segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Filhos da Graça

Introdução Histórica

Confissão. A palavra nos faz pensar em interrogatório, tortura, admissão de culpa.
Realmente é isso que Deus pensa sobre confissão?
A confissão não é dizer aquilo que Deus não sabe.
A confissão não é reclamar ou citar problemas e aflições.
A confissão não é culpar, nem apontar os dedos, é mais que isso.

“... A confissão é uma confiança radical na graça...”.

A confissão é uma proclamação de nossa confiança na bondade de Deus.

Se nosso entendimento de graça for pequeno, nossa confissão será pequena, relutante, hesitante, limitada, cheia de desculpas, cheia de medos de punição.

A grande graça cria uma confissão honesta.
Ser filho da graça é uma expressão que traz orgulho, prazer, mas realmente entendemos o que quer dizer ser um filho da graça?

Texto: Lucas 15:11-33 “... Certo homem tinha dois filhos;
12  o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres.
13  Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente.
14  Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade.
15  Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos.
16  Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada.
17  Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome!
18  Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti;
19  já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.
20  E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.
21  E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.
22  O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés;
23  trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos,
24  porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se.

   Perdão e Graça.

“... O problema com a confissão honesta é que sem a compreensão da graça, achamos que Deus fecha a cara para nós quando pecamos, que Ele cruza os braços com raiva, todo irritado...”.

“... A graça para o filho pródigo foi além do que ele esperava, o surpreendeu em suas expectativas, a graça sempre é mais, é maior...”.

A graça vai além de nossas expectativas humanas, até acreditamos que exista perdão, mas como tudo em nós está condicionado aos nossos próprios erros e a aceitação da graça é impossível de ser compreendida por esse prisma distorcido, acreditamos também que juntamente com o crime vem o castigo.

Para o filho pródigo a aceitação como funcionário e não filho era mais que justa, ele havia desprezado tudo de mais sagrado e de valor, era mesmo um canalha, um cafajeste, um egoísta.
Esse é o preço do caminho da natureza, esse caminho só busca os próprios interesses, ao contrário do caminho da graça.

O filho pródigo foi surpreendido pela graça:
Quando ela o viu correu ao seu encontro.
O abraçou.
O beijou.

Inda que ele se via indigno, a graça só queria tê-lo de volta vivo.

“... O perdão cobriu os pecados do filho pródigo à graça lhe deu uma festa...”.

“... O perdão aproximou o filho pródigo de seu pai, a graça o vestiu da melhor túnica, colocou um anel da família em seu dedo, calçou seus pés feridos do caminho de volta...”.

“... O perdão era a forma ríspida de permitir seu acesso à casa de seu pai, a graça transformou o luto da confissão em alegria de viver novamente...”.


  Desfecho: Verso 24 “... este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se...”.

Este meu filho...

Aquele pai jamais o havia deixado em seu coração, não o deserdou de sua alma ferida e abandonada, mesmo sabendo de todas as intenções egoístas de seu filho.
Todos os dias ele olhava para o portão à sua espera, dia após dia.

Deus te espera, dia após dia, ele aguarda ansiosamente por te ver chegar ao portão.

O filho estava morto e reviveu...

Fazer o caminho de volta para a casa do pai é o começo de uma vida real, é o começo de uma nova vida, sem máscaras.

Estava perdido e foi achado...

O reencontro é o começo de tudo, aquele moço precisava ir embora, seu coração não estava ali, era forçado, não tinha prazer em viver com seu pai, seu pai não foi irresponsável em deixa-lo ir, apenas o libertou de sua prisão emocional, de que adiantava sua presença vazia, Deus não tem interesse em te forçar a graça, pelo contrário ele quer que você veja e deseje verdadeiramente a graça.
Sua presença na igreja é vazia? Forçada?

O filho pródigo estava morto, não quando foi embora, ele já estava morto mesmo ali, com sua família, você esta morto?
Ele reviveu, não quando voltou para casa, mas quando, no fundo do poço, olhou para cima, reconheceu que tudo o que viveu era vazio, sem propósito e quando a lua clareou sua mente ele reconheceu sua miséria, não sua fome, sua miséria espiritual.

Ele reconheceu que nunca deu valor ao que mais importava, portanto não era digno de ter, de pertencer àquela família.

A que damos valor?

E começaram a regozijar-se...


Regozijar é mais do que estar feliz, é contentamento.

O que mais precisamos nos dias de hoje é contentamento, sempre estamos à procura de algo mais, e esse desejo é nocivo, nos mata aos poucos, e quando menos percebermos estaremos fora de tudo.

O contentamento apazigua a ansiedade e a ambição do ter, o descontentamento nos leva inevitavelmente para os porcos, quando percebemos, estamos lá, disputando sua comida à tapa.

Não se sai da mesa da graça para o chiqueiro de um dia para o outro, tudo começa com a insatisfação.

Regozijar é acalmar, é a paz que vai além da compreensão humana, é confiança, é a graça em ação, trazendo vida.

Vamos para os braços do Pai e nos tornar verdadeiramente filhos da graça?



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