Introdução Histórica
Você já
precisou de uma mão amiga?
Já
deixaram você para traz porque ficar ao seu lado comprometeria a imagem?
Já se sentiu
um inconveniente por não ser ou fazer algum protocolo “necessário”?
Lembro-me
de um episódio de adolescência...
“... Por
volta dos meus quinze ou dezesseis anos eu estava oscilando entre dois mundos
diferentes, na época não havia a compreensão que tenho e temos hoje sobre
amigos, o fato é que eu ia à igreja, mas tinha poucos jovens, éramos
aproximadamente uns doze jovens.
Um detalhe
curioso é que eu era o único homem do grupo, e posso afirmar, ao contrário do
que possa parecer, não era um arem, nem era bom isso, eu estava na fase de me
descobrir de transformar, não sabia que hora minha voz falaria grossa ou fina,
era um caos.
Também
estava na fase em que as roupas do meu pai serviam em mim e eu achava o máximo
usar as roupas dele, só não havia percebido que suas roupas muito embora
bonitas e elegantes, eram feitas para pessoas mais velhas e eu ficava um
verdadeiro “Jeca”.
Também não
tinha um papo descolado e para ajudar o quadro era tímido, principalmente com
as meninas.
As meninas
do “meu arem” não me enxergavam, era um verdadeiro clube da Luluzinha, se eu
chegasse perto para tentar me enturmar elas mudavam o assunto e por vezes saiam
de perto e me deixavam só. Era um terror aquilo, elas literalmente me
desprezavam, não tinha uma só jovem que se aproximasse de verdade, nem que
fosse pelo menos pra me dar uns toques sobre meu jeitão de vestir e me pedir
para tirar aquela bota de salto carrapeta e bico fino e colocar um tênis.
Em
contrapeso eu tinha a turminha da rua, uns seis caras, todos visinhos do bairro,
ali eu estava em casa, eram minha família, a gente saía todos os finais de
semana juntos, obviamente falávamos de dois assuntos principais, brigas e
mulheres, claro que brigávamos muito e não pegávamos mulher nenhuma.
Nós tínhamos
um amigo muito legal, ele tinha umas piadas de perder o fôlego, mas trabalhava
em uma pizzaria de garçom e não dava para sair com a gente à noite.
Resolvemos
então já que não dava para ele sair com a gente, nós íamos à pizzaria para
vê-lo, e fizemos isso por muito tempo, nosso programa era ir comer pizza, não
aceitávamos outro garçom, só o Paulinho, depois de algumas vezes freqüentando a
pizzaria, nos tornamos clientes e éramos bem tratados até pelo dono, isso nos
deu abertura para fazer um pedido inusitado, pedimos para que o Paulinho
pudesse se assentar à mesa conosco e comer, e o pedido foi aceito, afinal
clientes bons e regulares tinha alguma mordomia, a pizza era mais caprichada e
éramos paparicados.
Tudo isso
por causa de um amigo que queríamos que estivesse por perto, mudamos nossa
rotina, fizemos sacrifícios, e colhemos boas lembranças, infelizmente ou
felizmente, muito melhores dos que as que possuo do povo da igreja, na época...
Confesso
que para um adolescente foi à maior prova de fogo, comecei a pensar que o meu
lugar era com os meus amigos, que eu não era bem vindo na igreja, falei isso
para minha mãe que também ia à igreja, ela ficou sem argumentos diante dos
fatos e me deixou decidir em qual lugar ficar.
Para dar
uma resumida, eu esperei um pouco para tomar essa decisão e as coisas foram se
encaixando, na igreja chegaram outros jovens, meninos desta vez e novas
meninas, fiz bons amigos lá, os tenho até hoje, os da rua, tentei levá-los para
a igreja, mas eram “Jecas” demais pra modificar, cada um foi para seu lado, a
fase passou e cada um seguiu seu caminho.
O tempo
passou, arrumei emprego em uma loja de tecidos e confecções, logo meu guarda
roupas foi totalmente mudado, fiquei “elegante” e descolado, comprei uma moto, O
Clube da Luluzinha um belo dia veio em peso me pedir perdão por terem agido
daquela forma comigo, eu já não eram mais um “Jeca”.
Algumas
meninas mostraram interesse por mim, namorei duas delas, ma isso é outra
história, até hoje somos bons amigos e mantemos contato, uma delas tem uma boa
família uma filha linda, e a outra se casou com um missionário que foi um
grande amigo, infelizmente ele veio a falecer depois de um tempo vegetando em
uma cama por ter levado um tiro de um traficante; ele pregava o evangelho no
bairro de seu domínio e o traficante ao perceber que estava perdendo terreno o
“apagou”, mas também é outra história.
O que
quero sinalizar com toda essa nostalgia é que de alguma forma, sempre estamos
posando de “Jeca” em algum lugar, e essa pose de “Jeca” é aceita em outro, na
realidade não existe um “Jeca”, é a circunstância que faz o “Jeca”, é o meio
que faz de você um “Jeca ou um Gentleman”.
Essas
histórias de infância são divertidas e mesmo como recordações ruins
paradoxalmente são boas, é o que nos formou, é o que somos hoje, infelizmente tenho
que levantar a bandeira de protesto e apontar nossos erros.
Texto: Lucas 6:1-6-11 “... Num outro sábado, Jesus entrou na sinagoga e iniciou o seu ensino;
e estava ali um homem cuja mão direita era atrofiada.
07 – Os doutores da Lei e os fariseus estavam ávidos para achar
algum motivo pelo qual pudessem acusar Jesus; e por isso o observavam com
toda a atenção, a fim de perceber se Ele o haveria de curar durante o sábado.
08 – Todavia, Jesus tinha conhecimento do que eles pensavam, mesmo
assim pediu ao homem da mão atrofiada: ‘Levanta-te, vem à frente e
permanece em pé aqui no meio’. E o homem se levantou e atendeu a Ele.
09 – Jesus então dirigiu-se a eles: ‘Eu vos apresento uma questão: O
que é permitido realizar no sábado: o bem ou o mal? Salvar uma vida
ou destruí-la?’
10 – E Jesus olha atentamente para cada um dos que estão à sua volta e
ordena ao homem: ‘Estende a tua mão!’ O homem a estendeu, e ela foi
instantaneamente restaurada.
11 – Contudo eles ficaram enraivecidos e começaram a tramar
entre si sobre que fim dariam a Jesus...”.
Tradução Rei James
01 – Ávidos por motivos...
É impressão minha ou
me parece que até aquele homem com a mão atrofiada estava ali coagido para
forçara a Jesus em uma ação de cura?
Olhando o quadro
geral, as armações dessa “turminha do mal”, me pareceu plausível que eles
acharam esse homem e o forçaram a ir à sinagoga e atender a qualquer coisa que
Jesus lhe dissesse.
“... - Você vai
entrar, fica perto da gente, mas deixa sua mão bem visível para Ele te ver,
fica frio, se Ele te ver você sai no lucro, vai ser curado e a gente pega Ele
por fazer isso no dia errado, e é bom obedecer porque a gente conhece sua
família...”.
Eles estavam de olho
no deficiente, até mesmo se a cura acontecesse espontaneamente, eles estavam
vigiando “a fim de perceber” se houvesse cura!
A igreja
de hoje é assim, um “Clube da Luluzinha” e aqueles que deveriam ser aceitos,
incluídos, salvos, são os “Jecas”:
- Esse
ai... Olha! é um viciado! Não serve para nossa igreja!
- E
aquela... Nossa! Olha as tatuagens! Não presta e vai assustar o pessoal!
- E
este... Se soubesse seu passado, seus crimes, seu eu fosse você não o chamaria
para vir à igreja!
- E
aquela... Você está louco! É uma esnobe, tem um cabo de vassoura na traquéia.
E
aquelas... Onde? Na esquina? Você pirou? Pra começar não são “aquelas” são
“aqueles”, não há a menor possibilidade de esse pessoal freqüentar nossa
igreja, já pensou os boatos, vão chamar nossa igreja de “a igreja das bonecas”.
- Mas
então quem nós vamos chamar?
- Essa é
fácil, tem um monte de gente nas outras igrejas que não estão contentes,
obviamente porque elas não são assim, como a nossa, um supra-sumo do poder e da
presença de Deus.
- Nossa
centenária igreja é um pedaço do céu na terra...
Eu
pergunto:
Um pedaço
do céu ou do inferno?
“... Ora
sejamos francos, o problema é que se não está no padrão é um “Jeca”, a pessoa
tem que se amoldar para ser aceita, portanto a tal graça pregada não aceita
quem não se encaixa em seu manequim 38. A graça das igrejas de hoje é igual
loja de modinha, um “Plus-size” é tratado como ET, eles querem te vender a
roupa, mas pra vesti-la você vai passar o resto da vida na esteira da
religiosidade, malhando e arfando, com a roupinha na frente da esteira amarrada
por uma vara de pescar às costas, nunca vai alcançá-la, mas vai sempre correr,
sempre tentando ser aceito, mas sempre “Jeca”...”.
“... O
Evangelho da Graça é Plus-size, tamanho XXE, tem que ser bem grande para caber
em nossas vidas totalmente obesas pelos pecados e corrupções, e não adianta, ao
contrário da Fashion Week Gospel no Evangelho da Graça, não tem tamanho 38, não
existe pessoa que precise da graça cujo número seja tão “enxuto” assim...”.
“... O
Evangelho da Graça é para os gordos, cujas vidas estão tão carregadas de
pecados que não existe mais roupa que cubra a própria falência, que esconda a
compulsão pelo desejo incontido que satisfaz e depois devolve a depressão, como
a droga que dá o barato, mas depois a angústia e a fissura por mais e mais...”.
02 – Vs 8 e 9 – Jesus “mesmo
assim” perguntou: 38 ou Plus size?
Jesus é um cara afiado, “bocudo”, como dizemos hoje “um
corneta”, nada passava de graça diante de seus olhos, bem que Ele disse que não
veio trazer paz, mas espada, com Ele não tinha meio termo, não tinha os “em
cima do muro”, logo ele mostrava onde estava todo mundo.
Ele já logo metralhava quem estava “na moita” à espreita,
não tinha acordo e afirmo, continua não tendo acordo.
Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre, não mudou, a
religiosidade continua na modinha 38 e nós temos o dever de gritar a plenos
pulmões contra essa ditadura da moda espiritual.
“... É ridículo o que estão fazendo com a Igreja de
Jesus, estão transformando-a em uma anoréxica, vomita tudo o que come aos
domingos, viciada em comprimidos para emagrecer, ela deixou a própria vida com
Jesus para obedecer a esse “estilista do inferno”...”.
“... Uma igreja tão linda, tão bela, com suas curvas e
volumes, cujos cabelos seduziram ao Rei dos Reis, que propôs casamento eterno,
que saiu de viagem e vai voltar para buscá-la para o casamento; pergunto-me o
que Ele dirá quando encontrar sua doce e amada igreja em pele e osso,
desaparecida dentro desse vestido glamoroso; ao invés de cuidar do corpo,
preocupou-se mais com o vestido...”.
Verso 8 – Mesmo assim Jesus chamou aquele homem ao meio,
Ele estava determinado, e seus adversários o conheciam, Jesus nunca resistiu a
um enfermo, ou um endemoninhado, sempre curou todos e libertou.
Pouco importou para Ele se era Sábado, Segunda, Sexta,
para Ele o ser humano sempre foi seu ponto fraco, jamais resistiu a um olhar do
“Gatinho Sherek”, chegou perto D’Ele, ele se derrete e logo corre pegar no colo
e promover alívio.
“... Ao contrário da igreja de “Modinha” preocupadíssima
com o Sábado, ele estava preocupado com o homem que estava ali, acuado, com uma
mão defeituosa, Jesus queria dar-lhe alegria, Jesus não estava incomodado com a
“mão torta”, estava incomodado com a infelicidade do homem que foi até lá,
forçado ou não, comprado ou não, mas com esperança ou talvez não de ter sua mão
funcionando...”.
Se
foi uma coincidência aquele homem naquela reunião, se ele nem conhecia a Jesus,
se não esperava ser curado, não sabemos, mas se essa hipótese que não pode ser
descartada foi real, a Graça de Jesus é igualmente grande, Jesus mesmo sabendo
que estava sendo vigiado não se importou, quis surpreender aquele homem com um
presente.
Em
todos os anglos é possível visualizar a Maravilhosa Graça de Jesus, sem
preconceito, abrangente, acolhedora, perdoadora, superabundante.
Jesus
olha para sua igreja do século 21 com sua cornetinha na mão e faz a mesma
pergunta, do verso 9, mal ou bem? Salvar ou Destruir? 38 ou Plus Size?
Desfecho:
Verso 10 “... E Jesus olha atentamente para
cada um dos que estão à sua volta e ordena ao homem: ‘Estende a tua mão!
’ O homem a estendeu, e ela foi instantaneamente restaurada.
Quero
trazer esse desfecho para algo mais pessoal, feito a critica visceral, e real,
tenho algo para você:
Onde
você está em tudo isso?
No
meio da modinha 38 ou no Plus Size?
Não
adianta, não dá para ficar na moita, ou estamos no meio daqueles que fica à
espreita procurando pecados e defeitos ou estamos nomeio da galera que não
consegue chegar à igreja sem ser discriminado.
“...
Ou estamos vestindo o modelito XXE de Jesus ou correndo na esteira com a vara
de pescar amarrada às costas com o modelo 38 pendurado à frente, igual aos
cachorros de corrida que correm atrás de um falso coelho que nunca
alcançarão...”.
Olhando
assim é meio ofensivo, você não acha?
A
gente é feito de bicho adestrado, sem personalidade, sem escolhas, pura
manipulação humana.
“... Jesus
jamais quis e concorda que sua igreja fizesse tudo isso que vemos hoje, a
igreja era para ser tábua de salvação para náufragos e tem se comportado mais
como âncora amarrada ao pé, leva pro fundo sem dó, esqueceu-se da misericórdia
que contrapõe aos sacrifícios...”.
Mas onde você está?
Venho entregar uma mensagem de Jesus
para você, Ele também não reconhece mais sua igreja, Ele também não consegue
achar um lugar onde possa trazer alguém sem ser criticado e seu convidado ser
alvo desses estilistas da fé.
Ele está de braços abertos, e como
diz a canção do Rosa de Saron:
“... Aonde você estiver estarei,
Esperando que esteja me esperando
também,
E saiba que sim, eu sou seu amigo,
Pra sempre amigo, Eu sou feliz...”.
Jesus convida você a vir para o
meio, não para te envergonhar ou expor a deficiência, tudo isso já é esquisito
por si só, ir a uma igreja, cantar músicas que não conhece, receber
cumprimentos de pessoas estranhas, não saber se senta ou levanta, não saber
como se sentar, se fica de olhos abertos ou fechados, se está vestido
adequadamente, se abraça ou não, se bate palmas ou não.
Jesus convida você para vir para o meio, não
para ser o centro, mas para estar mais perto D’Ele, Ele te convida para
estender a mão, quer te dar um presente, a cura tão esperada, a liberdade tão
sonhada, a vida.
De que adianta possuir o que deseja a custo
de tantos pactos e sacrifícios, de que nos serve ser protegido por seres que
nos odeiam e exigem obediência?
“... Jesus chama você para vir para o meio
e estender as mãos, fazer isso depende de você, Ele morreu para nos dar a vida,
gratuitamente, não veio para apontar os pecados, quem faz isso são os pastores
e Lúcifer, Jesus veio para morrer por eles...”.
“... Jesus sempre vai fazer como fez
naquele dia, parar tudo para atender quem precisa, a questão é que para receber
de Jesus, é preciso reconhecer que precisa D’Ele, mesmo que isso pareça um
relacionamento de interesse, para Ele não importa, desde que você chegue mais
perto...”.
“... Jesus nos ama incondicionalmente é
desmedido e insano o seu amor, e não seria de outro jeito, infelizmente a
Religião diz que seu amor é manequim 38, mas é mentira, é Plus Size, é para
caber em todo mundo, é para caber no mundo...”.
“... 38 é medida vazia, não tem conteúdo,
só o padrão estereótipo, 38 é a forma de cobrir uma cabeça vazia com roupas de
moda. É exatamente como vemos, quanto mais magra melhor, a pessoa não pode
aparecer só à roupa, só a igreja, só a placa, você que amolde, que emagreça...”.
Jesus sacrificou-se para que você viva, não
veio lançar moda, veio para quebrá-la e incluir todos quando precisarem, se você
precisa venha para o meio e estenda a mão.
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