Introdução Histórica:
Um tema dos escoteiros, onde nossos avós também falavam sobre isso, a impressão é que essa pergunta hoje tem som estranho.
Entendo que em um mundo de rápidas transformações, onde o hoje é totalmente ultrapassado pelas mudanças de amanhã, fica difícil ter tempo para isso.
Palavra que ficou em desuso como aquelas palavras antigas que pereceram pela modernidade da comunicação.
Boa ação?
Hoje intitulada “Solidariedade”, mais ampla, estendida onde envolve não só as pessoas, mas a sociedade o governo.
Concordo plenamente que quanto mais ampla a palavra for, mais resultados serão obtidos, mais envolvidos, governos, empresas, pessoas.
Porém quero apelar para a sabedoria dos antigos, onde uma gripe se cura com “3 C’s” Chá, vitamina C e Cama.
Obviamente que para problemas sociais, a sociedade precisa se envolver e “chá – vitamina C e cama não causam efeito...
Quero chamar a atenção para a omissão da boa ação, quando falamos em solidariedade, imaginamos um grupo agindo em favor dos menos favorecidos, porém dentro dessa realidade bem sucedida, vejo a omissão daqueles que não fazem “nada” porque já estão fazendo, ou porque esperam que “alguém faça alguma coisa”.
“Boa ação” é palavra antiga que impede o esconder-se atrás de quem faz, ou justificar que se está esperando alguém começar a fazer.
A solidariedade é plural, a boa ação é singular, a boa ação depende exclusivamente de mim, não tem como atribuir à tarefa.
Como ensinar a “boa ação”?
Não pode ser ensinada é como ensinar a ser “belo”, não pode ser ensinado vai além das palavras...
Diferente da Física, da Química a Boa Ação mora dentro do ser humano como uma semente aguardando ser regada para dar vida, não acontece por uma ordem, por uma palavra, mas pelo regar, não se manda nascer se rega e espera.
A boa ação é que nos diferencia dos animais, que nos faz humanos, é um sentimento que perturba nossa ordem, nos faz sentir o outro a dor do outro, nos faz doer e quando procuramos a origem dessa dor descobrimos que não está em nós, o que nos leva a “fazer alguma coisa”, é a forma de aliviar a dor da consciência.
Poderíamos citar várias histórias de solidariedade para ilustrar a necessidade de ação e envolvimento, porém o próprio texto nos mostra um exemplo lindíssimo de compromisso de vida e com a vida.
Texto: Marcos 2:1-12 “... E, alguns dias depois, entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que estava em casa.
2 E logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos lugares junto à porta eles cabiam; e anunciava-lhes a palavra.
3 E vieram ter com ele, conduzindo um paralítico, trazido por quatro.
4 E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico.
5 E Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados.
6 E estavam ali assentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seu coração, dizendo:
7 Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?
8 E Jesus, conhecendo logo em seu espírito que assim arrazoavam entre si, lhes disse: Por que arrazoais sobre estas coisas em vosso coração?
9 Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer-lhe: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda?
10 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico),
11 a ti te digo: Levanta-te, e toma o teu leito, e vai para tua casa.
12 E levantou-se e, tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos.
01 – Quantas desculpas daremos? - Verso 3 - 4
Pergunta difícil...
A gente perde amigos quando a usamos, quando nossa afirmativa tira o indiferente da toca.
Bom esse é o preço, serei omisso se não questionar, omisso com quem precisa, então lá vai:
Até quando daremos a desculpa de que não temos tempo?
Seria necessário perder toda essa nossa “ocupação” para dar lugar à boa ação?
Até quando alegaremos que não temos recurso para ajuda financeiramente as ações sociais e aqueles que as fazem?
Será necessário estar do outro lado da corda, padecer, sofrer e ouvir a “desculpa esfarrapada” de que não posso, não tenho, não consigo.
Você já comeu sopa de fubá por não ter outro alimento?
Você já usou roupa rasgada por não ter outra vestimenta?
Já pediu resto na feira livre pra servir de alimento?
Já vendeu verdura na rua pra ajudar em casa?
Eu já.
Se você não consegue ficar uma semana sem comprar roupas, acessórios, se não fica sem lavar o carro, sem perfume bom, sem carne na mesa, e não fica sem ir a um restaurante, pizzaria, lanchonete como consegue dormir tranqüilo sem ser solidário com aqueles que trabalham para as boas ações?
Quanto gastamos com remédios para emagrecer, prejudicando o próprio corpo, templo de Espírito Santo e não investimos no Reino para salvação das vidas.
Esta sexta feira passada fizemos um show em São José do Rio Preto na IEQ da Família em um evento chamado Ponto Alto, nosso objetivo foi levar música de qualidade para salvação de almas.
Aproximadamente 50 pessoas entregaram seus corações para Deus, alguns dependentes de drogas, lícitas ou não, pessoas sem referencia de vida, perdidas dentro de si.
Fizemos com o maior prazer, não tínhamos recurso para fazer, mas pessoas solidárias nos ajudaram e chegamos lá, cada um de nós colaborou financeiramente para o transporte e depois do evento a alimentação.
Alguns foram conosco como apoiadores do projeto, e o resultado, fizemos a diferença na vida de muitas pessoas.
Nosso desejo é fazer trabalhos como esse sempre, mas precisamos de recurso para ir e vir, comprar equipamentos, alimentação e pouso caso necessário.
Você pode fazer a diferença.
Aqueles 4 homens fizeram alguma coisa, inconformados com a paralisia daquele homem que jazia em um leito, ao saberem que havia esperança, imediatamente decidiram agir.
Não sabemos de onde vieram, mas pela disposição e fé deles, viriam de qualquer lugar para ajudar aquele homem, talvez um amigo.
Quatro homens carregando uma maca, não mediram esforços para ajudar.
Quatro homens que ao verem um obstáculo, não desistiram dizendo: “Tentamos...”.
Sabe como é, eu me dispus a fazer, a ajudar, mas aconteceram umas coisas e não vai mais dar pra continuar, vou ter que resolver essa situação...
Eles poderia ter ido embora, falado com o amigo:
“... Então... você está vendo? Agente fez a nossa parte, mas agora... não tem jeito!
A adversidade, o obstáculo era visível, palpável, razoável, não tinha como chegar até Jesus, ele estava dentro da casa, a casa estava cheia e o quintal também, uma multidão se espremia tentando ficar próxima da Jesus, não tinha como entrar.
Não tinha?
Aqueles 4 malucos, amarraram o amigo na maca, arrumaram escadas, subiram naquele telhado, arrancaram as telhas, as madeiras, desceram-no pendurado para ficar frente a frente com a Esperança.
Jesus vendo a fé daqueles homens atingiu a multidão perdoando seus pecados.
Quando todos estavam revoltados com sua declaração, questionou suas intenções e realizou a cura diante de todos.
Desfecho: Marcos 2: 12 “... E levantou-se e, tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos...”.
Esse é o problema: “... Nunca vimos tal coisa...”.
“... Você quer ver os milagres, então faça acontecer...”.
“... A distância entre você e o milagre é o esforço...”.
“... Pare de fazer só oração e comece a ação...”.
“... Você é que faz acontecer, então aconteça...”.
“... Três condições para você, para nós: - De um dos lados agarrado a alça da maca, em cima da maca sendo transportado ou sendo um obstáculo fazendo da ação um fardo pesado...”.
Não poderiam ter aberto passagem? Dado licença para a maca passar?
Ninguém viu aqueles homens chegando?
Ninguém viu os malucos fazendo todo aquele alvoroço?
Ninguém viu os quatro suspendendo uma maca pelo telhado?
Ninguém viu o telhado sendo arrancado e a poeira caindo?
Vejo uma indiferença imensa naquela passagem, como vejo hoje quando lutamos para realizar o abraço grátis na Expô, quando os voluntários que visitam pacientes terminais com câncer a cada dia diminuem mais e mais.
Vejo a mesma indiferença daquela passagem bíblica quando clamamos por ações que possam melhorar o próprio ambiente da comunidade, como um lugar melhor, equipamentos, cadeiras, etc.
Vejo a mesma indiferença, quando a crítica é feita como foi feita a Jesus que perdoou os pecados daquele homem, foi preciso curá-lo para que houvesse coerência em suas palavras...
Por que é preciso acontecer um sinal para acreditarmos nas palavras?
“... Nunca vimos tal coisa é expressão de quem não faz de quem impede; quem está na boa ação, na solidariedade vai de encontro ao milagre, e o maior milagre não a cura, mas o perdão, um homem curado pode não ser salvo mas um homem perdoado é...”.
Se a solidariedade e a boa ação são sementes já plantadas no homem que precisa germinar, se não são palavras, mas o regar que traz a ação; espero que este assunto tenha incomodado.
Espero que essa mensagem faça a semente que está em você germine, que seja um regar de vida em sua vida.
Meu desejo é que sintamos dor, a dor dos outros, que nos preocupemos com nosso semelhante a tal ponto de nos levar a agir.
Que sua vida fique incomodada com a indiferença, e te leve a agir, a ser um agente de milagres.
“... O maior milagre do texto não foi a cura, mas a ação de 4 pessoas que resolveram fazer alguma coisa pelo deficiente, que venceram seus limites, que ultrapassaram barreiras até alcançar a cura...”.
O que temos feito para que nossos amigos tenham um encontro frente e frente com Jesus?
Até que ponto nos sacrificamos para levar um deficiente espiritual até Jesus?
É hora de sairmos do campo da idéias e começar a agir para que muitos e muitos mais tenham um encontro com o perdão de Jesus.
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