terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Ilusionista - Parte 2

Introdução Histórica
Você já brincou represinha?
A aproximadamente uns 10 anos, meus pais compraram um sítio na região de Nhandeara – Estado de São Paulo.
Quando fui conhecer o sítio pela primeira vez, uma coisa me chamou muito a atenção, um pequeno canal de águas que cortava o sítio em sua largura, as águas vinha de outros sítios acima, mas tinha uma vazão até boa umas 4 polegadas de água limpa, correndo dentro de uma erosão de solo.
Fiquei empolgado com aquela visão, dediquei todo o tempo que tinha de finais de semana a desenvolver um projeto de represamento, obviamente como não sou engenheiro e nem alguém da terra, comecei minha represa.
Deduzi que facilmente represaria aquela erosão, mas descobri que não eram apenas algumas carriolas de terra que tampariam aquela rachadura no solo.
Passado o final de semana, feliz com o projeto, fui para casa esperando o próximo em que veria água já sendo cercada, surpresa!
Choveu durante a semana e pela primeira vez conheci a força das águas da chuva, tudo como o ditado de sabedoria diz: Foi por água à baixo...
Que decepção e ao mesmo tempo outra visão:
- Já pensou com uma represa mais forte e bem reforçada, uma chuva dessas encheria tudo e seria só lazer.
Mais finais de semana e muito suor, queria fazer com que a água cobrisse a erosão ao ponto de ter uns 2 metros de profundidade, como não sou homem do campo, com minhas forças fiz uma barragem de uns 60 centímetros, quase a mesma medida do comprimento que ficou minha língua de tanto trabalhar.
Não ficou como queria mas, ficou até bonitinha, a não ser pelo fato de que a água insistia em achar brechas em minha barragem, por vários finais de semana lutei contra os vazamentos indesejáveis, coloquei lona, reforcei o centro da pressão com escoras de troncos de madeira, e depois de uma semana...
Lá estava minha represa; assentando no chão, bem no meio dava até para cobrir o corpo, as crianças se divertiram como nunca.
Como não era homem do campo, resolvi que o projeto de uma grande represa deveria esperar e me contentei com essa mesmo, fiquei surpreso com sua extensão, cobriu aproximadamente uns 10 metros de largura por quase 100 de comprimento, deduzi que algo mais fundo deveria ter um cerco bem mais reforçado devido à sua pressão.
Arrumamos uns lambaris, soltamos, fizemos um pesqueiro com banco, cobertura de bambus e lona, ficou lindo e um bom divertimento. Senti-me um engenheiro.
Satisfeito com a façanha, agora na época de calor íamos à represinha para refrescar nas águas sujas e pescar lambaris que carinhosamente devolvíamos para pescá-los novamente.
Mas as chuvas chegaram...
Que tragédia, apenas uma chuva, uma única chuva!
Levou minha represinha como se fosse uma construção de isopor, rompeu o pequeno dique como se estivesse quebrando uma piscina de plástico.
E novamente o ditado se fez verdade literalmente:
Tudo por água a baixo. O gado se encarregou de destruir o estaleiro de bambus e assim, depois dessa experiência decidi que não deveria mais continuar com minha profissão de engenharia de represas de recreação e resolvi me aposentar.
Mas lá no fundo uma frustração, não tem nada pior do que ver o trabalho das mãos sendo levado contra a vontade é uma mistura de tristeza e desânimo. A Gente fica meio que procurando culpados, e pra não por a culpa em Deus pela chuva, acabei por concluir que faltou um bom projeto e execução de quem sabe como as águas se comportam em todas as épocas do ano, de quem conhece as águas...

Texto: Jeremias 2:11-13,32 “... Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto não serem deuses? Todavia o meu povo trocou a sua glória pelo que é de nenhum proveito.
12 – Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos, ficai verdadeiramente estupefatos, diz o Senhor.
13 – O meu povo fez duas maldades: A mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retém as águas.
32 – Esquece-se a virgem das suas jóias, ou a esposa dos seus ornamentos? Todavia o meu povo se esqueceu de mim por inumeráveis dias.

1 – Brincando de Represinha.

Você já brincou de represar a água da chuva?
Eu já brinquei muitas e muitas vezes, e o engraçado é que quanto maior eu ficava e mais velho; maiores eram os projetos de engenharia para reter a água, que no seu fim: sempre quebrava a barragem...
Interessante como Deus vê o homem, como uma criança brincando com a chuva.
A questão de nossa insistência com nossas represinhas é a mesma:
A chuva da semana leva nossos falhos projetos por água a baixo.
Nossos projetos humanos não estão preparados para tempestades da vida.
E a questão é ainda mais profunda, está incrustada na alma humana, é uma questão de independência e é tão forte, tão profunda que a própria brincadeira infantil é um exercício de domínio de controle.
Deus implantou essa característica no homem: domínio.
O homem sempre deseja dominar, porém com o advento do pecado, a humanidade deturpou essa característica divina, o homem deseja dominar o próprio homem.
O domínio humano tornou-se, independência de Deus.
É a forma como lutamos para fazer nossa vontade e excluir Deus de nossas vidas, é quase inconsciente, seria se não fosse tão evidente.
Apenas usamos nossas mágicas, nossos truques de ilusionismo para camuflar o real desejo: Não precisar de Deus, fazer o próprio destino.

No meio cristão torna-se um dos maiores conflitos existenciais, temos que mostrar nossa ilusão de seguidores e dependentes de Deus aos companheiros, mas no interior o desejo de independência divina.

2 – Vazamentos, a água sempre acha a brecha.
Vs 12b – “... e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retém as águas...”.

Você já deve ter visto nos filmes e desenhos, tudo começa com um pequeno vazamento.
Um pequenino furo é capaz de colocar a baixo até mesmo um projeto desenvolvido por uma engenharia precisa.

É tentador deixar o ilusionista aflorar com o falso pensamento de que não nos incluímos no desabafo de Deus, de que Ele não se refere a nós e nossa luta por independência divina.
Conseguimos até iludir a nós mesmos e imaginar Deus desabafando conosco, nosso braço estendido nos ombros do cansado e desiludido Deus, dando tapinhas em suas costas e dizendo:
- Essa raça humana... Como se não fôssemos...

A água sempre encontra o caminho da brecha, sempre encontrará.
A questão é que essas cisternas nos fazem perder as águas da fonte de Deus.

Você não foi chamado por Deus para cavar cisternas. Ou tentar fabricar e reter as águas das chuvas. Por mais que possamos prevê-las, sempre será uma incógnita.

Pare de cavar, somente estenda sua mão e beba, sempre que tiver sede,
Deus não falha, nós sim, e sempre, essa é a maldade que Deus refere em nós.

Um manancial jorra incessantemente, esse é o nosso Deus, sua fonte é inesgotável, mas é preciso confiar.
O nosso ilusionista interior sempre vai insistir em ficar com a falsa segurança da cisterna, podemos vê-la e temos a ilusão de controlá-la.

“... O grande desafio é confiar, vivemos a teoria dessa palavra, quando a sede aperta, quando a seca chega, quando tudo fica seco e sem vida, corremos para o nosso armazém de quinquilharias a apanhar nossas pás...”

Desfecho: João 4:13 – “... Jesus afirmou-lhe: “Quem beber desta água terá sede outra vez;
14 – aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna. ““.
15 – A mulher lhe pediu: “Senhor! Dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise voltar aqui para tirar água...”.

Parafraseando para o tema:

Vs 13 - Jesus confirma, ou melhor, afirma que as águas de nossas cisternas rotas, sempre nos levarão a busca por mais água.
Nossa independência sempre nos levará à sede outra vez, nossas vidas, sempre nos levarão para a cisterna furada, daí a sede do homem, nunca satisfeito, nunca suprido, sempre vazio – Seco!

Vs 14 – O contraponto: Quando bebemos do manancial de Deus, nunca mais teremos sede...
Seu manancial é Jesus, não há outro, e para qualquer outro Deus diz:
- Fora de meu Filho só há cisternas humanas, furadas que não retém as águas.
Incapazes de suprir a sede do homem, porém, quem beber da água que Jesus der, somente a que ele tem, ao beber:
Torna-se uma fonte jorrando para a vida eterna.

“... É fácil identificar esse manancial em nós, quando os outros desejam beber de nossa fonte, e quando bebem correm para beber da fonte de Jesus, caminho esse que vai direto para a salvação...”.

Vemos no verso 15: “... A mulher lhe pediu: “Senhor! Dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise voltar aqui para tirar água...”.
Ainda inconsciente de quem era Jesus, a mulher samaritana já estava cansada da vida dura e difícil de tirar água todos os dia de uma cisterna.
Ela não queria mais ter sede.
Ela não tinha prazer em prover a própria água. Quando Jesus apresentou-se como fonte...

A mulher samaritana, com uma vida recheada de secas emocionais, mulher de 5 maridos cujo atual nem era seu, completamente sedenta.

Ao perceber que Jesus era a cura de sua sede, ao provar, tornou-se uma fonte que levou toda a Samaria aos pés de Jesus, a população declarou:
- Mulher já não é mais de tua fonte que bebemos, nós mesmos já provamos d’Ele...
Vs 39 – Muitos samaritanos daquela cidade creram nele, em virtude da palavra daquela mulher que testemunhara: “Ele me disse tudo o quanto tenho feito.
“Vs 42 – Então disseram a mulher: “Agora cremos, não somente por causa do que tu falaste, mas porque nós mesmos o ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo”.”

Essa fonte está disponível aqui, agora diante de seus olhos, é preciso romper com o ilusionismo do eu e provar da fonte de Jesus, Ele diz:
“... Quem tem sede venha a mim e beba...”.
Eu tenho sede e você? Vamos beber?

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