Introdução Histórica
Havia um garotinho com
aproximadamente sete anos que morava em um sítio muito bonito, com pomares,
jardins, plantas diferentes, sua mãe amava as plantas, ela tinha um queda
especial por flores de forma que ao redor da humilde casa havia tantas
qualidades de flores que de longe se podia ver o colorido do lugar.
Sabiamente ela não só
escolhera suas flores preferidas como também escolhera uma variedade que
alternasse entre os meses do ano, enfim, seu jardim era florido o tempo todo,
todos os dias do ano, cada qual em sua estação, sempre colorido, sempre lindo.
O pai era um lavrador
também adorava as plantas, mas as de cultura, que produzem alimento, ele também
tinha suas preferências e gostava muito de café, não era sua principal cultura,
mas ele mesmo dizia que mesmo que o café não valesse mais nada, ainda sim ele
continuaria a cuidar de seus pés de café, mesmo que fosse apenas para o consumo
de casa.
Sua mãe muito embora
tivesse cuidados especiais com as flores raras, ao ponto de fazer uma estufa
para cuidar das orquídeas, seu prazer especial eram as pequenas margaridas, por
onde olhasse havia um monte delas, mesmo entre as especiais sempre tinha algum
vasinho com elas.
Dentre tantas sementes
que ficavam guardadas para o plantio, as margaridas tinham sempre uma porção
generosa guardada.
O relacionamento da
família era harmonioso, diferente de nossas vidas corridas de cidade grande.
Certa vez o pai recebeu
uma proposta quase irrecusável, um ricaço ao passar por aquele lugar, viu tanta
beleza na simplicidade que ofertou três vezes mais o valor da propriedade, saiu
frustrado por perceber que aquela harmonia e paz não estavam à venda.
A mãe cultivou desde
pequenino no menino um hábito curioso, ela sempre lhe dava um punhado de
sementes e o ensinava delicadamente a semear o chão, no começo o menino que
estava com as mãos cheias atirava tudo pra cima e saia correndo e gritando -
chuva! A mãe ria se divertindo, não se importava com as sementes espalhadas,
corria ao encontro do menino e o rodava no ar.
Mas ao longo do tempo o
menino agora mais velho com seus sete anos, já não jogava mais as sementes para
cima, também não enchia suas mãos, ele carregava a tira colo um alforje de pano
de algodão, contendo muitas sementes.
Todos os dias depois de
chegar da escola, o menino pegava seu alforje e saía a espalhar sementes, agora
poucas sementes nas mãos, elas eram lançadas cuidadosamente acompanhando o
caminho que ele fazia par ir e vir da escola.
O menino queria fazer
um caminho de flores para sua casa, e sempre dizia à sua mãe que também queria
plantar café intercalando o caminho, ele dizia que iria ficar muito bonito o
verde dos cafés com o colorido das flores.
O pai todo orgulhoso,
estufava o peito e dizia: – ‘... Esse puxou o pai, já gosta de café desde
pequenininho... ’, o abraçava, dava um beijo e dizia: - ‘... Quando você for
planta o café, me chama que eu te ensino... ’.
Suas sementes no
alforje eram as margaridas, florzinha que ele aprendeu a apreciar com sua mãe, mas
curiosamente ao invés de criar jardins, o menino queria apenas plantar as
margaridas e durante toda sua vida, todos os dias ele saía a semear...
Texto: Lucas 8:5-8 “... Eia
que um semeador saiu a semear. Enquanto lançava a semente, parte dela caiu à
beira do caminho; foi pisoteada, e as aves do céu a devoraram.
06- Outra parte caiu sobre as rochas e, quando germinou, as plantas
secaram, pois não havia umidade suficiente.
07 – Outra parte ainda, caiu entre espinhos, que com ela cresceram e
sufocaram suas plantas.
08 – Todavia, uma outra parte, caiu em boa terra. Germinou, cresceu e
produziu grande colheita, a cem por um. Tendo concluído esta parábola,
exclamou: ‘Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça!’...”.
Quatro tipos de solo.
Não vou aqui dar um parecer
pessoal, o texto é claro como água, os fatos são afirmados por Jesus, eu
somente vou acentuar e espalhar o assunto vou contextualizar para os nossos
dias, apenas isso, a verdade não é minha, é de Jesus, se você tem ouvidos para
ouvir os segredos de Jesus, então ouça.
Vou começar com a última e depois
seguirei a seqüência do texto, propositadamente para dar ênfase ao objetivo
desse assunto de hoje.
01
- Em boa terra
– “... No entanto, as que caíram em boa terra, são os que, de bom coração e com
sinceridade, ouvem a Palavra, a entesouram e com perseverança,
frutificam...”.
Lucas 8:15
Essa é a parte onde a maioria de
nós se encaixa, ou pelo menos tenta, é mais ou menos como alguém que veste 42
tentando entrar em uma calça 38, quase dá..., calma ai... Tá entrando... Pronto...
Viu? Serviu! Foi só fazer uma forcinha!
Derrepente... Raz! Rasgou tudo!
Vivemos nessa semelhança
espiritual, todo mundo tentando se encaixar nesse molde apertado de vida
cristã, agora inversamente falando da mensagem do 38 ou plus size das semanas
anteriores, esse 38 da boa terra normalmente tem o molde menor que o “normal”,
e não é modinha não, é o caminho estreito que Jesus disse.
E por ser tão estreito Jesus afirma
que muito sequer o encontram...
O que mais afirmamos é que a
palavra de Deus é um tesouro para nós, que somos boa terra, pois estamos dando
frutos, que não vamos desistir nunca e todo esse bla-bla-bla de linguagem
“crentes”.
- Eu! Eu sou cristão, não desisto nunca!
- Eu! Meu “ta ta ta ta ta ta taravô” era
crente, sou de sangue azul, firme na rocha!
- Eu! Sou crente do “papo amarelo”,
quando eu freqüentava uma Igreja Batista na cidade onde morava, antes de
assumir o que faço hoje, o meu pastor costumava dizer:
- Um “Crente Batista” não faz isso!
Com todo o respeito aos batistas,
afinal quando a gente pega um microfone pra falar, volta e meia a gente fala
alguma besteira e como é ao vivo, não dá pra editar, meus irmãos batistas,
presbiterianos, luteranos, católicos e tantos outros, não deveríamos todos ter
uma conduta relevante na sociedade? Só o “crente batista”?
É como aqui em minha cidade, uma
igreja local, tem o slogan afixado em sua fachada:
“O lugar da presença de Deus”!
Como assim! Deus só mora ali?
E os meus irmãos batistas,
presbiterianos, católicos, etc.?
Quer dizer que nos outros lugares
não existe a presença de Deus, ou então é porque lá Ele mora e nos outros Ele
faz uma “visitinha cordial”?
Bom criticando a mim mesmo, se
fosse para colocar um slogan em nossa fachada, que ainda nem existe, eu
colocaria assim, talvez eu coloque:
“Uma igreja para quem não gosta de igreja”
ou “uma igreja para aqueles que as igrejas não costumam gostar”.
Que confusão heim! Cada um puxando
a tal sardinha para si.
Isso é divertido e engraçado se não
fosse trágico!
A pergunta relevante diante de
tantas falácias religiosas é:
Somos realmente a tal boa terra?
Nosso referencial de erro e acerto
é baseado no visinho e não na palavra de Deus, nossa aprovação e positividade
são baseadas em números e aparência, a igreja é boa se tem muita gente ou se o
local é expressivo.
Eu não vou entrar em méritos
básicos do texto de hoje, o assunto não é o que normalmente se aborda sobre o
texto, eu irei explorar alguns detalhes, por isso a inversão da ordem e tenho
uma afirmação não muito agradável, porém, as mudanças só acontecerão realmente
se o espelho da palavra de Deus estiver bem limpo.
“... Não tenha tanta certeza de que
seu coração é solo fértil...”.
02
- A beira do caminho
– “... As que caíram à beira do caminho representam todos os que ouvem, mas
então chega o Diabo e tira a Palavra do coração deles, para que não venham a
crer e não sejam salvos...”. Lucas
8:12
Existe uma legalidade, uma
permissão por parte da pessoa para que o inimigo consiga penetrar seu coração e
retirar aquilo que foi semeado, a pessoa ouve, mas não guarda, tem muita
dificuldade em se concentrar par ouvir, sente sono, conversa com as pessoas do
lado, tirando de seu coração e de quem lhe dá atenção.
O que me preocupa é que o diabo tem
livre acesso, entra e sai, é doméstico, tem liberdade para agir.
Eu pergunto:
O inimigo tem liberdade para agir
assim em você?
O que você ouve aos domingos, você
medita durante a semana? Gera um incômodo de necessidade de mudança? Você tenta
por em prática?
Ou na segunda feira já não lembra
mais da mensagem?
Um prova de que o inimigo tem livre
acesso ao nosso coração é que a mensagem é arrancada da memória, simplesmente
não nos lembramos de mais nada.
Tenho um alerta, está na hora de
botar esse folgado para fora se sua vida fecha a porta de seu coração para o
diabo e abrir para Deus.
Comece por um caderninho, anote o
que mais lhe chamou atenção, leia o texto em casa durante a semana. Entre no
blog, copie a mensagem, quando você a recebe por email durante a semana, leia.
Tenha interesse em entendê-la melhor. Em tirar o Maximo de proveito dela.
A deguste como um vinho, ou como um
prato de lasanha, mas guarde-a na alma.
03
- Sobre as rochas
– “... As que caíram sobre as rochas simbolizam os que recebem a Palavra com
alegria assim que ouvem, contudo não possuem raiz. Crêem por um período, ma
desistem no tempo da provação...”. Lucas
8:13
Vou começar essa com perguntas:
Você tem raiz?
Em sua vida você termina o que
começa? Você costuma desistir quando é pressionado?
Você já viu alguma árvore de
mudança? É isso mesmo, você já viu alguma árvore, andando por aí à procura de
um lugar melhor para ficar, porque onde estava venta muito ou tem pouca água?
Você já viu alguma árvore grande,
frondosa, cujas raízes estão expostas porque o solo abaixo é somente pedras?
Qual a possibilidade de uma árvore
parar em pé sem possuir raízes bem profundas na terra, somente espalhadas
superficialmente sobre as pedras?
Curiosamente uma semente lançada
nas pedras tende a germinar mais rápido que uma semente lançada em terra boa.
Talvez porque o tempo castigue mais
a semente, ela tem necessidade de procurar rapidamente um local no solo para
extrair seus nutrientes necessários à sobrevivência, a semente gemina logo para
tentar sobreviver, ela antecipa as fases em busca de vida, porém não encontra.
“... O que você faz dura pouco,
você desiste rápido quando a coisa começa a apertar? É sinal que seu terreno é
pedregoso, portanto talvez nos próximos encontros, exista uma grande possibilidade
de que eu não o veja mais assentado ai em uma de nossas cadeiras...”.
“... É bem provável que você se
decepcione com alguém aqui, principalmente comigo, talvez os amigos ou parentes
comecem uma pressão para que desista de ‘ser crente’ de ‘ir à igreja’ ou o
trabalho comece a engoli-lo coincidentemente nos dias dos encontros; essas
pressões o levarão a desistir e você o fará, é sua natureza...”.
04
- Entre os espinhos
– “... As que caíram entre os espinhos, significam os que ouvem; todavia, ao
seguirem seu caminho, são sufocados pelas muitas ansiedades, pelas riquezas e
pelos prazeres desta vida, e não conseguem amadurecer...”.
Lucas 8:14
Vou afirmar novamente o que afirmei no
primeiro tópico e quero destacar este para hoje:
“... Não tenha tanta certeza de que
seu coração é solo fértil...”.
A maioria das
pessoas se encaixa neste tópico abordado por Jesus, e essa grande maioria se
encontra nas igrejas.
Francis Cham afirma:
“...
A maioria de nós faz para do grupo do solo que sufoca a semente por causa dos
espinhos. Um espinho é qualquer coisa que desvia nossa atenção de Deus. Quando
queremos o Senhor e um monte de outras coisas, isso quer dizer que há espinhos
no nosso solo. Um relacionamento com Deus simplesmente não pode se desenvolver
quando o dinheiro, o pecado, as atividades, os times pelos quais torcemos, os
vícios ou outros compromissos são colocados no topo da lista...”.
“... Não tenha tanta certeza de que
seu coração é solo fértil...”.
Quando
temos espinho em nosso solo temos fazemos o que for possível para amenizar o
sentimento de culpa.
Usamos
o ‘básico da fé”:
Perguntamos:
“Até onde posso ir sem que isso seja considerado pecado?”
Ao invés de perguntarmos: “Como posso me
manter puro como templo do Espírito Santo que sou?”.
Perguntamos:
“Qual é o tempo mínimo de um jejum?” ao invés de: “É muito difícil ficar seis
meses sem refrigerante ou chocolate?”.
Perguntamos:
“Qual é o valor mínimo do dízimo?” ao invés de: “Quais as necessidades da
comunidade e como posso ajudar financeiramente?”.
Desfecho: Eu pergunto: O que tem desviado sua atenção de
Deus?
O
que o impede de servir a Deus?
Em
que grau de prioridades Deus se encontra em sua vida?
“...
A gente vai a igreja ao domingos para falar com Deus ter comunhão com Ele e com
nossos irmãos, durante a semana vamos ao motel para ter comunhão com a carne
seja homem seja mulher e fazemos isso sem o menor sentimento de culpa, talvez
você esteja pensando nisso agora sentado ai na cadeira...”.
“...
Não sabemos o que é o amor, o sacrifício de amar mesmo sem ser amado, de se
entregar e não esperar nada em troca, sabemos o que é o sexo, a libido, o
tesão, confundimos isso com amor, mas não sabemos o que é amar...”.
“...
Esbaldamos-nos em prazer, depois vem o vazio, a fissura e o desejo
incontrolável por mais e mais e mais, um poço sem fundo, corações despedaçados,
não vemos quem realmente nos ama e faria de tudo para nos dar alívio e
segurança, como o diz a música do poeta que sofria de solidão: ‘Tem gente que
machuca os outros, tem gente que não sabe amar’...”.
“...
De maneira nenhuma estou aqui pregando o puritanismo, eu gosto de sexo, quem
não gosta é porque têm graves problemas emocionais, o que achamos que
descobrimos, coisa que dão mais ou menos prazer, Deus sabe de tudo, sempre
soube, Deus inventou o negócio, não foi o homem, o problema é que o homem
preferiu e prefere mais o prazer a Deus e coloca tudo a perder...”.
“... Essas situações todas extraem
Deus do centro de nossas vidas e o colocam lá no fundinho, lá no quartinho de
despejo, onde guardamos nossas quinquilharias emocionais, vez em quando
entramos no depósito à procura de ‘alguma coisa importante’ que não lembramos
mais o nome, mas que sabemos que um dia preencheu o vazio, essa coisinha
esquecida lá atrás, dentro do baú de fotos velhas e da bíblia chama-se
Jesus...”.
“... Você pode se entulhar de
dinheiro, posição, reconhecimento, prazer, bens, conhecimento, homens,
mulheres, êxtase, porém nunca terá o vazio preenchido, esse vazio é do tamanho
exato da pessoa de Jesus, aconselho a retirar os espinhos que sufocam a palavra
e transformar seu coração em solo fértil. Tudo vai melhorar a partir daí, mas
você precisa confiar...”.
“...
O semeador continua a semear, a semente é e sempre será boa, trará vida, cor e
perfume à sua vida, com certeza uma vida muito melhor, mas seu coração precisa
se preparar para recebê-la, uma terra boa e uma semente boa é certeza de graça,
se você deixar, a preparação do solo começa hoje e algumas sementes também...”.
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