cair do outro lado, tudo rápido e num salto, o mestre contava acompanhando e eu não via a hora de chegar a dez onde normalmente ele parava as contagens, mas naquele foi diferente.
Quando cheguei a dez parei automaticamente com a satisfação de ter cumprido a etapa, mas o mestre gritou:
- Onze! Vamos! Onze!

Eu achei que era uma de suas brincadeiras, mas ele insistia e eu obedeci, mesmo com o gesso, apoiava o cotovelo no chão e me arremessava nas costas de meu filho, também deitado no chão e rolava por cima dele e caía do outro lado. Sinceramente achei que ia me dar um enfarte, sei lá, o coração acelerou e eu achei que não conseguiria dar mais nenhum salto mas para minha surpresa cheguei aos vinte!
O mestre me falou:
 - Viu!
- Você queria parar nos dez achando que não conseguiria mais e você foi aos vinte!...
Tive a nítida impressão que eu ouvira a voz de Deus naquele homem, a reflexão foi automática, e a surpresa também, tanto Deus como o mestre queriam me mostrar que eu posso muito mais do que penso de mim mesmo.

Você pode muito mais do que pensa, portando tenho uma coisa a dizer para você:
- ONZE!!!

Deus quando tem acesso, quando é parte de nossas vidas age da mesma forma, estamos em meio a problemas, com o olhar para baixo e repentinamente Ele grita mais alto:
- Onze! Onze! Vamos! Onze!

“... Nós confundimos aconchego com desistência, o pouco hábito que temos de falar com Deus é para chorar as mágoas esperando que Ele nos pegue no colo e cante: ‘Encoste sua cabecinha no meu ombro e chore’, uma boa parte de nossos “chorororôs” são manhas de covardia para enfrentar a vida, Deu não nega seu colo, porém ele sabe se é manha ou preguiça e se é, inevitavelmente o ouviremos dizer:
- Onze! Onze! Vamos! Onze!...”.

Nós confortavelmente vamos chorar dentro de casa e Deus vem com um convite digno de um ser infinito:
“- ... Vamos dar uma voltinha lá fora?...”.

Ele nos leva para fora de nossos muros de proteção emocional, no escuro da vida e quando começamos a ter sentimento de medo Ele diz:
“... Olha para cima! Conte as estrelas!...”.

“... Deus fez isso com Abraão Ele disse:
- Olhe para cima e conte as estrelas e acrescentou, essa será a quantidade de seus herdeiros legítimos, você não os poderá contar, e sempre que sentir medo olhe para as estrelas e tente contá-las, lembrarás que o Ser que as criou e sabe quantas existem é quem fez a promessa. Não desista para você mesmo, você pode mais do que isso...”.

  Desfecho: Texto: Jeremias 12:5 “... Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os que vão a cavalo? Se em terra de paz não te sentes seguro, que farás na floresta do Jordão?...”.



Claríssimas como águas, sonoras como o trovão posso ouvir Deus gritar essas palavras:
- “... Onze! Onze! Vamos! Onze!...”.

Ora sejamos francos, não temos Deus como amigo.
Ele não faz parte de nossas vidas.
Quando faz é para ouvir nossas lamúrias.
Não temos o prazeroso hábito de conversar com Ele, aprendemos na falida religião que para falar nesse nível com Deus é preciso muita preparação, jejuns, orações, aprendemos que quem tem esse tipo de intimidade é o Líder, que Deus lhe revela tudo e ele (o líder) é nosso “mediador” entre nós e Deus.
Aprendemos que só através de nossos líderes temos acesso de qualidade e intimidade com Deus, que em casa não, só na igreja.
Escutamos e presenciamos os absurdos de que essa ou aquela igreja é detentora do poder de Deus, a igreja que tem o dever de facilitar o acesso do homem a Deus, escolhe quem tem esse acesso e rejeitam a maioria dos interessados, os de cabeça baixa.
Interessante que Deus veio exatamente para esses, os desesperançados, os pecadores e perdidos, marginalizados pela religião.

E novamente quando a igreja não interfere, não abafa seus gritos, claramente ouvimos Deus dizer através deste raciocínio:
- “... Onze! Onze! Vamos! Onze!...”.

A igreja diz que você não pode, que só é possível depois de muito preparo, depois de atingir a tal distorcida e equivocada “santidade” e Deus está a dizer:
- “... Onze! Onze! Vamos! Onze!...”.

- “... Você pode correr com gente que corre a cavalo! Acredite! Pare de chorar e comece a correr!..”.
- “Olhe para cima, conte as estrelas, essa é minha promessa, os homens te frustram, te fazem olhar para baixo, porém Deus diz olhe para cima...”.

Deus tem uma convicção a nosso respeito muito maior do que temos de nós mesmos, Ele nos fez com a estrutura e capacidade de disputar com cavalos e nós nos prostramos todas as vezes que as coisas não vão muito bem.

Eu o desafio a fazer de Deus seu amigo íntimo, independente do que sua igreja, e líderes disserem sobre isso, desafio você a sair dessa massa de manipulação e ir direto a Deus, ou melhor, deixar Deus vir direto a você e entrar em sua vida.

E depois disso O deixar dizer:
 - Vamos dar uma volta lá fora, no escuro.
 - Olhe para cima!
 - “... Onze! Onze! Vamos! Onze!...”.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Brincando de Deus


Introdução Histórica
Antes mesmo de uma introdução histórica sobre as palavras de Jesus e seu propósito neste e para este mundo, inicia-se minha “digressão histórica”:
Já faz algum tempo que a escrita faz parte de meu cotidiano, descobri que sou mais intenso com o texto que com a oratória, uso as duas semanalmente, a primeira requer dedicação, meditação e disciplina, a outra, como diz o ditado que na realidade é um ensinamento de Jesus: - A boca fala do que o coração está cheio! E soma-se ainda que aquele que consegue frear a própria boca é homem perfeito, sem erro algum; a oratória é mais complicada de se controlar, então a levo mais leve, mais cômica.

Soma-se a isso alguém que a vida toda detestou a língua portuguesa... Sempre admirei os cálculos são exatos e não possuem regras para terem exceções, e isso nossa língua é mestra em suas regras e exceções e seus “SS” e “XC” “Ç” acabei por não ser tão bom na arte, mas à “3” anos comecei a escrever, acabei por simpatiza mais com a língua, mas confesso que ainda é difícil escrever sem erros.

Agradeço ao Word meu amigo que me corrige na maior parte dos erros, mas como não é perfeito (nem ele entende tudo)... Você com certeza achará algum “defeitinho” em minhas linhas, mas como um bom “corneta”, os erros só vão incomodar quem os procura, mas se sua leitura for para identificar a própria vida, nem perceberá que no próprio texto acima eles passeiam livremente dentro da licença poética (outra exceção às regras) ou não...
O texto pode conter apelo emocional, mas minha predileção ou orientação espiritual é a crítica aos nossos dias, nossa vida, minha vida e nossa tão idolatrada religião, mesmo em minha oratória da semana não vou dizer o que se quer ouvir, isso é adulação política e como não estou atrás de voto... O verbo é solto e às vezes a acidez das palavras, irritam os mais afoitos adoradores das placas e dos templos.
Se é que serve de algum consolo aos irritadiços, não há nada nessas linhas que nossa comunidade não ouça aos domingos, essas mensagens em texto são meus discursos aos domingos, ou palestras ou sermões como preferir.
Passei a vida toda como rato de igreja, defendendo o queijo e apontando os erros dos outros, repentinamente há 3 anos Deus me derrubou de meu cavalo manga larga da religião; como eu era hipócrita, apontando a idolatria alheia e sem perceber que adorava meu cavalo...
Caí de cara num chão de espelho e tive que me olhar de cara amassada, sem minha pompa do título dado pelos homens, no chão diante do mundo e da vida, fiquei completamente perdido, e meu orgulho engomado ficou parecendo aqueles panos velhos de limpar o chão.
É tão curioso o tal do religioso, é exatamente o macaco que enrola o rabo e aponta o dos colegas, adoramos ser comparados a Paulo, mas não queremos assumir que ajudamos a apedrejar os “Estêvãos” e pior, continuamos a fazer, não admitimos que dentro de nós temos muito mais de Saulo, mas só caído de cara no espelho a gente assume, ou não...
Ainda estou me recuperando da queda, não teve nenhuma fratura grave, mas a cara ficou bem amassada e a maquiagem foi totalmente destruída, confesso que para alguém que nunca tinha se visto no espelho sem a boa maquiagem da religião, foi à visão do inferno, quase me expulsei de mim mesmo, acho que fiz isso, quando me vi de verdade tive um choque muito grande, não foi fácil olhar para traz e ver que em décadas de religiosidade tive algumas horas de vida real como servo de Jesus.
Digressão encerrada.

Quando era garoto minha família mudou da capital para o interior do estado, eu adorava o interior com seu verde, seus animais selvagens, o ar que em cada lugar parece ter gosto diferente, as águas, os peixes, a pesca, a caça (antigamente permitida).
Ir para o sítio era o paraíso, correr, brincar no barro, pular no rio, correr atrás das galinhas, mergulhar no milho debulhado do paiol, subir nos pés de frutas e comê-las in natura, alimentas os animais, andar a cavalo, derrubar caixas de marimbondo e sair em disparada fugindo deles.
Lembro-me das noites sombrias regadas a “causos” de assombração e mistérios que nos fazia correr para dentro da casa e dormir rapidinho para a noite passar.
Lembro das lamparinas, dos jogos à mesa, sem TV ou Computador nem Vídeo Game muito menos internet, talvez isso te dê arrepios só de pensas em um mundo assim Neandertal.
Tinha uma diversão minha e de meus amigos com formigas Saúva ou as Cortadeiras, uma praga para os lavradores, mas para nós quanto maiores melhores para a brincadeira.
Costumávamos pegá-las e irritá-las, quando elas estavam bem bravas as colocávamos uma contra a outra pala lutarem, vencia quem ficava inteira, mas a gente escolhia quem iria morrer.
Colocávamos normalmente a maior por cima da menor e encaixávamos sua tesoura no pescoço da outra, quando a de cima cortava a cabeça da outra a luta encerrava (lógico...).
Sem a intenção brincávamos de Deus, escolhíamos quem viveria e que teria a cabeça cortada, um instinto ao julgamento, à manipulação, ao poder, à vontade, algo dentro de nós fazia isso, era prazeroso uma viver e outra morrer.
De crianças a adolescentes, com nossos estilingues atirando nos pássaros, a esmo, sem a necessidade da caça, só o prazer de matar de acertar o alvo e deixá-lo lá, eu nisso era péssimo, não acertava nada, sorte para os bichos.
Quando jovens agora era a vez dos carros, e motos, cavalos de pau, empinadas, pneus cantando, gel no cabelo, pelo menos enquanto eu os tinha, agora as formigas não tinham mais graça, nem os pássaros, o alvo eram as garotas.
Novamente meu jeito Jeca desengonçado não ajudava muito, fui namorar com 18 anos, uma tragédia para beijar, pior que o estilingue, mas diferente dele aprendi direitinho e aí foi o caos, sempre religioso, na igreja me tornei “o perigoso”, o Pastor ia logo avisando minhas namoradas: - Cuidado com as mãos desse rapaz...
Novamente brincando de Deus, ou melhor, de demônio, ia tentando e insistindo até seduzir por completo, naquela época, diferente de hoje, para conseguir “alguma coisa” tinha que ter compromisso, e ainda a resistência era imensa, não tinha essa de:
- Vi, gostei peguei...

Como religioso, sempre mantendo as aparências, aprendi muito bem com meus líderes, em suas mensagens apontando os erros dos “idólatras”, dos que não eram “avivados”, dos que eram “avivados”, dos que proibiam tudo, dos que liberavam tudo, dos que criam em outras vidas, dos que assistiam as novelas, dos que ouviam músicas “do mundo”, dos que fumavam, dos que bebiam, das que se vestiam calças, das que usavam brincos.
Se o batom era vermelho demais, se cabelo foi cortado, se não usava terno, se subia no “idolatrado púlpito” sem a “maldita gravata”, uma prova de “respeito” a Deus e sua santidade, na realidade um simbolismo de escravidão, é só puxar pelas pontas, já tem o nó, já está amarrado, na coleira.
Podem ser de seda, importadas, caríssimas, mas para mim são coleiras em volta do pescoço e nada tem a ver com submissão a Deus.
Quem dera se o problema da religião nos dias de hoje, fosse o que se usa, o que se come, o que se bebe...
A religião se tornou o juiz dos homens, e cada uma o julga do seu jeito, todas o condenam de alguma forma, e a maioria afirma com seus “peitinhos de pombo inflado” saber quem será salvo e quem será condenado.
Há quem julgue as outras religiões, e ainda que professem a mesma fé, expõem Jesus ou vitupério, anulando batismos e batizando novamente como “prova de verdadeira mudança”, como se no tanque tivesse alguma “água mágica” que: - Agora sim você nasceu de novo. Entra seco e sai molhado...
O que é isso? Não era para salvar os perdidos? Agora se salva os achados?
 Mas diante de tantos absurdos e falácias humanas maquiadas de Deus, Jesus nos chama ao eixo e diz:

Texto: João 12:46-50 “... Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.
47  Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo.
48  Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia.
49  Porque eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar.
50  E sei que o seu mandamento é a vida eterna. As coisas, pois, que eu falo, como o Pai mo tem dito, assim falo...”.

  01 – Brincando de farolete:

Antigamente ter um farolete à pilhas era artigo de luxo, ou extrema necessidade, já que a luz elétrica não chegava aos sítios, usar o farolete do Tio era raro, todos queríamos segura-lo, e durante o tempo que o pegávamos, o Tio ficava ali, cuidando para não quebrá-lo, e nós crianças cada um segurava um pouco, e se desse briga, o farolete era guardado, cada um tinha nas mãos o controle temporário da luz...
Adultos na fé, hoje sem aquela mesma infantilidade da brincadeira do farolete, brigamos pela luz, afirmamos que temos o controle dela, que ela é exclusiva nossa, não admitimos, mas lá no fundo cada uma das placas religiosas pensam que é a certa e única.
Hoje farolete é barato, compramos com o troco do pão e se queremos mais luz, gastamos um pouquinho mais e lá está, um farolete bem mais forte.
A brincadeira inocente da luz hoje dá lugar à impossível coexistência de diferentes pensamentos e se estamos “perdendo terreno” compramos um farolete mais forte... Reformamos o templo, melhoramos a fachada, som, contratamos músicos melhores, usamos ternos mais caros, fazemos cursos de oratória, neurolinguística, teologia avançada, Lipo-aspiração, Peeling.
Inventamos novos conceitos e embasamentos teológicos para nossas técnicas de marketing a fim de atrair os “mariposas” da fé, sempre dependentes de nossos faroletes movidos à pilhas velhas, carnais e humanas.

Verso 46 – Jesus afirma ao mundo que veio como luz, para tirar o homem das trevas, porém sua igreja, sua noiva tem sido abusada por essas práticas “pirofágicas” de conceitos humanos.
“... Faz tempo que a amada igreja se divorciou do Salvador, resolveu acender luz própria, anulou a luz do evangelho simples de Jesus por algo mais brilhante, deixou de ser vaso de barro faz tempo, criou os próprios caminhos, túneis intermináveis, labirintos infinitos para que o homem não ache a liberdade, não questione e não peça reformas...”.

02 – Martelo de Juiz ou de Leiloeiro?

Essa é uma pergunta sem resposta certa, todas as alternativas levam ao erro, um dos martelos é para fechar um bom negócio, quem dá mais leva:
 - “... Quem prega melhor me leva para sua igreja, quem tem louvor melhor me leva, se eu fizer parte do ministério de música eu vou para sua igreja, eu tenho chamado pastoral, eu sou líder, eu sou, eu sou...”.

Interessante como nunca ouvi falar de algum cristão que dissesse:
 - “... Sou um servo, limpo banheiros como ninguém, adoro durante o louvor, ficar de joelhos na salinha do fundo intercedendo pelos músicos...”.

- “... Se vocês me ajudarem a me libertar da fofoca eu vou para sua igreja, se me ajudarem a mentir menos, a não trair, a parar de roubar, desde que vocês nunca me coloquem em algum cargo para que não me ensoberbeça eu aceito o convite...”

- “... Eu tenho problemas sérios no meu casamento e preciso de tratamento, eu preciso de cuidados especiais e de boa companhia senão quando ninguém me vê eu apronto de tudo, coisas dignas de um canalha...”.

Essa é a verdade, infeliz verdade, eu já fui assim, e ainda sou muito de tudo isso, só aceitei ser líder no início dessa comunidade se o título e o cargo me fossem dados, não estava a fim de montar cama para ninguém, quando caí do cavalo, a primeira coisa que resolvi fazer foi pedir demissão e destituição de meu título e cargo, entreguei a igreja, eu não conseguiria conviver com a ciência de que o que tinha era “fruto de um acordo carnal”.
Hoje continuo na mesma função e na mesma comunidade, fiquei porque o grupo que me restou acreditava mais em mim do que eu mesmo; agora vivemos conscientemente que nossa falibilidade é imensa e que dependemos exclusivamente da Luz de Jesus para não nos perdermos novamente.

 O martelo de Juiz é diferente, muito provavelmente se você está suportando tudo até agora e seu coração ainda é religioso, sua espera é para que ao final desta, dar um parecer condenatório sobre o assunto se nenhum auto-exame.

“... A tão famosa Lady Igreja de Cristo, em sua pompa majestosa, se esqueceu que ainda não se casou com o Salvador e posa por ai de esposa mandona, com seus horríveis bobs e grampos de cabelo, máscaras de creme e fatias de pepinos nos olhos cujos mesmos não servem para mais nada a não ser olhar as rugas alheias...”.

É fácil o hábito de julgar, se não o fosse Jesus não teria alertado sobre esse vício terrível. Agora no verso 47 uma marreta muito bem usada, nas nossas cabeças duras de teologias falidas, um grito alto que tentamos abafar e asfixiar com nossos travesseiros de penas de pavão colorido do norte da Europa:
 - “... Eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo! Porque vocês que deveriam continuar o que comecei estão julgando e condenando? De onde acharam ter tal autoridade? Quem vos constituiu juízes? Eu respondo foi Lúcifer!..”.

“... Sejamos honestos, essa paráfrase acima é toda de Jesus, nada inventado agora, tudo está lá, nos Evangelhos, nas tais “boas novas”, as palavras duras D’Ele só trazem reação de autodefesa e raiva a fariseus bem lubrificados a óleo de peroba, se fôssemos verdadeiros conosco, essa seria uma boa hora para ajoelharmos e confessar toda essa podridão que temos em nosso interior maquiada de Religião.

  03 – Reinventando a Graça.

Nem é preciso prolongar muito, nos versos 49 e 50 Jesus afirma ter uma prescrição do que deveria falar, “Tim-Tim por Tim-Tim”, pode buscar em qualquer tradução, seu sentido é exatamente esse, não tem nada escondido, Jesus afirma na tradução contemporânea que “... o Pai que me enviou me prescreveu...” parece coisa de médico e é.
Um mundo perdido, uma igreja corrompida, ambos doentes, Jesus veio com uma prescrição médica de remédios e dietas específicas para cada enfermidade, e ambas as doenças levam à morte.

Jesus reafirma “... como o Pai me disse assim falo..., nada mais nada menos...”.

A igreja deste século está a reinventar a graça, métodos infalíveis de todos os tipos, cada um para seu fim, vende ingressos para as primeiras filas da revelação, de cura, de libertação, problemas amorosos entre outros.

Graça difícil de receber, não basta apenas crer, tem que dar tudo, mas muito pior que dinheiro é dar a inteligência, sem o menor esforço de perguntar o porquê das coisas, pois perguntar é rebelião.
Eu vi amigos íntimos com alto grau de inteligência sucumbirem a essa entrega e hoje, como zumbis controlados, simplesmente fazem, executam, não perguntam, trocaram a escravidão do mundo pela escravidão religiosa.

Minha preocupação pessoal com essa chamada igreja de Jesus hoje é quando a perseguição religiosa acontecer, e os templos forem queimados e os padres, pastores, bispos, apóstolos forem mortos.
Acredito que muitos desses títulos tão adorados serão jogados fora pelo instinto de sobrevivência e a massa religiosa hoje manipulada, a correr como loucos para todos os lados sem uma mínima base para não negar a própria fé.

   Desfecho: Texto: João 12:46 “...Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.

De volta ao início... Não olhem para mim, ou para suas placas religiosas e seus líderes cheirando a gordura de orgulho ranço, olhem para Ele – Jesus – o único autor e consumador de nossa fé, essa menção nem sequer fala dos heróis da fé de Hebreus 11, ou menciona algum apóstolo, nem mesmo Pedro cuja Basílica está sobre seu túmulo, apenas Jesus, o simples Jesus, Ele mesmo...

   Texto: Salmos 34:4-6 “... Busquei o SENHOR, e ele me acolheu; livrou-me de todos os meus temores.
5  Olhai para Ele, e sede iluminados e o vosso rosto não ficarão confundidos.
6  Clamou este pobre, e o SENHOR o ouviu e o salvou de todas as suas angústias...”.

Olhemos para Ele, toda confusão passará, assumamos nossa condição de pobre, esse texto acima é do rei Davi, homem que descobriu a graça, não a inventou, não reinventou.
Reconheceu seus pecados, assumiu a culpa e olhou para o lugar certo, olhou para Jesus.
Davi não fundou uma religião, apenas se religou a Deus, Como rei de uma nação se auto intitulou “este pobre”.
Não invocou a Deus como Rei, mas como servo, como pecador foi rejeitado pelos homens, mas aceito por Deus e seu amor.
A condição de Agraciado não é daqueles canonizados porque realizaram algum milagre, a condição de Agraciado é para o “pobre”, este pobre.
É para aquele que clama devido à própria miséria e não para aquele que faz um sinal.
Joguemos fora nossos martelinhos da fé, nossas arcas furadas de Noé, saiamos de nosso mundinho religioso.
É hora de parar de brincar com a graça dos outros como se estivéssemos brincando com o farolete do Tio.
Vamos parar de simular pesca salvífica no aquário das outras igrejas, de pescar os já salvos, vamos para as ruas, as esquinas, as avenidas, as casas noturnas estão cheias de pessoas que precisam da graça de Jesus.
Vamos iluminar nas trevas e não disputar pela luz mais brilhante.
É lá que a graça é relevante, é lá que a graça é graça, Amazing Grace.