segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Ilusionista – Parte 1


Introdução Histórica 

Você já brincou de “detetive”?

Uma brincadeira antiga onde em um grupo de pessoas duas são sorteadas, uma, é o detetive e outra é o bandido, o jogo tem dois objetivos distintos e opostos, o grupo fica sentado em um círculo e o bandido com um piscar de olhos, mata a vítima que declara ao ser alvejada pelo piscar de olhos mortal:
- Morri!

Enquanto isso no meio do grupo tem um detetive que ao perceber o bandido pegando suas vítimas declara:

 - Preso em nome da lei!

Vence quem cumprir o objetivo, ou o bandido, disfarçado e sorrateiro que pega todas as vítimas ou o detetive que o descobre e prende antes de pegar todas as vítimas.


Texto: Jeremias 2:11-13,32 “... Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto não serem deuses? Todavia o meu povo trocou a sua glória pelo que é de nenhum proveito.


12 – Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos, ficai verdadeiramente estupefatos, diz o Senhor.


13 – O meu povo fez duas maldades: A mim me deixaram o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retém as águas.


32 – Esquece-se a virgem das suas jóias, ou a esposa dos seus ornamentos? Todavia o meu povo se esqueceu de mim por inumeráveis dias.


1 – O ilusionista.
 
Jean Daniélou escreveu: - “... A verdade consiste numa mente que dá às coisas a importância que elas têm na realidade...”


O diabo é o grande ilusionista, ele impermeabiliza o coração humano.


Faz com que as verdades bíblicas não penetrem no profundo, apenas tire a poeira do coração envernizado pela dureza da descrença e do ego.

Incita-nos a dar importância ao que não tem importância alguma.

Veste com falsa glória o que é menos importante e nos desvia do que é verdadeiro.

Ele nos faz viver num mundo de ilusão, devaneios e sombras.

Massageia nosso ego, nos traz a falsa segurança de auto-suficiência.

Ele não aparece como diabo, ele aparece como falsa consciência.

Fala em nossos ouvidos como se fossem nossos pensamentos, lança falsas verdades sobre nós, e nos faz prisioneiros de nosso Eu.



Será que hoje não estamos sendo enganados por essa consciência? Pelo ilusionista?


Jean Daniélou escreveu: - “... A verdade consiste numa mente que dá às coisas a importância que elas têm na realidade...”


A verdade, a realidade para aqueles que encontraram a Verdade é e sempre será Jesus Cristo, ressurreto, vivo, amigo e irmão.

Qualquer auto-pensamento é desfeito por essa verdade.

Para a maioria de nós, o mais real é o mundo da existência material e o mundo de Deus o irreal.

Trocamos Deus, o real, o sublime, o Todo Poderoso pelo que não tem proveito.

2 - O Eu-Ilusionista.

O próprio Cristo declara que não veio trazer paz, mas espada.


Isso não é uma contradição à nossa pregação, porque o homem só adquire paz interior quando seu interior está em guerra com o Eu impostor e suas falsas verdades.


A palavra de Deus deveria nos envergonhar, nos chocar, pois ela diz muito do que não queremos ouvir.


Nosso Eu-Ilusionista sempre tende a colocar as implicações da palavra para o vizinho pecador e desobediente e nos impede de ver a verdade:

- É tudo para mim, sempre foi...

E não é por não conhecermos a palavra que não somos chocados e confrontados – nós a ouvimos semana após semana.

Porque ela não nos força a reavaliar a vida?

Estamos de volta às nossas ilusões, causadas por nós mesmos.


Michel Quoist declarou:

Estamos satisfeitos com nossa vidinha decente.




Estamos contentes com nossos bons hábitos:

 - Nós os tomamos por virtudes.


Estamos contentes com nossos pequenos esforços:

 - Nós os tomamos por progresso.


Estamos orgulhosos de nossas atividades:

 - Elas nos fazem pensar que estamos doando.

Estamos impressionados por nossa influência:

 - Imaginamos que ela transformará vidas.

Estamos orgulhosos do que damos:

 - Entretanto ocultamos o que retemos.


Podemos até mesmo estar confundindo um conjunto de egoísmos coincidentes com verdadeira amizade...”


Guarde isso na alma, anote, imprima e cole no espelho em que se olha todos os dias:

“... Você não pode sobreviver lá fora, na selva da vida, sem levar o relacionamento com Jesus a sério. Não podemos simplesmente abandoná-lo em nossa vida diária e fazer-lhe uma visitinha aos domingos...”

Desfecho: Duas Maldades: O abandono do Abba (Paizinho), e deixaram de beber água limpa para beber água de enxurrada e o que é pior; em vasilhas furadas...


Um desabafo de amor, tão intenso e tão ferido que Deus fez a Jeremias:


 (Verso 13) “... O meu povo fez duas maldades: A mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retém as águas...”




- Me abandonaram, me deixaram sem nem um adeus!


- O que eu fiz? Só dei amor!


- Nunca faltou águas vivas para eles!


- Até a cruz eu fui, porque não querem ser meus amigos, meus filhos?


- Mentem pra si mesmos.


- Buscam auto-suficiência, todos os dias, os vejo sofrer todos os dias.



 - Que atire a primeira pedra aquele que não fez isso esta semana!


 - Duvido que eu fui o único que se preocupou com o próprio umbigo esses dias...




Ferimos o coração de Deus todos os dias:


(Verso 32b) “... Todavia o meu povo se esqueceu de mim por inumeráveis dias...”


Isso é antigo, vem desde o gênesis, abandonamos a Deus por qualquer frutinha saborosa!


“... Vêm os portugueses e espanhóis com pentes e espelhos, que nos fazem bonitos, que nos permitem ver apenas nosso aspecto externo e logos esquecemos-nos do tesouro que possuímos...”


“... O Grande Ilusionista é assim, distrai nosso olhar, ele é especialista em esconder o precioso e nos dar o reflexo, ele é um mestre com os espelhos...”



Pergunta necessária e dolorosa:


Quantos dias esta semana, nos relacionamos com Deus?


Isso não tem a ver com nosso hábito ler a bíblia todos os dias, ou nossa oração matutina e vespertina e a aquela apressada do alimento.


Quantos dias esta semana conversamos com Deus?


Não é a oração intercessória, ou a nobre oração pelos perdidos, oprimidos ou as orações em grupo por propósitos sublimes.



(Verso 32b) “... Todavia o meu povo se esqueceu de mim por inumeráveis dias...”


Quantas vezes esta semana simplesmente conversamos com Deus, sem um pedido ou necessidade?


Hoje é o dia de nos arrependermos, e nos achegar a Deus, com coração transparente, verdadeiro.


Hoje é o dia de abraçar o peito do Abba, e reconhecer que ferimos seu coração, pelo abandono, injusto, frio e egoísta de nossas almas vazias.


Fale com ele agora, ele espera ansiosamente e com saudades.

Um comentário:

  1. realmente precisamos toca-lo a todo segundo e pedir a ele que nos transforme a cada dia em Cristo Jesus ... para sermos um como ele é com o pai ?

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