domingo, 27 de junho de 2010

Encontro Marcado

Texto


Lucas 19:2-10 – “... Havia ali um homem chamando Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos, e era rico.

3 – Este procurava ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, porque era de pequena estatura.

4 – Então, correndo adiante, subiu a um sicômoro para vê-lo, já que havia de passar por ali.

5 – Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima, e disse-lhe: - Zaqueu desce depressa. Hoje me convém pousar em tua casa.

6 – Apressando-se, desceu e o recebeu com alegria.

7 – Todos os que viram isto murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um pecador.

8 – Mas Zaqueu levantou-se e disse ao Senhor: - Senhor olha, eu dou aos pobres metade dos meus bens, e se nalguma coisa defraudei alguém, o restituo quadruplicado.

9 – Disse-lhe Jesus: - Hoje veio salvação a esta casa, porque também é filho de Abraão.

10 – Pois o filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.


Introdução Histórica


Vamos entender quem era Zaqueu:

Um judeu, “filho de Abraão”, descendente direto dos patriarcas.

Judeu de judeus.

Aceitou ser um cobrador de impostos, mas não um cobrador qualquer, trabalhando para seu povo.

Um explorador direto de Roma cobrava impostos de seu próprio povo para Roma, recebia comissão de tudo o que arrecadava.

Mais que um cobrador era o chefe dos cobradores de impostos de Roma.

Considerado um verdadeiro traidor de seu povo de Seu Deus.

Marcado entre seu povo não por ter cometido um pecado, mas por ser um “harmatolos”.
 
OBS - Pecador - Grego -  hamartolos
               1) dedicado ao pecado, um pecador.
               1a) não livre de pecado.
               1b) pré-eminentemente pecador, especialmente mau.
               1b1) homens totalmente malvados
               1b2) especificamente de homens marcados por determinados vícios ou crimes.
                                    1b2a) coletores de imposto, pagão, idólatra


Excomungado do judaísmo, publicamente, por uma assembléia, tendo seu nome exposto como criminoso da religião, uma pena horrenda para um judeu.

Significava que por toda a sua vida Zaqueu e sua família, jamais poderiam fazer uma refeição em um lar judeu.

Jamais poderiam ir a uma sinagoga no sábado ou ir a Jerusalém para as festividades sagradas.

Filhos criados em um regime de exclusão, não podiam ir à escola, pois seriam perseguidos e castigados, tanto por seus colegas como por seus instrutores.

Esposa sem contato com vizinhas ou amigas.

Uma família marginalizada por uma nação, casa protegida por guarda armada, escolta 24 horas, seus amigos, outros cobradores de impostos e liderança romana.

Um preço alto para ter prosperidade, poderiam ter o que quisessem e não tinham nada, sem descendência, sem pátria, sem amigos, sem Deus.

         Mas havia uma sede, uma necessidade que o dinheiro e poder não davam, havia um vazio não preenchido, uma tristeza interior que Jesus conhecia muito bem...


Jesus olha pra cima.

Um detalhe interessante é que assim como Zaqueu o procurava Jesus também procurava Zaqueu.

Na realidade Zaqueu que queria ver como era Jesus foi encontrado por Ele, reconhecido por Ele, amado por Ele, independente de saber que era Zaqueu, quem era aquele ser desprezível, imundo e traidor.

Jesus olhou para cima...

Não foram os esforços de Zaqueu que chamaram a atenção de Jesus. Simplesmente na agenda de Jesus programada em detalhes por Abba, tinha um encontro importante, sublinhado como “indispensável”:


·       Encontrar-se com o querido Zaqueu.

·       Pousar na casa do meu amado Zaqueu.

·       Entrar na vida do meu filho Zaqueu.


Quando será que vamos compreender que os seres mais desprezíveis, são os que Abba tem em sua agenda como “encontro importante”?

Quando vamos entender que nós somos “os desprezíveis” que precisam desesperadamente desse encontro de amor incondicional?


Eu e você subimos em sicômoros a vida inteira para chamar a atenção de Jesus e não percebemos que Ele já nos conhece pelo nome e seu propósito, apesar de sermos os verdadeiros “harmatolos”, é pousar em nossa casa.


Hoje me convém pousar em sua casa.

Quando um judeu ortodoxo diz: “Quero jantar com você”, ela está dizendo:

 - Quero fazer amizade com você.

         Incrível!!!

Excomungado, condenado, perseguido, desprezado, vivo somente por causa da guarda romana, recebe um convite de amizade de Jesus.

Esse é o convite que ecoa na eternidade.


Essa é a declaração da agenda eterna de Jesus sobre:

·       Encontrar-se com o querido Flavinho.

·       Pousar na casa do meu amado Flavinho.

·       Entrar na vida do Flavinho.


Tenho boas novas para você:

Você está na agenda do ressurreto e seu Abba.

Ele te conhece pelo seu nome.

Ele te chama hoje pelo seu nome.

Eu não conheço seu nome.

Ele sabe tudo, não vai entrar como clandestino em sua vida.

Ele não é um ignorante aos fatos mais relevantes de nossas vidas.

Ele sabe, sabe que somos como Zaqueu, religiosos ou não, beatos ou não-praticante, líderes eclesiásticos ou seguidores.

Sabe que precisamos desse encontro, conhece nossa solidão interior e nossos placebos de religião, companhia e felicidade.

Ele sabia que Zaqueu precisava D’ele desesperadamente e tinha esse encontro marcado antes de se fazer homem.


Se você chegou até aqui, basta então olhar para Jesus, Ele declara:

 - Hoje me convém pousar em sua casa!

 - Quero fazer amizade com você!


O pulo da árvore.


Um fato interessante sobre o sicômoro é que o escalamos por vários motivos, porem precisamos descer para jantar.

Subimos nele para fugir da multidão, para sair da pressão, para criar distância dos homens que nos acusam, nos exploram, nos escravizam mesmo que em nome da religião.

Subimos para respirar, para fugir da condenação, da acusação.

Subimos por nos sentir pequenos como Zaqueu, desprezíveis como Zaqueu por sermos “harmatolos”.


Quando Jesus o convidou para ser seu amigo, fatos incríveis aconteceram.

Sentimentos que estavam secos a anos em seu coração repentinamente começaram a jorrar.

Seu coração se aqueceu, voltou a queimar, a bater, seu sangue em suas veias espirituais, outrora coagulado agora circulando e queimando.

Sua conversão foi imediata, completa, transformadora.


- Desce depressa meu amigo, é o convite de Jesus hoje para sua vida.

- Venha, vamos logo para sua casa, no seu lugar especial e particular, longe do desprezo dos homens, longe de seu próprio desprezo.

Quero fazer amizade com você.

Desce depressa meu amigo.


A conversão.


Em sua casa Zaqueu não caiu em êxtase espiritual, rolou falando em línguas, não começou a profetizar, não se ouviu vozes de anjos nem foram vistos.

Apenas a presença do ressurreto estava ali, jantando em sua casa, a conversa na mesa não foi sobre todos os seus pecados sórdidos de usurpação, roubo, corrupção, violência e mentiras.

Jesus não pregou na casa de Zaqueu, jantou com ele, conheceu sua família, conversa informal, pousou no quarto de hóspede, usou seu banheiro, bebeu de sua água seu vinho, comeu a comida preparada pela esposa.

Riram juntos das brincadeiras das crianças.

Lavaram os pés de Jesus naquela casa.

Jesus foi tratado como um governador romano, como um rei.


Um fato contundente e espantoso, Jesus desfrutou de tudo que Zaqueu ofereceu mesmo sabendo que era fruto de seu “trabalho sujo”.

Diante de nossa religiosidade e legalismo, essa não era uma situação pra dizer: - Tudo isso que você tem é sujo, está amaldiçoado e não posso comer nem dormir em sua casa?

Não é isso que faríamos?

 - “Tá amarrado!” Declara nossa voz ignorante.

 - “Misericórdia essa casa tá cheia de demônios!”


Jesus amou, simplesmente amou incondicionalmente, seu amor trouxe a conversão, sua mudança não foi por indução, pressão ou quebra de maldição.

Não foi feito um a sessão preparatória, Jesus esperou Zaqueu descer da árvore.

Agora ao invés de pular tentando ver Jesus, Zaqueu estava ao seu lado, como convidado, como amigo de honra.

A multidão enojada recua, abre espaço, critica, aponta o dedo, mas Jesus sempre soube o que estava fazendo.


Desfecho – Você é um Zaqueu? Somos?

De qual lado estamos?

Da multidão cheia de justiça própria ou de Zaqueu um excomungado?

Somos os acusadores ou o acusado?

Nessa situação nossa alma é posta à prova, sem escape, sem subterfúgios teológicos.

Se nos vemos limpos, distantes da sujeira da vida de Zaqueu, somos empurrados para a multidão legalista.

Se nos vemos pecadores, somo obrigados a admitir que somos “harmatolos” e fica evidente que nossa religião não passa de religiosidade e nossa espiritualidade é fingida e nossa prática de culto, apenas ritos religiosos ocos e sem Deus.

Os sentimentos espirituais, as visões e profecias são como a psicologia declara: “Ilusões emocionais induzidas pela coletividade”.

Assumir ser um Zaqueu é extremamente doloroso e frustrante para quem vive a anos na religião, quanto mais velhos na igreja, quanto maior nosso status de líder, mais difícil assumir que deixamos de ser Zaqueu e nos tornamos Fariseus.

Se nosso orgulho religioso negar a condição de “harmatolos” ficaremos do lado de fora do jantar, apontando e criticando.

Se assumirmos a condição de Zaqueu, um jantar especial nos espera.

Jesus vai entrar em nossa casa, jantar conosco, pousar em nossa casa. Não se preocupe, Ele sabe tudo de nossa vida, e está mais preocupado e morar conosco, do que com nossos erros hediondos.

Não é apologia ao pecado, é libertação dele, conviver com Jesus nos faz mudar, não é a igreja que faz isso, não o fazemos pra prestar conta com nossos líderes, fazemos pelos motivos certos, para melhorar nossa vida, para não deixar Jesus triste.

Você é um Zaqueu? Se for desce depressa, pois Jesus quer ser seu amigo. O que esta esperando?...

terça-feira, 22 de junho de 2010

Filhos de Abba

Ilustração

“...Desde que mudei para Nova Orleans, envolvi-me intensamente na única colônia de leprosos dos Estados Unidos.
Já estive lá muitas e muitas vezes. Vou de quarto em quarto visitando os leprosos, vítimas do mal de Hansem.
Em certa ocasião, enquanto ainda subia a escadaria principal, uma enfermeira veio correndo em minha direção e disse: “Você pode vir depressa orar com Yolanda? Ela está morrendo...”
Eu sempre carrego um frasco de óleo comigo para ungir quem precise e deseja. Subi até o quarto de Yolanda no segundo andar e sentei-me à beira da cama. Yolanda é uma mulher de 37 anos.
Cinco anos atrás, antes de a lepra começar a devastá-la ela deveria ser uma das criaturas mais estonteantemente belas que Deus criou. Não quero dizer apenas uma mulher graciosa, bonita ou mesmo atraente. Refiro-me ao tipo de beleza física cegante que faz as pessoas pararem na rua para contemplá-la.

Nas fotos, Yolanda tinha os olhos castanhos maiores, mais translúcidos e mais magnetizantes que eu já vira, encravados num rosto de rara beleza praticamente esculpido, um cabelo castanho bem longo até atingir a cintura delgada e um busto perfeitamente proporcional. Mas tudo isso “foi” assim.
Agora tem o nariz pressionado entre as faces. Sua boca está severamente contorcida. As duas orelhas estão distendidas. Ela não tem nenhum dedo em nenhuma das mãos, apenas dois pequenos tocos.
Um dos primeiros efeitos da lepra é perder toda a sensibilidade nas extremidades do corpo, dedos dos pés e das mãos. Um leproso pode repousar a mão em um fogão quente e em chamas e não sentir absolutamente nada; isso muitas vezes causa gangrenas e exige que o membro seja por fim amputado.
Yolanda tinha apenas esses dois pequenos tocos.
Dois anos antes, seu marido divorciou-se dela por causa do estigma social associado à lepra, e havia proibido seus dois filhos, rapazes de catorze e dezesseis anos, de visitar a mãe.
O pai era alcoólatra, e ainda por cima com freqüentes e violentas oscilações de humor, os meninos morriam de medo dele, então se submetiam sem questionar, por conseguinte, Yolanda estava morrendo uma mulher abandonada, desamparada.

Ungi Yolanda com o óleo e orei com ela. Quando me virei para tampar de novo o frasco do óleo, o quarto se encheu de uma luz brilhante. Estava chovendo quando entrei; nem levantei a cabeça para ver, mas disse: - “Obrigado, Aba, pela luz do sol. Aposto que vai animá-la”.
Quando me voltei para olhar de novo para Yolanda - e se eu vivesse até meus trezentos anos, nunca encontraria palavras para descrever o que vi - , o rosto dela parecia uma explosão solar sobre as montanhas, como mil raios de sol sendo lançados de seu rosto literalmente tão brilhante, que tive de proteger meus olhos.
Eu disse:
- Yolanda, você parece muito feliz.
Com seu leve sotaque mexicano ela disse:
- Ah, Estou tão feliz.
Então lhe perguntei:
- Você pode me dizer por que está tão feliz?
Ela disse:
- Sim, o Aba de Jesus acabou de me dizer que quer me levar para casa hoje.
Lembro –me vividamente das lágrimas quentes que começaram a rolar sobre minhas faces. Depois de uma longa pausa, simplesmente perguntei o que o Aba de Jesus dissera.

Yolanda disse:

Levanta-te, minha amada,
Formosa minha, vem a mim!
Para ti o inverno já passou,
Não mais haverá neve,
As flores florescem na terra,
Chegou o tempo de jubilosas canções.
O canto da rolinha
Está se ouvindo em nosso campo.
Levanta, minha amada.
Minha Yolanda, vem a mim!
Deixa-me ver seu rosto. E deixa-me
Ouvir sua voz, pois sua voz é doce.
E seu rosto é formoso.
Levanta-te, minha amada,
Formosa minha, vem a mim!

Seis horas mais tarde, eu pequeno corpo leproso foi absorvido no amor de seu Aba. Mais tarde, naquele mesmo dia, descobri com a equipe de funcionários que Yolanda era analfabeta. Jamais lera a bíblia, nem nenhum outro livro, em toda a sua vida. Certamente nunca repeti aquelas palavras a ela em nenhuma de minhas visitas. Fiquei, como dizem, abismado...”.
Extraído do livro: O Anseio Furioso de Deus de Brennan Manning.

Texto

Cantares 2:10-13 “...O meu amado fala e me diz: Levanta-te, querida minha, formosa minha, e vem.
11 - Porque eis que passou o inverno, cessou a chuva e se foi;
12 - aparecem as flores na terra, chegou o tempo de cantarem as aves, e a voz da rola ouve-se em nossa terra.
13 - A figueira começou a dar seus figos, e as vides em flor exalam o seu aroma; levanta-te, querida minha, formosa minha, e vem...”.

Nova versão internacional: “...O meu amor está falando comigo.
11 - O inverno já foi, a chuva passou,
12 - e as flores aparecem nos campos. É tempo de cantar; ouve-se nos campos o canto das rolinhas.
13 - Os figos estão começando a amadurecer, e já se pode sentir o perfume das parreiras em flor. Venha então, meu amor. Venha comigo, minha querida...”.

Introdução Histórica

Sabe qual a forma mais ouvida pelos discípulos de tratamento entre Jesus e Deus?
Abba!
Abba que significa: papai, papá, tatá, meu querido pai, paizinho.

Sabe qual a fora aprendida e ouvida pelos discípulos, antes de Jesus, da evocação de Deus?
Javé!
Javé – Aquele que existe. – meu Senhor, Senhor, expressão de referência.

Texto

Lucas 11: 1-2a “...Um dia Jesus estava orando em certo lugar. :Quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: - Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos.
...Ele lhes disse: - Quando orares dizei: Pai... (Abba)...”

Paizinho, Papai, Papá, Tatá, meu querido Pai...

Obviamente havia um conflito entre o que eles aprenderam sobre religião e a forma como Jesus se relacionava com “Javé”...

Algo novo, estranho, aparentemente desrespeitoso e herético, mas que trazia uma paz, um ambiente jamais experimentado por eles antes de Jesus. Percebiam a presença de “Javé” bem ali... e sem os “raios e trovões” de sua presença. Uma presença doce, amável, próxima, íntima, pessoal, totalmente desejável.
Embora usaram o argumento de que um discípulo deve aprender com seu mestre a orar, como João e os seus discípulos, eles queriam mesmo era experimentar “aquilo”...
Como no relacionamos com Deus?
Quais são os nossos sentimentos reais quando falamos com Deus em oração?
Seja honesto consigo mesmo, você já sabe para onde caminharemos nessa mensagem, não responda de pronto, responda de verdade, com a alma ferida, distante do Abba...
Como é o nosso relacionamento com Deus?
Temos um?
Tenho observado em meus dias como líder de uma comunidade que as pessoas têm mais dificuldade em se relacionar com Deus, do que seguir regras rígidas, impostas por homens, com relação a fé, ou o que chamo de “falsa santificação”.
É mais fácil chamar Deus de “Javé” de “Senhor” do que de “Papá” Paizinho...
Javé ou Senhor não seria para nós a forma de superficializar nossa religião?
Pode parecer respeitoso, grandioso, um alto reconhecimento da divindade e poder divino sobre o homem mas:
Não seria uma forma de separação?
Ou é “Senhor” ou é “Paizinho”.
“Senhor” é posse de escravo sem direito a escolha, com castigos pelos erros, ainda que voluntária não é uma prisão espiritual cujas cadeias quebramos a cada pecado?
Porque é tão difícil receber o “Abba”?

A Falsa Santificação.

Como é que sou aceito como filho se não obedeço nem como escravo?
Como Deus pode me ver se minha aparência é detestável de pecado?
Impossível conceber ser aceito apesar de todos os meus erros...
Essa é a falsa santificação, implacável, castigadora e ditatorial, usada pelos mais diversos líderes e seguidores, na mais diversas religiões existentes, e principalmente no cristianismo.
Quem dera que nossa perseguição fosse por sermos cristãos, mas infelizmente, é por sermos chatos mesmos, arrogantes, insensíveis ao ser humano, duros de coração, manipuladores da fé, por sermos críticos do mundo ao invés de luz do mundo.
Quem dera fôssemos perseguidos, hoje em dia somos perseguidores, apontamos o dedo facilmente, criticamos o que não está no “padrão espiritual”.

Filhos de Abba.

O princípio de Jesus em sua comunhão nunca foi o “Javé” o “Senhor”, foi sempre o “Abba” o Papaizinho querido.
Não é uma novidade do Novo testamento se contrapondo ou alterando o Velho, todos que perceberam essa posição de “Abba”, foram percebidos por Abba:
Gênesis 5:24 - Enoque, que sumiu foi levado embora para Deus, diz a escritura que Deus o levou para si, Enoque “andava com Deus”...
Êxodo 33: 11 - Moisés conversava com Deus e Deus conversava com ele como se conversa com um amigo...
Isaías 41:8 – Abraão foi chamado por Deus de“ Meu Amigo”...
Atos 13: 22 – Davi foi considerado por Deus “Homem segundo o seu Coração”.
Não são super-homens, apenas homens que pularam nos braços de seu Abba, aceitaram seus estados de pecado, e apesar disso não fugiam de “Javé”.

Corriam para Abba.
Andavam com Abba.
Dançavam para Abba.
Cantavam para Abba.
Não dariam um passo sem a presença de Abba.
Conversavam com Abba como amigos, e eram.
Ouviam as batidas do coração de Abba.

Não se preocupavam com postura litúrgica, com aparência religiosa, adoravam ir ao Templo, não porque encontrariam Deus ali, mas porque queriam professar diante dos homens sua fé como filhos de Abba.
Não queriam mostrar para as pessoas que eram especiais, queriam que as pessoas desejassem ser filhos de Abba.

Foi o que Jesus realizou em seus discípulos:
“... - Nos ensine a falar com seu Abba...”.
O mais incrível e desejável, Jesus ensinou:
“... – Comecem chamando-o de “Abba”, não de “Javé”...”.
“...Se vocês querem orar como eu oro chamem-no de Abba, Ele vai gostar bastante...”.

Paizinho, Papai, Papá, Tatá, meu querido Pai...

Desfecho – Cantares 2:10-13 – Nova versão internacional:
10 - “...O meu amor está falando comigo.
11 - O inverno já foi, a chuva passou,
12 - e as flores aparecem nos campos. É tempo de cantar; ouve-se nos campos o canto das rolinhas.
13 - Os figos estão começando a amadurecer, e já se pode sentir o perfume das parreiras em flor. Venha então, meu amor. Venha comigo, minha querida...”.

Palavras que estudiosos afirmam terem sido ditas para Jesus por Seu Abba antes de dizer:

“...Abba, nas tuas mãos entrego o meu espírito...”. Lucas 23:46

Parafraseando o Cantares de Yolanda:

Levanta-te, meu amado
Formoso meu, vem a mim!
Para ti o inverno já passou,
Não mais haverá neve,
As flores florescem na terra,
Chegou o tempo de jubilosas canções.
O canto da rolinha
Está se ouvindo em nosso campo.
Levanta, meu amado.
Meu Filho amado, vem a mim!
Deixa-me ver seu rosto. E deixa-me
Ouvir sua voz, pois sua voz é doce.
E seu rosto é formoso.
Levanta-te, meu amado,
Formoso meu, vem a mim!

Comece por Abba...

Os “heróis da fé” como são chamados, na realidade “filhinhos de Abba”, descobriram, viveram e hoje estão com seu Abba.
Yolanda conheceu o Abba de Jesus e hoje ela está em casa, linda, perfeita, feliz nos braços seu Abba.
O que eu mais quero em minha vida é viver no colo de meu Abba, acima de tudo, quero experimentar, a cada dia vivido, tudo que Ele representa como “Meu Abba”.
Jesus nos ensinou:
- Comece por Abba, Ele vai gostar bastante e você terá uma feliz e insuperável surpresa!

Comece por Abba.
Comece...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Água, Bacia e Toalha...

Texto

João 13: 4-“...Levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela.
         5 - Depois colocou água numa bacia, e começou a lavar os pés dos discípulos, e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido.
         6 - Aproximou-se de Simão Pedro, que lhe disse: - Senhor, tu vais lavar os meus pés?
         7 – Respondeu Jesus: O que eu faço não o sabes agora, mas compreenderás depois.
         8 – Disse Pedro:  - Nunca me lavarás os pés. Respondeu Jesus: - Se eu não te lavar, não tens parte comigo.
         9 - Respondeu Simão Pedro: - Senhor, não apenas os pés, mas também as mãos e a cabeça.
         10 – Disse Jesus: - Aquele que já se banhou não necessita de lavar senão os pés; o mais está todo limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos...”.

 - Introdução Histórica

Uma pergunta filosófica:
Senhor tu vais me lavar os pés???
Não faz sentido pra mim, porque lavarias os meus pés?
Porque tanta atenção desprendida a mim?
O que tenho eu a oferecer?
Como podes lavar os meus pés?
Como podes tocar em mim?
Como te vestes assim, com roupas de escravo, e se curva para lavar os meus pés?

Se soubesses por onde caminharam esses pés...
Jamais lavarias os meus pés!

Fui a tantos lugares que minha alma abominou, quanto mais você!
Como podes lavar os meus pés?

Se me conhecesse nem terias me convidado pra andar contigo!
Como assim, lavar meus pés?

E vou me lembrar, de não me esquecer, de tudo que eu fiz.
Lavar meus pés? Jesus és louco ou tolo?
Acreditar em mim? Nem eu acredito!
Não faça isso, é tempo perdido, não confie nas minhas palavras...

Não sou de confiança!

 - Saberás depois...

Exatamente por nos conhecer é que Jesus quer lavar nossos pés.
Por não termos nada a oferecer é que Jesus quer lavar nossos pés.
Por estarmos sujos é que Jesus quer nos lavar os pés.
Seu conhecimento de onde vamos e o que fazemos o impulsiona a lavar nossos pés.
De tão abomináveis os nossos caminhos é que Jesus quer lavar nossos pés.
É por saber que somos que Jesus nos convida a andar com Ele.
O que mais detestamos em nós é o que alimenta seu amor.
Ele acredita em nós!
Não faz sentido! Nunca fez!
É por isso vivemos por fé, se racionalizarmos a religião, colocaremos Jesus em seu trono, completamente inacessível!

Algo ecoa em meus pensamentos, em minhas razões estúpidas:
 - O que Eu faço não o sabes agora, mas compreenderás depois...

Precisamos compreender essas palavras, confiar nelas.
Nossa desconfiança não é na igreja, no sistema, nos líderes essa desconfiança é de nós mesmos
Nossa realidade que precisa desesperadamente desse lavar...
Ele acredita, independente de nossa miséria humana.
Ele sabe o “depois”, Ele sabe que meu “depois” é lindo. É limpo.

 - Nunca me lavarás os pés...

         Uma lógica simples, quanto mais ele se aproxima, mais incomodado ficamos com nosso estado de pecado.
Jamais vou deixar que se suje comigo!!! É o que grita minha alma.
Desesperançados pois entra culto e sai culto, cantamos, dançamos, praticamos a eucaristia e nada muda!
Nunca me lavarás os pés! É o que falamos pois no íntimo cremos que não vai adiantar nada.

E de fato depois desse lavar de Jesus, Pedro negou 3 vezes.
Um golpe definitivo no impossível de limpar, no eu que vai negá-lo assim que o cerco se apertar.
Assim que minhas vontades precisarem ser supridas e minha carne satisfeita.
Mentirei, enganarei, prometerei o que não vou cumprir.

Nunca me lavarás os pés, grita minha alma cansada.
Não adianta nada! Vou errar!

 - Se eu não te lavar, não tens parte comigo...

De “aquele que negou a Jesus 3 vezes” para o maior evangelista de todos os tempos...
De “aquele que falava demais” para aquele que a que o próprio Jesus confiou sua igreja.
Desse homem viemos.
Nessa igreja confiada a Pedro é que somos firmados.
É essa igreja, a que Pedro cuidou em vida, que Jesus virá buscar para o céu.
Sabe onde tudo mudou na vida de Pedro?
Quando permitiu que Jesus lavasse seus pés.
Quando vamos permitir que Jesus nos toque?
Quando permitiremos que lave nossos pés?
O mestre já está com roupa de escravo aqui hoje, com a toalha nos ombros, a bacia junto aos seus pés, pronto para nos lavar os pés.

Desfecho – Hoje é dia de Santa Ceia aqui na comunidade.

Dia em que nossos atos são de lembrar sua aliança eterna conosco.
O pão que lembra seu corpo, oferecido por nós. Uma oferta de amor incondicional, inexplicável e magnífica!
O vinho que lembra seu sangue, seu precioso sangue, Nossa Nova Aliança.

O convite é para você, deixar Jesus te lavar os pés.
O Convite é para você confiar N’Ele, pois entenderás depois.
O convite é ter parte com Ele e tudo vai ficar bem...

Bacia, água e toalha são seu instrumentos preferidos de transformação humana.
Corpo e Sangue são a prova de até onde ele foi por nós.
Convido você a participar disso tudo, como você esta.