Introdução Histórica:
Caminhando contra o vento,
Sem lenço e sem documento,
O sol de quase Dezembro
Eu vou...
Uma canção de protesto, de reivindicação, uma declaração de anseio pela liberdade, uma afronta à ditadura.
Mesmo em palavras soltas, no texto segue a mensagem de que mesmo com uma vida perdida e sem sentido, vale a pena morrer com o poder de escolher o desvio ao caminho imposto.
Independente da intenção ou não do compositor, ficou a interpretação que pertence ao consciente coletivo de anseio pela liberdade.
Vivemos hoje em uma sociedade que tem como memorial as proibições, o “não pode” o “censurado”, essa postura militar veio para dentro a igreja, igreja que na época da ditadura tinha em seus pensamentos nada religiosos a intenção de golpe de estado.
Uma milícia armada se preparando para dar um golpe no regime militar e com a intenção de que se houvesse sucesso, criar um governo como o Vaticano.
“... Um absurdo é inimaginável, um país do tamanho do Brasil, sob o domínio de uma religião...” – Comentário de uma historiadora em rede nacional.
Em outras palavras, sairíamos de uma tirania para outra ainda maior.
Essas palavras são apenas para trazer movimento ao pensamento, quero trazer ao raciocínio o desejo de liberdade a qualquer custo. O Objetivo não é uma crítica ao regime militar ou ao quase Vaticano brasileiro, ele depõem por si, ou melhor, contra is mesmos.
Está certo, também desejaria ardentemente a liberdade para fazer o que quisesse, mesmo que me destruísse, só pelo fato de estar preso, e impedido de escolher.
A religião tem provado infelizmente que essa tirania maquiada de santidade nada mais é que uma prisão de pensamento; usamos em nome da fé, em nome de Deus, artifícios para manipular a massa ao nosso interesse.
Assim como a ditadura a religião que deveria “religar o homem a Deus”, impõe regras e preconceitos que impedem o homem de pensar racionalmente.
Não adianta gritar que tudo é por fé, pois na irracionalidade da fé existe a razão dos fatos inexplicáveis que nos levam ao desejo de ter fé.
Desejamos o que nos leva a liberdade, esse sempre foi o desejo do homem, mesmo que seja uma liberdade que leve a destruição, queremos o poder de escolher o caminho.
Agora com o pensamento formado em uma ideologia de liberdade, vamos para um nível mais profundo.
Na própria canção de liberdade há a declaração, “sem lenço e sem documento” só a liberdade, e é exatamente aonde, vamos nos focar para trazer uma mensagem sobre Jesus tão maravilhosa quanto suas palavras e promessas, uma promessa em especial que despertará nosso desejo pelo seu retorno. Maranata.
1ª Tradição: O Casamento
Existe um costume de um povo, não se sabe ao certo qual povo, conta-se que os casamentos são arranjados pelos pais, semelhante ao que foi aqui no Brasil a algumas gerações, porém com uma diferença, a última palavra era a do noivo.
Para isso acontecia um ritual secreto, um código, entre o noivo e a noiva, quando os pais do noivo vêm visitar a família da noiva, e o noivo vem para vê-la pela primeira vez. Se ele se agrada da jovem, durante sua visita ele discretamente deixa escondido na sala um “lenço branco”.
Quando esse lenço branco é deixado uma resposta é dada à família da noiva e à noiva, significa que o noivo voltará para desposar sua noiva, significa que ele a escolheu, que ele a aceitou.
O lenço deixado é uma declaração de amor para com aquela jovem noiva, é uma mensagem de que ela foi aceita e agora desejada.
É uma mensagem poética, secreta, é uma garantia de esperança, de que ele vai voltar.
Texto: Lucas 22:54-62 “... Então Prenderam a Jesus, o levaram e o fizeram entrar na casa do sumo sacerdote. Pedro, entretanto, os seguia à distância.
55 – Mas, quando acenderam um fogo no meio do pátio e se sentaram ao redor dele, Pedro assentou-se com eles.
56 – Uma criada o viu sentado ali à luz do fogo e olhando fixamente em seu rosto o acusou: ‘ Este homem também estava com ele!’.
57 – Contudo, Pedro negou, assegurando-lhe: ‘ Mulher, não o conheço!’.
58 – Pouco depois, um homem também o viu e afirmou: ‘ Tu também és um deles!’. Mas Pedro o contradisse: ‘ Homem, eu não sou!’.
59 – Então, havendo passado cerca de uma hora, outro homem o identificou: ‘ Com toda a certeza, também esse homem, estava com ele, porquanto também é Galileu!’.
60 – Ao que Pedro exclamou: ‘ Homem, não sei do que está falando!’. E falava ele ainda, quando o galo cantou.
61 – e aconteceu que o Senhor encontrou-se com Pedro e o olhou diretamente nos olhos. Então Pedro se lembrou da palavra que o Senhor lhe havia predito: ‘ Antes que o galo cante, hoje, tu me negarás três vezes’.
62 – Então Pedro, retirando-se dali, chorou amargamente...”.
01 - Pedro o seguia a distância. Verso 54-55
Existem vária formas de seguir a Jesus.
Existem vários níveis de compromisso. Em qual nível nós estamos?
Existe algum nível em que estamos?
Seguimos a Jesus, mesmo que seja à distância?
Pedro se assentou com eles. Verso 55
Às vezes nos sentamos para nos aquecer na fogueira do mundo.
Carências, desejos, medo do compromisso, medo de uma “cara” decisão.
Que tipo de carência, desejo ou medo nos faz parar para nos aquecer?
Porque estamos com frio? Que frio é esse que invade a alma e nos faz caminhar livres, porém, perdidos pela vida.
“... Quando estamos nos aquecendo no fogo do mundo nos tornamos vulneráveis, abrimos mão dos princípios para nos sociabilizar, essa carência somada ao envolvimento tem levado muitas vidas a negar a fé em nome do prazer...”.
02 - Negou 3 vezes e o galo cantou. Verso 56-60
Quando servimos a Jesus, sua palavra nos influencia, pouca ou muito, mas influencia, deixamos “rastros”, as pessoas notam.
Porém, estar perto do fogo nos faz negar, é uma reação automática de quem precisa ser aceito.
Porque precisamos ser aceitos? Você ainda precisa ser aceito?
Fomos aceitos? Ou ainda estamos procurando como nos aquecer?
Até quando vamos caminhar sem lenço e sem documento?
Não é um preço alto levar uma vida descontrolada?
É claro que ser controlado pela religião também é um erro, falta no mínimo um raciocínio lógico para a questão.
Não estou dizendo que devemos nos submeter à religião, mas sim ao convite de liberdade que Ele proporciona “com lenço e com documento”.
04 – Quando o olhar de Jesus encontra o olhar de Pedro. Verso 61-62
Mais doloroso que nossa defesa automática de nos misturar ao ambiente.
É quando o olhar de Jesus nos encontra.
Não existe mentira que fique de pé diante do seu olhar.
Não tem como disfarçar, não existe camuflagem.
Apenas o olhar, Seu maravilhoso olhar.
Olhar de amor,
Olhar de perdão,
Olhar capaz de transformar, olhar que nos traz esperança.
Muda por dentro, nos choca e nos faz decididos.
“... Depois desse olhar, Pedro saiu dali para chorar, havia se decepcionado, descobriu suas limitações, percebeu que nem todo o ambiente servia para ele, descobriu que a única forma de ser firme era estar andando com Jesus que agora preso, seria morto e sua última visão foi vê-lo negar, para Pedro só o lamento...”.
Desfecho: João 20: 1-7 “... Ao amanhecer o primeiro dia da semana, estando ainda meio escuro, Maria Madalena foi ao sepulcro e viu que a pedra que fechava a entrada havia sido removida.
02 – Então saiu correndo em busca de Simão Pedro e do outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: ‘ Eles tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o colocaram!’.
03 – Imediatamente Pedro saiu em direção ao sepulcro, acompanhado pelo outro discípulo.
04 – Ambos corriam juntos, entretanto o outro discípulo correu mais do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro.
05 – E inclinando-se, viu as faixas de linho ali, mas não entrou.
06 – Em seguida, chegou Simão Pedro, que vinha atrás dele. Pedro entrou no sepulcro e também viu as faixas de linho,
07 – bem como o lenço que estivera em volta da cabeça de Jesus, e que não estava com as faixas de linho, mas dobrado à parte.
2ª Tradição: O Lenço dobrado.
O lenço dobrado tem a ver com o Amo e o Servo, e todo judeu conhece a tradição. Quando o Servo colocava a mesa de jantar para o seu Amo, ele buscava ter certeza em fazê-lo exatamente da maneira que seu Amo queria.
A mesa era colocada perfeitamente e o Servo esperaria fora da visão do Amo até que o mesmo terminasse a refeição. O Servo não se atreveria nunca tocar a mesa antes que o Amo tivesse terminado a refeição.
Se o Amo tivesse terminado a refeição, ele se levantaria, limparia seus dedos e sua boca, limparia sua barba, embolaria seu lenço e o jogaria sobre a mesa. Naquele tempo, havia uma regra de etiqueta, o lenço embolado queria dizer: “Eu terminei”.
Porém se o Amo se levantasse e deixasse o lenço dobrado ou enrolado ao lado do prato, o Servo não ousaria em tocar a mesa, porque o lenço nesta situação queria dizer: “... Eu voltarei!”.
Na primeira tradição um noivo que se agrada da noiva e deixa sua declaração escondida:
“... Gostei de você, fique com meu lenço, voltarei para buscá-lo e ficarei para sempre com você...”.
Alguns afirmam que essa tradição era conhecida do povo judeu, não sabemos se Jesus a conhecia.
Tenho uma mensagem para você, o mesmo Jesus que morreu e ressuscitou vai voltar para buscar sua noiva para o grande casamento e quero deixar um convite a você. Venha fazer parte dessa festa.
Para ser livre você não precisa caminhar contra o vento, sem lenço e sem documento, ao contrário, você precisa:
- Caminha pelo vento do Espírito Santo que quer levar você.
- Encontrar o lenço escondido que é oferecido a você como compromisso, como pacto.
- E com documento, com a identidade que temos de Filhos de Deus.
A segunda tradição era um aviso, eu vou voltar, me espere, espere, Jesus conhecia a tradição, foi muito utilizada em seu tempo, tempo de Amos e Servos, a prova disso está no texto, foi bem observado pelos discípulos que também a conheciam.
Porque Jesus deixou o lenço dobrado à parte, já que jogou suas faixas em qualquer lugar? Porque se deu ao trabalho de dobrar especificamente o lenço?
Se fosse como hábito de organização não dobraria também as faixas?
Jesus deixou um recado, Ele sabia que Pedro entraria no sepulcro, sabia que seria o primeiro a observar o lenço dobrado à parte.
Pedro que estava decepcionado consigo mesmo, que agora tinha uma noção real de quem era, que se frustrou estava decidindo a deixar tudo e voltar para sua vida antiga de pescador.
Jesus deixou uma mensagem a ele:
Não arrume a mesa, não retire os talheres, não guarde os alimentos, eu voltarei, deixe tudo como está. Não volte para sua velha vida, meu amigo, aqui está o meu lenço, não limpei os dedos, não limpei a boca, não limpei a barba, não embolei o lenço, veja ele esta aqui dobrado à parte, espere que eu voltarei.
Jesus morreu e ressuscitou ao terceiro dia, Ele voltará, veja seu lenço dobrado, caminhe para Ele, não se aqueça em outros lugares, Ele voltará para te buscar, encontre o lenço e guarde bem.
Espere que ele voltará.
Fico tentando imaginar Pedro ao chegar no sepulcro...O sinal evidente do Amor de Jesus explícito! Quero encontrar o lenco dobrado!
ResponderExcluirHoje muitas igrejas fazem questão de apresentar a mais pura tirania baseada em um argumento bíblico de que "o caminho para chegar à Deus é estreito".Os pregadores interpretam de forma errada esse trecho e faz com que as pessoas voltam à época do Zagaia e se vistam ou comam ou conduzam à vida na época de Jesus.É muita inocência e atraso mental e espiritual.As igrejas, muitas delas estão trazendo para o presente um passado que as mesmas se rebelaram e fundaram a si próprias.É uma incoerência explicada em atos libidinosos e que envergonham a nós cristãos sabedores da palavra de Deus...
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