segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Ilusionista – Parte 1


Introdução Histórica 

Você já brincou de “detetive”?

Uma brincadeira antiga onde em um grupo de pessoas duas são sorteadas, uma, é o detetive e outra é o bandido, o jogo tem dois objetivos distintos e opostos, o grupo fica sentado em um círculo e o bandido com um piscar de olhos, mata a vítima que declara ao ser alvejada pelo piscar de olhos mortal:
- Morri!

Enquanto isso no meio do grupo tem um detetive que ao perceber o bandido pegando suas vítimas declara:

 - Preso em nome da lei!

Vence quem cumprir o objetivo, ou o bandido, disfarçado e sorrateiro que pega todas as vítimas ou o detetive que o descobre e prende antes de pegar todas as vítimas.


Texto: Jeremias 2:11-13,32 “... Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto não serem deuses? Todavia o meu povo trocou a sua glória pelo que é de nenhum proveito.


12 – Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos, ficai verdadeiramente estupefatos, diz o Senhor.


13 – O meu povo fez duas maldades: A mim me deixaram o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retém as águas.


32 – Esquece-se a virgem das suas jóias, ou a esposa dos seus ornamentos? Todavia o meu povo se esqueceu de mim por inumeráveis dias.


1 – O ilusionista.
 
Jean Daniélou escreveu: - “... A verdade consiste numa mente que dá às coisas a importância que elas têm na realidade...”


O diabo é o grande ilusionista, ele impermeabiliza o coração humano.


Faz com que as verdades bíblicas não penetrem no profundo, apenas tire a poeira do coração envernizado pela dureza da descrença e do ego.

Incita-nos a dar importância ao que não tem importância alguma.

Veste com falsa glória o que é menos importante e nos desvia do que é verdadeiro.

Ele nos faz viver num mundo de ilusão, devaneios e sombras.

Massageia nosso ego, nos traz a falsa segurança de auto-suficiência.

Ele não aparece como diabo, ele aparece como falsa consciência.

Fala em nossos ouvidos como se fossem nossos pensamentos, lança falsas verdades sobre nós, e nos faz prisioneiros de nosso Eu.



Será que hoje não estamos sendo enganados por essa consciência? Pelo ilusionista?


Jean Daniélou escreveu: - “... A verdade consiste numa mente que dá às coisas a importância que elas têm na realidade...”


A verdade, a realidade para aqueles que encontraram a Verdade é e sempre será Jesus Cristo, ressurreto, vivo, amigo e irmão.

Qualquer auto-pensamento é desfeito por essa verdade.

Para a maioria de nós, o mais real é o mundo da existência material e o mundo de Deus o irreal.

Trocamos Deus, o real, o sublime, o Todo Poderoso pelo que não tem proveito.

2 - O Eu-Ilusionista.

O próprio Cristo declara que não veio trazer paz, mas espada.


Isso não é uma contradição à nossa pregação, porque o homem só adquire paz interior quando seu interior está em guerra com o Eu impostor e suas falsas verdades.


A palavra de Deus deveria nos envergonhar, nos chocar, pois ela diz muito do que não queremos ouvir.


Nosso Eu-Ilusionista sempre tende a colocar as implicações da palavra para o vizinho pecador e desobediente e nos impede de ver a verdade:

- É tudo para mim, sempre foi...

E não é por não conhecermos a palavra que não somos chocados e confrontados – nós a ouvimos semana após semana.

Porque ela não nos força a reavaliar a vida?

Estamos de volta às nossas ilusões, causadas por nós mesmos.


Michel Quoist declarou:

Estamos satisfeitos com nossa vidinha decente.




Estamos contentes com nossos bons hábitos:

 - Nós os tomamos por virtudes.


Estamos contentes com nossos pequenos esforços:

 - Nós os tomamos por progresso.


Estamos orgulhosos de nossas atividades:

 - Elas nos fazem pensar que estamos doando.

Estamos impressionados por nossa influência:

 - Imaginamos que ela transformará vidas.

Estamos orgulhosos do que damos:

 - Entretanto ocultamos o que retemos.


Podemos até mesmo estar confundindo um conjunto de egoísmos coincidentes com verdadeira amizade...”


Guarde isso na alma, anote, imprima e cole no espelho em que se olha todos os dias:

“... Você não pode sobreviver lá fora, na selva da vida, sem levar o relacionamento com Jesus a sério. Não podemos simplesmente abandoná-lo em nossa vida diária e fazer-lhe uma visitinha aos domingos...”

Desfecho: Duas Maldades: O abandono do Abba (Paizinho), e deixaram de beber água limpa para beber água de enxurrada e o que é pior; em vasilhas furadas...


Um desabafo de amor, tão intenso e tão ferido que Deus fez a Jeremias:


 (Verso 13) “... O meu povo fez duas maldades: A mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retém as águas...”




- Me abandonaram, me deixaram sem nem um adeus!


- O que eu fiz? Só dei amor!


- Nunca faltou águas vivas para eles!


- Até a cruz eu fui, porque não querem ser meus amigos, meus filhos?


- Mentem pra si mesmos.


- Buscam auto-suficiência, todos os dias, os vejo sofrer todos os dias.



 - Que atire a primeira pedra aquele que não fez isso esta semana!


 - Duvido que eu fui o único que se preocupou com o próprio umbigo esses dias...




Ferimos o coração de Deus todos os dias:


(Verso 32b) “... Todavia o meu povo se esqueceu de mim por inumeráveis dias...”


Isso é antigo, vem desde o gênesis, abandonamos a Deus por qualquer frutinha saborosa!


“... Vêm os portugueses e espanhóis com pentes e espelhos, que nos fazem bonitos, que nos permitem ver apenas nosso aspecto externo e logos esquecemos-nos do tesouro que possuímos...”


“... O Grande Ilusionista é assim, distrai nosso olhar, ele é especialista em esconder o precioso e nos dar o reflexo, ele é um mestre com os espelhos...”



Pergunta necessária e dolorosa:


Quantos dias esta semana, nos relacionamos com Deus?


Isso não tem a ver com nosso hábito ler a bíblia todos os dias, ou nossa oração matutina e vespertina e a aquela apressada do alimento.


Quantos dias esta semana conversamos com Deus?


Não é a oração intercessória, ou a nobre oração pelos perdidos, oprimidos ou as orações em grupo por propósitos sublimes.



(Verso 32b) “... Todavia o meu povo se esqueceu de mim por inumeráveis dias...”


Quantas vezes esta semana simplesmente conversamos com Deus, sem um pedido ou necessidade?


Hoje é o dia de nos arrependermos, e nos achegar a Deus, com coração transparente, verdadeiro.


Hoje é o dia de abraçar o peito do Abba, e reconhecer que ferimos seu coração, pelo abandono, injusto, frio e egoísta de nossas almas vazias.


Fale com ele agora, ele espera ansiosamente e com saudades.

domingo, 15 de agosto de 2010

Você não Precisa Mais do Sol

Ilustração
Antes de entrarmos na questão filosófica do tema vamos entender de forma simples a principal importância do sol para a Terra.
A luz solar é a principal fonte de energia da Terra.
A luz solar é indispensável para a manutenção de vida na Terra,
A luz solar responsável pela manutenção de água no estado líquido, condição indispensável para permitir a vida como se conhece.
A luz solar responsável pela fotossíntese em certos organismos.
A luz solar responsável pela produção do oxigênio necessário para a manutenção da vida.
Mesmo combustíveis fósseis tais como petróleo, foram produzidos via luz solar.
Enfim, alimentos, energia, vida, luz, calor, impossível o planeta Terra viver sem o sol.

Introdução Histórica
Quantas vezes nos sentimos com frio, no escuro mesmo com luz e calor?
Quantas vezes a solidão é tão forte que não adianta a casa cheia de amigos?
Você já teve medo do escuro?
Escuro é falta de sol. É falta do sol.
Assim como o sistema natural da vida a alma precisa de luz.
A definição para Escuridão é: Ausência de luz.
Nos casos de lua minguante chega-se a escuridão total = Ausência de luz.
Você já passou por ausência de luz? Na alma?
Pois é cristão ou não, religiosos ou não, o ser humano tem ausência de luz na alma, daí tanta necessidade tanta sede...
Esses valores de luz, mesmo para uma pessoa que possui a Jesus como centro da vida, ainda assim, são buscados e trocados na alma, por quê?
O ser humano dotado de corpo alma e espírito, possui dentro de seu ser, necessidades que mesmo com o advento da fé cristã, necessita de preenchimentos.
Não seria isso uma distorção, já que Jesus deveria preencher todo o vazio?
Não, não é!
O homem é um ser social, não pode viver isolado, e a presença de Deus, invisível como é hoje, o deixa inseguro e distante da realidade de um relacionamento proposto por Ele.
Portanto em qualquer situação adversa vem a insegurança e por conseqüência o escuro.
Quando estamos no meio das tempestades perdemos o foco na fé e nossa tendência é olhar para baixo, para o vento e afundar.
O que fazer diante dessa realidade de vida, como ser completo?

Texto: Isaías 60:18-22 “... Nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, de desolação ou destruição nos teus termos, mas aos teus muros chamarás Salvação, e às tuas portas Louvor.
19 - Nunca mais te servirá o sol para luz do dia, nem com o seu resplendor a lua te iluminará, pois o Senhor será a tua luz perpétua, e o teu Deus a tua glória.
20 – Nunca mais se porá o teu sol, nem a tua lua minguará; pois o Senhor será a tua luz perpétua, e os dias do teu luto findarão.
21 – Então todo o teu povo será justo, e para sempre herdarão a terra. Serão renovos por mim plantados, obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado.
22 – O menor virá a ser mil, e o mínimo uma poderosa nação. Eu o Senhor, a seu tempo farei isso prontamente...”

1 – Fique de olho na promessa. (verso 18).
Nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, desolação ou destruição.
Quando abordamos eventos globais, nossas respostas pessoais ficam subjetivas, não existe certeza de alcance da promessa.
Deus em seu infinito amor, toca na fé pessoal “tua terra”, existe uma promessa para você.
A violência, desolação ou destruição que te atacam rotineiramente, à sua volta, em seu lar, isso vai findar, nunca mais se ouvirá, é uma promessa pessoal.
Uma questão obvia é que poderíamos afirmar que é uma promessa para quando tudo acabar, e o mundo ser refeito e a glória de Deus invadir tudo.
Fique de olho na promessa.

Hebreus 6:5 “... e provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro,...”

Simples assim, esse texto, mesmo fora de seu contexto, nos revela uma verdade maravilhosa sobre a promessa de Isaías:
Podemos provar em vida da boa palavra de Deus, e o poder do “mundo vindouro”.
Claro como a luz, podemos provar a maravilha do novo mundo aqui no velho!
Portanto, aqui e hoje podemos nos apossar da promessa:
- Nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, desolação ou destruição. Aleluia!!!

2 – Trocando o ciclo pelo perpétuo (verso 19)
É uma promessa de Deus, não é uma opção humana, afinal é impossível para o homem conceber sua existência sem o sol.
Mas o que para o homem é impossível para Deus tudo é possível!
Sua promessa é para o sofrimento humano, mas vamos tirar do global e vamos para o pessoal.
Deus está prometendo aqui uma fonte inesgotável de vida e vida abundante.
O Abba nos traz um basta aos ciclos de luz em nossas vidas e traz lua luz perpétua, alem do tempo, além das eras, nascente de seu corpo, de onde toda a luz vem.
Chega de momentos de luz, chega de ciclos de luz, chega de tempos de luz!
Interessante que o Pai nem aborda a escuridão, o centro do sofrimento humano, o centro do seu sofrimento pessoal.
A questão é que para Deus e em Deus não existe ausência só presença.
Ele diz:
Chega de sol e lua, chega de luz plena e claridades noturnas, chega de momentos de presença e depois reflexos dela nas trevas.
A questão apresentada agora a você é como você está? Diante do sol, no reflexo da lua ou na escuridão?
A sinceridade da resposta do coração é que vai atrair a luz perpétua.
É na escuridão, ou ausência de luz, que Deus tem prazer de dizer:
- Haja luz!
Chegou a hora de começar a desfrutar da promessa;
- Você não precisa do sol, Eu sou a tua luz perpétua!
Chega de altos e baixos, de sol e lua, chega de ciclos.
Luz perpétua, eterna, viva, fonte de luz, expansiva e abrangente.

3 – Fim do por do sol, fim da lua minguante, fim do luto. (verso 20)
Você já observou que as enfermidades sempre pioram no caminho do por do sol?
Quem pesca já observou que os peixes sempre pegam mais com lua cheia?
Deus está determinando o fim do fim das coisas.
Chega de por do sol, chega de lua minguante, chega de luto.

Quando Deus se torna nossa luz perpétua, tudo termina.
Essa é a experiência de provar a promessa do mundo vindouro.
Essa é a promessa para a igreja hoje, essa é a promessa para você, afinal Ele mesmo refere como “teu sol”, “tua lua”, “teu luto”...
É para você, é para hoje é agora.
Você não precisa do sol.
O Abba é tua luz perpétua, alegria contínua, mesmo diante da mais profunda dor da alma.
Porque a cruz não o segurou, porque a morte não segurou nem o inferno o segurou, nada pode apagar essa luz!
Ele vive! Nós vivemos!
Quando o luto se finda, começa a vida.

4 – Começa a vida. (verso 21)
A vida atrai vida.
Um ajuntamento de pessoas à procura da luz, do perpétuo, da segurança.
Um povo justo, herdeiros da terra para sempre.
Começa hoje, comece hoje.
Você pode ter um renovo na vida, pode ser um renovo plantado por Deus.
Para sua glória, para sua exaltação.


5 – A menor será mil, e o mínimo uma poderosa nação. (verso 22)
Essa é a promessa que recebemos de Deus para nosso chamado, tivemos confirmação de Deus através muitas vozes.
Promessa de crescimento, de multiplicação.
Não é um ideal megalomaníaco, eu creio na promessa!
Um ajuntamento de pessoas à procura da luz perpétua para suas vidas.
Pessoas cansadas do pôr do sol, cansadas do luto, cansadas da dor.
Virão de todos os lugares.
Você pode ter e pode ser a luz que atrai, que cura, que encerra esse ciclo doloroso dos homens.
Filipenses 2:15 “... para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros (luzeiros, sóis) no mundo...”
Você um luzeiro, uma estrela, um sol – Deus dentro de você – A Luz perpétua...

Desfecho: – “... Você não precisa do sol!...”
Um amor tão grande, Deus preocupado com as inconstâncias da alma do homem, o Abba preocupado com o seu ciclo de alegria e dor.
Triste por te ver triste. Interessado em seu bem estar.
Deus não se agrada do seu medo do escuro, ele sabe que esse medo começa quando vemos que a luz está se pondo, antecipamos o escuro no nosso coração, sofremos, choramos.

Chega dessa violência. Chega dessa desolação. Chega dessa destruição.

Chega de luzes temporárias. Chega de luas minguantes.
Chega de escuridão. Chega de medo. Chega de luto.

Haja luz! - disse Deus. Haja luz! Diz Deus!

Ele é a tua luz perpétua, sem mudança ou sombra de variação.
Eternamente a tua luz.

E você pode ser um sol, clareando o mundo, emanando de Deus.

Dentro de você, um relacionamento de total amor, de luz perpétua.
Sem altos e baixos de momentos felizes, só luz.
Fale com o Abba agora, ele quer por fim ao teu sofrimento, não tenha medo, não se envergonhe de seus erros, Ele pagou por nossos erros.
Hoje é só luz, só amor, sempre...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Como Posso Esquecer?


Ilustração
Lembro-me de uma vez quando eu tinha por volta dos 5 anos de idade, minha família morava em uma casa germinada dos meus avós paternos, minha mão como era de costume a nos finais de semana cuidar dos cabelos e fazer as unhas em um salão de uma amiga que era perto de casa.
Eram mais ou menos umas 20 quadras, morávamos na cidade de São Paulo, a região tinha morros e da lage da casa dava pra ver o salão situado no morro a frente, mas para uma criança de 5 anos tudo era imensamente longe e grande.
No salão tinha visinhos amigos que brincávamos a tarde toda na rua, enquanto minha mãe se arrumava.
Numa tarde um amiguinho passou brincando de bicleta e eu corri atrás deleo chamando, mas ele não ouviu, continuei andando atrás dele até que sumiu de minha vista, não percebi que havia corrido e caminhado mais que acostumado.
Quando me dei por conta estava perdido, continuei andando, procurando algo familiar para poder voltar para casa, mas quanto mais andava mais perdido ficava.
Me lembro até hoje do pavor que sentia, a medida que ia escurecendo o medo ia aumentando, o coração acelerado o desespero tomando conta e totalmente perdido, desamparado, amedrontado, sosinho, triste e chorando muito achando nunca mais iria ver meus pais novamente.
Parei em uma casa, já era noite, chamei quem quer que fosse e um casal simpático atendeu a porta, a mulher me levou pra dentro, me deu água e comida, lembro que aquele aconchego me acalmou por dentro, seus olhares me deram segurança e o choro cessou.
O marido com sabedoria pediu para contar a história de como tinha me perdido e me consolou dizendo: Fique calmo eu vou levar você para os seus pais! Coma um pouco e iremos procurá-los.
Quando saímos já tarde da noite ele me fez lembrar mais ou menos de onde eu tinha vindo e fizemos o caminho de volta, quando em uma das ruas pude ver o outro morro, apontei para as luzes e falei pra ele: Eu moro lá naquelas luzes...
Eram muitas um morro cheio delas, mas ele com esperança me levou, quando chegamos nos lugares conhecidos foi fácil voltar para casa.
Em casa todos desesperados, polícia e a casa cheia de gente a procurar por mim, me lembro vagamente do desespero de todos e da felicidade de ter sido encontrado.
Me lembro também do alívio dentro do peito, fazem 35 anos que isso aconteceu e ainda sinto um frio na espinha de lembrar da solidão, do despero e do choro.
Eu sei o que é estar só e sem esperança.

Introdução Histórica
Quantas vezes nos sentimos desamparados?
Você já foi esquecido? Já se esqueceram de seu aniversário?
Já se esqueceram do seu nome?
E aquela vaga de emprego que você pediu tanto e a pessoa amiga a qual você tanto falou indicou outro e quando te vê: - Puxa me esqueci de você! Indiquei outro?
Você já se perdeu de seus pais?
E quando adultos, nos sentimos impotentes e desamparados diante dos problemas da vida?
Já foi abandonado por seus amigos ou parentes de forma a se sentir só, com todo o fardo do problema e da culpa nas costas?
Já foi acusado de algo que não fez?
E quando realmente fizemos, e fomos acusados e abandonados?
Eu já! E posso garantir, não existe medo maior do que o medo da solidão e abandono.

Texto: Isaías 49:13-16 – “... Exultai ó céus, e alegra-te, ó terra, e vós, montes, rompei em cânticos! Pois o Senhor consola o seu povo, e dos seus aflitos se compadecerá.
14 – Mas Sião disse: O Senhor me desamparou, o Senhor se esqueceu de mim.
15 – Pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de modo que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti.
16 – Vê, nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente na minha presença...”


1 – Desamparados 
e Esquecidos (verso 14).


Uma das questões mais comuns hoje é o desamparo de Deus.
Por toda a volta convivemos com pessoa decepcionadas com Deus, se acham insignificantes para Ele e de certa forma esquecidas.



Já ouvi afirmações como:
 - Deus está muito ocupado para se preocupar comigo.
 - Deus se esqueceu de mim.
 - Se Deus existisse mesmo não deixaria o mundo como está.
 - Deus não me ama. Ele não se importa com meus problemas.

Posso afirmar, assim como você está aqui em meio a este assunto que, não é verdade, Ele te ama, muito, mais do que podemos compreender.
Além do que podemos sentir.
Seu amor vai além do que os nossos olhos podem ver.

2 – Que mãe é essa? 
Que Deus é esse? 
 (verso 15)

Que comparação é essa?
Dá pra perceber o amor desesperado de Deus pelo homem.
Você consegue perceber?
Uma mãe que amamente esquecendo-se de seu filho e não se importando com ele, literalmente o abandonando e apagando da memória!
Mesmo que essa o abandone, não pode esquecê-lo, a natureza a faz lembrar.
Seus seios começam a derramar leite, lembrando da hora da mamada.
Se a situação de não amamentar continuar a natureza a lembrará com dor, os seios empedram, ficam tão duros que a mulher chega a ter febre se não amamentar.

Quando nossa primeira filha faleceu no quinto mês de gestação, e tivemos que tirá-la no hospital, quando voltamos para casa, aquela semana foi muito difícil, principalmente para minha esposa cujos seios ficaram doloridos e inchados prontos para amamentar, não tinha alternativa, tivemos que esperar a natureza parar de avisar e o organismo acostumar com a perda...

Essa é a comparação e a declaração do amor de Deus por você:
Ainda que fosse possível esse fato ele declara apaixonadamente que nos ama desesperadamente, inconseqüentemente.

Ele garante: Não me esquecerei de ti.
O assunto de Deus era com toda a nação de Israel, mas sua expressão foi:
- Não me esquecerei do você...
Você, totalmente individual e pessoal, relacionamento singular, sempre...

3–Como posso esquecer? (vs 16)

 - Vê! Olhe minhas mãos!
 - Como posso esquecer?
 - Você está gravado aqui! Tatuei seu nome na palma de minhas mãos!
 - Não sai mais! Não quero que saia, quero sempre me lembrar!

Vejo muita paixão nessa conversa com Isaías, vejo Deus abrindo seu coração para um confidente sobre seu amor secreto.
Olha Isaías tatuei o nome deles em minhas mãos! Não ficou lindo?
Como pedem achar que eu me esqueci deles?
Jamais. O amarei até a morte!

O fato de passarmos por problemas não quer dizer que fomos desamparados por Deus, só estamos sendo preparados para a vida e isso é por toda a vida, é uma preparação para a vida eterna.
Não existe evangelho sem dor, mas abandono nunca!
Não fomos esquecidos por Deus, a realidade é que nos detestamos de tal forma que desejamos ser esquecidos, não merecemos ser lembrados.
Fazemos então uma inversão de culpa e transferimos para Deus nossas frustrações, criamos muros para nos esconder e quando olhamos ao redor estamos sós. Nós e nossos muros à volta.
Essa é a maravilha da graça, Deus continua a sua espera por de trás dos muros de pedra, acenando com as palmas das mãos, gravadas com teu nome.

Como posso esquecer?
Meu amor é vivo.

4 – Mãos Gravadas, Mãos Cravadas.
Outra interpretação, tão importante quanto, é o fato que suas mãos foram trespassadas pelos pregos da cruz, de um lado ao outro.
Quando Deus conversava com Isaías, datava-se de 712 anos antes de Cristo.
Suas gravuras com nossos nomes em suas mãos, como criança que escreve o nome da pessoa por quem se apaixona, tornam-se então as marcas da cruz.
Quando Jesus ressurreto aparece no meio dos discípulos para mostrar a Tomé que estava vivo, sua declaração firma nossa questão:
 - Olha minhas mãos Tomé, coloque as suas mãos nos furos! Sou eu!
Com Isaías era um projeto, um nome gravado, agora consumado, mãos cravadas, não marcas apenas, furos de um lado a outro.
Furos que Ele levou para a eternidade e hoje os possui, e quando o ver,  veremos seus furos que nos lembrará do quanto custou se apaixonar pelo homem.

O lindo de tudo isso é que Ele não quer de nós sentimentos de culpa, se perguntar para Ele sobre sua dor Ele dirá:
Vê! Gravei-te nas palmas de minhas mãos, não fique triste, faria tudo novamente se fosse preciso!

Desfecho: 
“... Exultai ó céus, e alegra-te, ó terra, e vós, montes, rompei em cânticos! Pois o Senhor consola o seu povo, e dos seus aflitos se compadecerá..."

O brado de Deus.
Toda a criação: Exultai, Alegrem-se, e Cantem! Tudo voltará a seu lugar.

Eu consolo meu povo e me compadeci de meus aflitos!


Para Isaías Ele declarou: - Estou chegando!

Agora ecoa daquela cruz: - Está consumado!

O desafio para nós hoje é vencermos os sentimento de abandono e esquecimento. Isso nunca aconteceu e nunca acontecerá.
Teu nome continua gravado nas mãos do Abba.
Os furos nas mãos de seu Filho atestam sua declaração de paixão.
E seu Espírito Santo passeia na terra trazendo segurança, como você pode sentir agora, nesse turbilhão tremendo e mexendo dentro de você.

Não é um fato emocional, psicologicamente explicável, é a presença viva de Deus dentro de você. Agora somos sua morada! UAU!
O Abba dentro de nós!
Se você quer experimentar, peça pra Ele fazer morada em você.
Faça essa oração agora, do seu jeito... Converse com Ele, peça pra Ele mostrar teu nome em suas mãos. Você não foi esquecido nem desamparado!
Derrube agora seus muros de pedra e deixe que Deus entre e faça essa morada...