quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Como Posso Esquecer?


Ilustração
Lembro-me de uma vez quando eu tinha por volta dos 5 anos de idade, minha família morava em uma casa germinada dos meus avós paternos, minha mão como era de costume a nos finais de semana cuidar dos cabelos e fazer as unhas em um salão de uma amiga que era perto de casa.
Eram mais ou menos umas 20 quadras, morávamos na cidade de São Paulo, a região tinha morros e da lage da casa dava pra ver o salão situado no morro a frente, mas para uma criança de 5 anos tudo era imensamente longe e grande.
No salão tinha visinhos amigos que brincávamos a tarde toda na rua, enquanto minha mãe se arrumava.
Numa tarde um amiguinho passou brincando de bicleta e eu corri atrás deleo chamando, mas ele não ouviu, continuei andando atrás dele até que sumiu de minha vista, não percebi que havia corrido e caminhado mais que acostumado.
Quando me dei por conta estava perdido, continuei andando, procurando algo familiar para poder voltar para casa, mas quanto mais andava mais perdido ficava.
Me lembro até hoje do pavor que sentia, a medida que ia escurecendo o medo ia aumentando, o coração acelerado o desespero tomando conta e totalmente perdido, desamparado, amedrontado, sosinho, triste e chorando muito achando nunca mais iria ver meus pais novamente.
Parei em uma casa, já era noite, chamei quem quer que fosse e um casal simpático atendeu a porta, a mulher me levou pra dentro, me deu água e comida, lembro que aquele aconchego me acalmou por dentro, seus olhares me deram segurança e o choro cessou.
O marido com sabedoria pediu para contar a história de como tinha me perdido e me consolou dizendo: Fique calmo eu vou levar você para os seus pais! Coma um pouco e iremos procurá-los.
Quando saímos já tarde da noite ele me fez lembrar mais ou menos de onde eu tinha vindo e fizemos o caminho de volta, quando em uma das ruas pude ver o outro morro, apontei para as luzes e falei pra ele: Eu moro lá naquelas luzes...
Eram muitas um morro cheio delas, mas ele com esperança me levou, quando chegamos nos lugares conhecidos foi fácil voltar para casa.
Em casa todos desesperados, polícia e a casa cheia de gente a procurar por mim, me lembro vagamente do desespero de todos e da felicidade de ter sido encontrado.
Me lembro também do alívio dentro do peito, fazem 35 anos que isso aconteceu e ainda sinto um frio na espinha de lembrar da solidão, do despero e do choro.
Eu sei o que é estar só e sem esperança.

Introdução Histórica
Quantas vezes nos sentimos desamparados?
Você já foi esquecido? Já se esqueceram de seu aniversário?
Já se esqueceram do seu nome?
E aquela vaga de emprego que você pediu tanto e a pessoa amiga a qual você tanto falou indicou outro e quando te vê: - Puxa me esqueci de você! Indiquei outro?
Você já se perdeu de seus pais?
E quando adultos, nos sentimos impotentes e desamparados diante dos problemas da vida?
Já foi abandonado por seus amigos ou parentes de forma a se sentir só, com todo o fardo do problema e da culpa nas costas?
Já foi acusado de algo que não fez?
E quando realmente fizemos, e fomos acusados e abandonados?
Eu já! E posso garantir, não existe medo maior do que o medo da solidão e abandono.

Texto: Isaías 49:13-16 – “... Exultai ó céus, e alegra-te, ó terra, e vós, montes, rompei em cânticos! Pois o Senhor consola o seu povo, e dos seus aflitos se compadecerá.
14 – Mas Sião disse: O Senhor me desamparou, o Senhor se esqueceu de mim.
15 – Pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de modo que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti.
16 – Vê, nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente na minha presença...”


1 – Desamparados 
e Esquecidos (verso 14).


Uma das questões mais comuns hoje é o desamparo de Deus.
Por toda a volta convivemos com pessoa decepcionadas com Deus, se acham insignificantes para Ele e de certa forma esquecidas.



Já ouvi afirmações como:
 - Deus está muito ocupado para se preocupar comigo.
 - Deus se esqueceu de mim.
 - Se Deus existisse mesmo não deixaria o mundo como está.
 - Deus não me ama. Ele não se importa com meus problemas.

Posso afirmar, assim como você está aqui em meio a este assunto que, não é verdade, Ele te ama, muito, mais do que podemos compreender.
Além do que podemos sentir.
Seu amor vai além do que os nossos olhos podem ver.

2 – Que mãe é essa? 
Que Deus é esse? 
 (verso 15)

Que comparação é essa?
Dá pra perceber o amor desesperado de Deus pelo homem.
Você consegue perceber?
Uma mãe que amamente esquecendo-se de seu filho e não se importando com ele, literalmente o abandonando e apagando da memória!
Mesmo que essa o abandone, não pode esquecê-lo, a natureza a faz lembrar.
Seus seios começam a derramar leite, lembrando da hora da mamada.
Se a situação de não amamentar continuar a natureza a lembrará com dor, os seios empedram, ficam tão duros que a mulher chega a ter febre se não amamentar.

Quando nossa primeira filha faleceu no quinto mês de gestação, e tivemos que tirá-la no hospital, quando voltamos para casa, aquela semana foi muito difícil, principalmente para minha esposa cujos seios ficaram doloridos e inchados prontos para amamentar, não tinha alternativa, tivemos que esperar a natureza parar de avisar e o organismo acostumar com a perda...

Essa é a comparação e a declaração do amor de Deus por você:
Ainda que fosse possível esse fato ele declara apaixonadamente que nos ama desesperadamente, inconseqüentemente.

Ele garante: Não me esquecerei de ti.
O assunto de Deus era com toda a nação de Israel, mas sua expressão foi:
- Não me esquecerei do você...
Você, totalmente individual e pessoal, relacionamento singular, sempre...

3–Como posso esquecer? (vs 16)

 - Vê! Olhe minhas mãos!
 - Como posso esquecer?
 - Você está gravado aqui! Tatuei seu nome na palma de minhas mãos!
 - Não sai mais! Não quero que saia, quero sempre me lembrar!

Vejo muita paixão nessa conversa com Isaías, vejo Deus abrindo seu coração para um confidente sobre seu amor secreto.
Olha Isaías tatuei o nome deles em minhas mãos! Não ficou lindo?
Como pedem achar que eu me esqueci deles?
Jamais. O amarei até a morte!

O fato de passarmos por problemas não quer dizer que fomos desamparados por Deus, só estamos sendo preparados para a vida e isso é por toda a vida, é uma preparação para a vida eterna.
Não existe evangelho sem dor, mas abandono nunca!
Não fomos esquecidos por Deus, a realidade é que nos detestamos de tal forma que desejamos ser esquecidos, não merecemos ser lembrados.
Fazemos então uma inversão de culpa e transferimos para Deus nossas frustrações, criamos muros para nos esconder e quando olhamos ao redor estamos sós. Nós e nossos muros à volta.
Essa é a maravilha da graça, Deus continua a sua espera por de trás dos muros de pedra, acenando com as palmas das mãos, gravadas com teu nome.

Como posso esquecer?
Meu amor é vivo.

4 – Mãos Gravadas, Mãos Cravadas.
Outra interpretação, tão importante quanto, é o fato que suas mãos foram trespassadas pelos pregos da cruz, de um lado ao outro.
Quando Deus conversava com Isaías, datava-se de 712 anos antes de Cristo.
Suas gravuras com nossos nomes em suas mãos, como criança que escreve o nome da pessoa por quem se apaixona, tornam-se então as marcas da cruz.
Quando Jesus ressurreto aparece no meio dos discípulos para mostrar a Tomé que estava vivo, sua declaração firma nossa questão:
 - Olha minhas mãos Tomé, coloque as suas mãos nos furos! Sou eu!
Com Isaías era um projeto, um nome gravado, agora consumado, mãos cravadas, não marcas apenas, furos de um lado a outro.
Furos que Ele levou para a eternidade e hoje os possui, e quando o ver,  veremos seus furos que nos lembrará do quanto custou se apaixonar pelo homem.

O lindo de tudo isso é que Ele não quer de nós sentimentos de culpa, se perguntar para Ele sobre sua dor Ele dirá:
Vê! Gravei-te nas palmas de minhas mãos, não fique triste, faria tudo novamente se fosse preciso!

Desfecho: 
“... Exultai ó céus, e alegra-te, ó terra, e vós, montes, rompei em cânticos! Pois o Senhor consola o seu povo, e dos seus aflitos se compadecerá..."

O brado de Deus.
Toda a criação: Exultai, Alegrem-se, e Cantem! Tudo voltará a seu lugar.

Eu consolo meu povo e me compadeci de meus aflitos!


Para Isaías Ele declarou: - Estou chegando!

Agora ecoa daquela cruz: - Está consumado!

O desafio para nós hoje é vencermos os sentimento de abandono e esquecimento. Isso nunca aconteceu e nunca acontecerá.
Teu nome continua gravado nas mãos do Abba.
Os furos nas mãos de seu Filho atestam sua declaração de paixão.
E seu Espírito Santo passeia na terra trazendo segurança, como você pode sentir agora, nesse turbilhão tremendo e mexendo dentro de você.

Não é um fato emocional, psicologicamente explicável, é a presença viva de Deus dentro de você. Agora somos sua morada! UAU!
O Abba dentro de nós!
Se você quer experimentar, peça pra Ele fazer morada em você.
Faça essa oração agora, do seu jeito... Converse com Ele, peça pra Ele mostrar teu nome em suas mãos. Você não foi esquecido nem desamparado!
Derrube agora seus muros de pedra e deixe que Deus entre e faça essa morada...

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