segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Você acredita que Ele te ama?

Introdução Histórica:

            Diante das minhas experiências, daquilo que vivi como um cristão nominal, cuja vida era a igreja, cujo padrão de dedicação era incomparável a qualquer cristão da minha comunidade posso afirmar que Deus nunca esteve preocupado com tudo aquilo.
               
Posso garantir que sua preocupação era se encontrar comigo, eu literalmente passei minha infância toda na igreja, não é uma metáfora, meus avós eram zeladores da Igreja Metodista Central de São Paulo.
            Meus pais trabalhavam e me deixavam com meus avôs durante toda a semana, a tarefa deles era zelar, limpar e preparar a igreja para cada encontro é uma igreja rica, uma catedral suntuosa, digna de filmes.
            Lembro-me muito bem do meu avô usando uma máquina de lavar chão, tão grande que eu me assentava nela e brincava de pilotar enquanto meu avô lavava o chão.
            Lembro-me dos bancos com seus porta-bíblias e cálices para a santa ceia, eu brincava muito com meus carrinhos naqueles bancos, adorava escorregar naquele verniz e rastejar por debaixo dos apoios de oração para os joelhos.
            Lembro daquele assustador órgão de tubo, imenso com seu som assombroso, que me fazia viajar na imaginação.
            Lembro do cheiro das flores, minha avó era a arranjadora e decorava a igreja todos os fins de semana com milhares de flores, o púlpito sempre estava cheio de rosas, margaridas e flores do campo, lembro das jardineiras impermeabilizadas de madeira nobre com grades de apoio em seu interior onde as flores eram ornamentadas.
               
Lembro-me da adolescência e mocidade, onde passava meus dias no templo da Igreja Presbiteriana de Votuporanga, lembro de quando eu ficava lá por horas, mexendo no som, nos instrumentos, concertando cabos, cifrando músicas, aprendendo a tocar os instrumentos, ensaiando exaustivamente a voz com playbacks.
            Lembro que de tanto pedir para abrir a igreja, a liderança me deu uma cópia das chaves para que eu pudesse entrar sem precisar pedir, eu era o único membro da comunidade que não era um oficial, que possuía uma chave.
            Sentia orgulho da confiança que tinham em mim, lembro das vezes que os jovens saíam em passeios e os pais das jovens pediam para que eu cuidasse delas. Lembro dos bons amigos, lembro da época inocente em que cantávamos e tudo era motivo para risos.
            Lembro que inconscientemente fiz parte do sistema e estava longe, muito longe de Deus, lembro das cobranças interiores e das amarguras inexplicáveis, lembro dos maus pensamentos e das atitudes que tinha longe dos olhos da religião.
            Lembro que comecei a procurar por paz, por algo que preenchesse um vazio que não compreendia o que estava fazendo ali.
               
Lembro que quando senti a presença do Espírito Santo pela primeira vez e festivamente resolvi contar à igreja o que me aconteceu e fui marginalizado e convidado a me retirar da igreja.
            Lembro das vezes que fui para os bares beber, pois repentinamente toda minha dedicação à igreja foi ignorada e me tornei uma “persona non grata”, lembro dos pais proibindo que suas filhas sequer se aproximassem de mim e meus amigos todos me deixando só, lembro das mensagens de púlpito e escolas bíblicas direcionadas a mim e minha experiência.
               
Lembro de muito choro sozinho e de um vazio, mas hoje penso em tudo isso e vejo o que esse tempo religioso me fez, me fez um legalista, julguei ser digno e meus perseguidores indignos, me calcei do evangelho do avivamento, me revesti da armadura das revelações e tiranias dos líderes cheios de “poder de Deus” e nada do “amor de Deus”.
            O mesmo vazio contido esta dentro em mim, senti, ouvi, cheirei, toquei, vi e nada preencheu meu vazio, agora com trinta e oito anos eu era um Fariseu Completo, de berço mesmo, conhecia a bíblia melhor que meus pastores, eu vivi coisas que muitos não viveram estava acima da média para minha idade e uma frustração proporcional ao meu currículo.
               
Descobri a três anos que não passava de um religioso cheio de religião e vazio da graça de Deus. Incrível como os nossos sentidos são ludibriados, vemos o poder acontecer, e nossas mãos, vemos os milagres, vemos a revelação, a profecia, os sinais, somos usados e nossa alma continua vazia, falta o novo nascimento.
            O maior perigo da religião é que quanto maior for o cargo, a responsabilidade o poder, maior a chance de nos ensoberbecermos e irmos para bem longe da Graça.
               
O escritor Brennam Manning cita em uma palestra:

“... Muitos de nós esperamos o dia do julgamento para que Jesus nos pergunte sobre nossa obra na terra pelo Evangelho e tenho a absoluta convicção que suas perguntas abalarão muitos:
               
 - Você creu que Eu lhe amava?
             - Que eu lhe desejei?
             - Que eu te esperei dia após dia?
             - Que eu ansiava por ouvir o som da sua voz?
                 
            Os verdadeiros Cristãos responderão:
             - Sim Senhor eu cri no seu amor, e procurei moldar a minha vida como resposta a esse amor, mas confesso que não consegui.

            Mas muitos, que são tão fiéis aos seus “ministérios”, aos costumes, ao freqüentar a igreja, terão que responder:
            - Francamente “Não Senhor”, na verdade nunca cri, eu ouvi maravilhosos sermões e ensinamentos profundos sobre seu amor, até preguei e dei aulas sobre isso, mas pensava ser apenas uma expressão, uma “mentirinha saudável”.
               
            Essa é a diferença entre “cristãos nominais” que povoam as igrejas, nenhum cristão pode medir a profundidade e a intensidade do amor de Deus.
            Mas ao mesmo tempo como cristão ninguém pode medir como o poder com que o pessimismo, a melancolia, a baixa estima, o ódio próprio, o desespero e a soberba religiosa podem bloquear o amor de Deus.
            O Deus da palavra, o Deus que se revela através de Jesus é o que vai até você e diz:
            - Eu tenho uma palavra para você.
- Eu conheço toda a sua história de vida.
- Todos os esqueletos no seu armário.
- Todos os momentos de pecado, desonestidade, vergonha e amores degradantes que escurecem seu passado.
- Eu seu que agora mesmo você está com uma fé superficial, segundas intenções, orações frívolas, vida cristã inconsistente e minha palavra para você é:
- “Desafio você a confiar em mim do jeito que você é e não do jeito que você deveria ser, porque você nunca será como deveria ser...”.

  Texto: Lucas 7:1-10 “... Havendo concluído suas instruções aos discípulos e ao povo, Jesus entrou em Cafarnaum.
 2 – E o servo de um centurião, a quem este muito estimava, estava doente e à beira da morte.
  3 – O centurião havia ouvido falar de Jesus e, por isso, lhe enviou alguns líderes religiosos dos judeus, pedindo que fosse curar a seu servo.
  4 – Então, aproximando-se Jesus, apelaram-lhe com muitas súplicas: ‘Este é um homem que merece que lhe concedas esse favor,
  5 – pois trata nosso povo com elevada consideração, e ele mesmo construiu nossa sinagoga’.
6 – Então Jesus seguiu com eles, Mas, ao chegarem nas proximidades da residência, o centurião enviou-lhe alguns amigos para lhe entregarem a seguinte notícia: ‘ Senhor não te incomodes, porque sei que não sou digno de receber-te sob o teto da minha casa.
7 – Por isso, nem mesmo me considerei merecedor de ir ao teu encontro. Mas ordena, com uma só palavra, e o meu servo será curado.
8 – Pois eu também sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados sob o meu comando. Mando a um: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz’.
9 – Ao ouvir esta declaração, Jesus muito se admirou dele e, voltando-se para a multidão que o acompanhava, exclamou: ‘Asseguro-vos que nem mesmo em Israel encontrei uma fé como esta’.
10 – E aconteceu que os homens que haviam sido enviados, retornaram para a casa do centurião, e ao chegarem lá, encontraram o servo dele totalmente curado...”.                                                                                     Tradução Rei James

01 – O homem que encontrou a fé.

            Ele era um centurião romano, um centurião possui um grupamento igual ou superior a 100 soldados, é um líder, bem posicionado com poderes sobre a vida e a morte, honrarias, dinheiro e autoridade.
            Os romanos eram mitológicos e politeístas, criam em muitos deuses, cultuavam nos lares e com a consolidação do estado os deuses passaram a ser cultuados publicamente, dirigidos por sacerdotes, com a conquista da Grécia, a mitologia grega se misturou à romana.
            Esse centurião em particular não estava satisfeito com sua variedade de deuses e seres mitológicos, começou então a simpatizar-se com o judaísmo tornou-se um apoiador dos ritos judaicos sendo ele mesmo o financiador da construção da mesquita de Cafarnaum, muito provavelmente freqüentava e praticava o judaísmo, mas algo aconteceu.
            O homem poderoso de Roma, amado pelos judeus, amoroso e solidário com um vazio ainda sem preenchimento ouviu falar de Jesus.
            Nesse dia ele creu, creu de todo o seu coração, entendeu de tal forma o sentido da salvação que mesmo sendo poderoso não ousou seguir a Jesus.
            Num dia de desespero onde seu escravo amado estava à morte, desenganado pelos médicos, resolveu pedir pela ajuda de Jesus.
            Enviou alguns dos líderes religiosos de peso para intercederem por ele, na questão do seu escravo, logo os líderes religiosos falaram dos atributos daquele centurião e Jesus aceitou o pedido.
           
02 – A Graça.

            Esse homem poderoso entendeu seu lugar no Cosmos, sua cosmo-visão foi totalmente transformada, sem igreja, sem pastor, sem pregação, sem música, apenas por ouvir falar do que Jesus falava e fazia.
            Esse Centurião poderoso e respeitado sabia que sua posição que sua estima de nada valia diante da Graça de Jesus.
            Ele sequer recebeu o Salvador em casa, ao contrário de outros lugares onde Jesus esteve, justamente para levar a fé que salva, nessa casa em particular ele não entrou.
            Jesus sabia que naquele homem estava depositada a maior fé que existia em Israel, é interessante que no meio dos religiosos, não havia tamanha fé encontrada em um homem que cria em muitos outros deuses.
               
 “... Quando somos atropelados pela maravilhosa graça de Deus, não existe espaço para a religiosidade, para o Eu, para o poder e influência, descobrimos que não somos nada, e que nunca seremos, e só a graça poderá nos salvar de nós mesmos...”.
           
“... Talvez você esteja ai sentado, tentando entender, que esperança pode existir para um ser sem esperança alguma, essa é a maravilhosa graça, o amor incompreensível de Deus entregue a nós sem merecimento algum...”.

“... O centurião entendeu a profundidade da pessoa de Jesus, e o proibiu de entrar em sua casa, não por ser orgulhoso, mas por ser um pecador miserável, indigno e maltrapilho, nem por isso Jesus virou as costas, sua cura aconteceu, e aquele centurião fui salvo...”.

“... Tenho a absoluta certeza de que aquele centurião está no céu com seu Jesus e que muitos líderes religiosos estão e estarão em outro lugar...”.

02 – Tamanha fé.

Aquele centurião nem ousou ir ao encontro de Jesus, ele teve uma revelação de seu estado interior, não sabia como explicar, mas sabia que aquele homem que vinha até sua casa era Puro e Santo demais.
Esse homem entendeu sua miséria como ser humano, e sabia que jamais iria conseguir ser digno de receber a Jesus debaixo de seu teto.
Ele entendeu sua condição humana de forma tão profunda, tão intensa, que ele não se considerou digno de ir ao encontro de Jesus de olhar em seus olhos de lhe dirigir a palavra.
Quantos de nós somos arrogantes, cheios de “achismos”, cujo padrão podre de santidade fingida é usado para falar sobre a justiça e verdade de Deus em nossas vidas?
Quantos de nós teríamos a coragem de assumir publicamente que somos uma porcaria e pararíamos de culpar os outros pelos nossos pecados?
Quando iremos assumir nossa falsa fé?
Quando declararemos o que aquele centurião idólatra declarou: - Não sou digno de receber a Jesus, mas preciso desesperadamente de sua graça?
Quando deixaremos de ser cristãos nominais e assumiremos nossa condição de pecadores carentes de Jesus.
O que faremos diante dessas verdades, assentaremos em nossa confortável poltrona de acusação, ou iremos aos pés do Salvador receber a graça?

Desfecho: Hebreus 4:15-16 “... Pois não temos um sumo sacerdote que não seja capaz de compadecer-se das nossas fraquezas, mas temos o Sacerdote supremo que, à nossa semelhança, foi tentado de todas as formas, porém sem pecado algum.
16 – Portanto, acheguemo-nos com toda a confiança ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e encontremos o poder (a graça) que nos socorre no momento da necessidade...”.                                                   Tradução Rei James

 - Você consegue crer que Ele te ama?
            - Que te deseja?
            - Que te espera dia após dia?
            - Que anseia por ouvir o som da sua voz?

            Eu tenho uma palavra para você:
Ele conhece toda a sua história de vida.
Todos os esqueletos no seu armário.
Todos os momentos de pecado, desonestidade, vergonha e amores degradantes que escurecem seu passado e presente.
Ele sabe que agora mesmo você está com uma fé superficial, segundas intenções, orações vazias, vida cristã inconsistente, aparente e oca.

“... Jesus é o nosso Sumo Sacerdote que passou por tudo o que passamos e não pecou, Ele entende o nosso sofrimento, nossas fraquezas, e se compadece, ele sente nossa dor e nos ama, independente de nossas falhas...”.

            “... Podemos nos achegar com confiança ao Trono da Graça, para receber a misericórdia e encontra a graça que pode nos socorrer, pois agora é o momento de necessidade, portanto o momento da graça...”.

“... A graça não é para religiosos, não existe graça par títulos ou para beatos praticantes, só para perdidos, desesperados, frustrados, desiludidos, desviados, indignos, viciados, bêbados, prostitutas dos pontilhões ou de luxo, vazios, tristes, injustiçados, miseráveis maltrapilhos incapazes de receber Jesus em casa ou sequer ir ao seu encontro; são esses que povoarão o céu...”.

 “... Desafio você a confiar em Jesus do jeito que você é e não do jeito que você deveria ser, porque você nunca será como deveria ser e nem por isso deixará de alcançar a graça...”.

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