Texto: Lucas 23:39-43 “... Um dos criminosos que ali estavam crucificados esbravejava
insultos contra ele: ‘Não és tu o Messias? Salva-te a ti mesmo e a nós também’.
40 – Mas o outro criminoso o repreendeu, afirmando: ‘Nem ao menos
teme a Deus, estando sob a mesma sentença?
41 – Nós, na verdade, estamos sendo executados com justiça, pois
que recebemos a pena que nossos atos merecem. Porém, este homem não cometeu mal
algum!’
42 – Então, dirigindo-se a Jesus, rogou-lhe: ‘Jesus! Lembra-te de
mim quando entrardes no teu Reino’.
43 – E Jesus lhe assegurou: ‘Com toda a certeza te garanto: Hoje
mesmo estarás comigo no paraíso!...”.
01 – Não és tu o Messias?
Curioso como somos em relação a Deus.
Nunca damos bola para toda a sua espalhafatosa forma de
chamar nossa atenção, nem ligamos quando ele declara o seu amor eterno, somo
indiferentes quanto ao convite de segui-lo.
A cada encontro de fim de semana ouvimos os louvores,
cantamos as músicas, escutamos a mensagem mais como “corujas” do que papagaios,
os papagaios pelo menos repetem aquilo que ouvem, as corujas só ouvem...
A bíblia nos compara a
espectadores de um show romântico:
“... Deveras, tu és para eles
como quem canta canções de amor, que tem voz suave, e que toca bem, pois ouvem
as suas palavras, mas não as põem em prática...”.
Ezequiel 33:32
Isso
me faz pensar e questionar o que estamos fazendo aqui?
É
obvio que estamos mais para o bandido esperto, quando as coisas começam a dar
errado, logo corremos para Deus.
Colocamos
a culpa em tudo, principalmente no Pastor.
Sabe
qual é a maior causa de pessoas que saem da igreja?
Pois
é, é o pastor, ele é o culpado, eu explico, qualquer problema com outras
pessoas facilmente se resolvem, o pastor logo aparece para trazer a paz à
situação e conseqüentemente a dificuldade é resolvida e as pessoas não saem da
igreja.
Porém
quando o problema é com ele, não tem ninguém para pacificar, pelo contrário,
aparecem aqueles que ainda ateiam gasolina à pequena chama e ai...
A
questão hoje não é o pastor causador de confusão, é o bandido esperto que
estava morrendo ao lado de Jesus, ele estava preocupado com a própria vida e
tentou mexer com as emoções de Jesus, na realidade ele queria mesmo era se
livrar daquela super-encrenca.
O
criminoso esperto ao ver a situação em que estava e que nunca tinha visto tanta
gente assim reunida para ver um homem morrer, gente chorando desesperados por
que seu mestre estava morrendo, gente gritando injustiça. Ele ouviu sobre
Jesus, talvez nas ruas, talvez até o tenha visto pregar, provavelmente se
aproveitou da multidão que Jesus atraía para tirar proveito de algum descuidado
no empurra, empurra.
A
verdade é que ele estava tão entretido com tudo que envolvia o belo artista que
se apresentava falando de romantismo da salvação e poesias do bem ao próximo
que não atentou para o que realmente “o show” queria transmitir.
Mas
quando o calo aperta... Logo corremos afrouxar os sapatos, e é o que aquele
homem queria:
“...
Se você é mesmo o Messias, salva-te a ti mesmo e a nós. Principalmente a nós, ou
melhor, ainda, me salvando já tá bom...”.
Outra
questão é o desafio real à divindade:
Tá
vendo tudo isso?
Por
um acaso se importa comigo?
Tá
vendo que eu existo?
Consegue
enxergar meu sofrimento ou tá muito ocupado ajudando outros mais importantes?
Você
existe mesmo?
Pois
não parece!
Se
existe porque não faz nada?
Essa
é a realidade dos fatos, assistimos “ao show”, batemos palmas, cantamos,
choramos emocionados, mas não entendemos absolutamente nada!
Não
praticamos, dizemos que perdoamos, mas desejamos ardentemente a vingança, não
admitimos nossa parte no erro, no fundo, bem disfarçado queremos sangue,
continuamos com nossos esqueletos no armário.
Não olhamos
para nossa condição, o que fizemos, o que causamos, somos os donos da verdade e
da justiça, e nessa hora acreditamos em Deus e invocamos seus raios e trovões
“sobre os outros”.
É
muito mais fácil atribuir à culpa de nossos erros, frustrações, decepções ao
aos outros, olhar na alma não é nem um pouco legal, é melhor assistir ao
show...
Quanto
tempo você vai ficar carregando esse ódio?
Já
que espera a desgraça daquele que te feriu, porque não vai e faz de uma vez?
Já
que a palavra perdão só serve para recebermos e não para pedirmos, porque não
condena logo de uma vez e termina o jogo com a sua vitória?
O que
está te impedindo de agir?
Quanto
tempo você vai carregar esse orgulho dentro do peito?
“... Orgulho
é sinal de ausência de sabedoria e falsa imagem pessoal, é sinal de máscara de
perfeição e beleza escondendo uma face queimada e um espírito odioso...”.
02 – Nem ao menos teme a Deus?
A outra face pergunta.
Até no limite da cruz um bandido vai nos questionar quem
somos.
“... Hoje não estou legislando em causa própria, tento de
todas as formas me enquadrar no molde do ladrão da direita, que pede a Jesus
que se lembre dele, mas acho que me encaixo mais com o da esquerda...”.
Nem ao menos teme a Deus?
Que pergunta é essa!
Vai ao fundo da alma e mostra a verdade.
Se fosse uma encenação teatral o criminoso da direita
daria um grande empurrão no da esquerda, arrancaria a máscara e o arrastaria
até o espelho gritando:
- Se
enxerga! Seu hipócrita! Você e eu merecemos, Ele não!
- Se Ele pudesse fazer isso, acha mesmo que você seria
livre?
- Você e eu estamos aqui porque merecemos, Ele não!
Esse é o ponto, estamos assim porque merecemos, não é
culpa de ninguém, é sua, é minha, ou vai me dizer que se pudesse voltar atrás
no tempo não concertaria nada?
“... O mais incrível disso tudo é que se o criminoso
condenado pudesse ter voltado atrás, seria para não ser pego no crime e tê-lo
tornado um crime perfeito.
O mais odioso que tentamos esconder é que bem no fundo,
lá no escondidinho da alma, onde ninguém pode ver, se pudéssemos voltar no
tempo, usaríamos essa viagem para levar vantagem...”.
Ou alguém aqui verdadeiramente gostaria de voltar no
tempo para ter tido um encontro com Jesus antes?
Claro que não! Sejamos honestos pelo
menos com nossos pensamentos.
Nem
ao menos teme a Deus?
Uma escolha;
dois lados:
Levar
vantagem, ter a vingança nas mãos, não reconhecer que errou, jamais pedir
perdão, achar-se vítima, encobrir a verdade ou:
Assumir
o prejuízo, trocar a vingança por amor incondicional, assumir que os próprios erros
são bem maiores que parecem, pedir perdão de coração aberto, ver-se o algoz e
trazer a própria verdade a tona.
Os
dois lados nos levarão para a cruz, os dois lados causarão nossa morte, mas
apenas um nos levará para o Paraíso.
Desfecho: Lucas 23: 42-43 – Então, dirigindo-se a
Jesus, rogou-lhe: ‘Jesus! Lembra-te de mim quando entrardes no teu Reino’.
43 – E Jesus lhe assegurou: ‘Com toda a certeza te garanto: Hoje
mesmo estarás comigo no paraíso!...”.
Lembra-te de
mim!
Não é esse um
questionamento sem esperança?
Aquele
condenado fez uma declaração perdida, ele afirmou seu erro, tinha a certeza que
chegara sua hora, que chegara a hora de pagar por seus crimes e disse a Jesus:
“... Quando
você for para o teu reino, se puder, se não for muito difícil, lembra-te de
mim...”.
O que aquele
homem esperava? Ele tinha idéia que não iria para onde Jesus iria, sabia que
não merecia, sabia que seria impossível, ele não fez nada durante sua vida para
atrair os olhos de Deus.
Ele não era um
religioso praticante era um criminoso, ele fez tudo de errado e o resultado foi
prisão e morte.
Ele nem sabia
como funcionava o céu, sabia que não iria para lá, o que ele pediu foi para ser
guardado na memória como alguém bom e não um criminoso desprezível, ele
defendeu a Jesus e só pediu para ser lembrado por Jesus, mais nada.
“... Isso é
graça, não ter esperança de salvação e ser salvo...”.
Que surpresa!
Ouvir de Jesus
que ele também estaria lá!
Uma esperança
na última hora, imagino sua pressa em morrer logo, um homem que só escolheu o
errado, e recebe um convite para ir para o céu.
Não adianta, no
céu veremos criminosos, prostitutas, viciados, e toda sorte de pessoas sórdidas
que foram alcançadas na última hora, pessoas que viveram quase toda a vida
escolhendo o errado, pessoas para as quais Jesus veio.
“Nós pensamos que o céu vai estar cheio de pregadores da
palavra, de missionários, de músicos cristãos, de pessoas que não tem tatuagem,
que não possuem vícios, que “vivera aqui na terra para Deus”. Será?”
Meu desafio vai
além dos teus limites, o desafio a reconhecer que é o criminoso da esquerda,
que ainda tenta levar vantagem sobre Deus.
Como o infiel
que diz que tem o coração para a obra, mas não tem renda suficiente para ajudar
e que se tivesse seria um grande provedor – Um Mentiroso, quem não consegue ser
fiel no pouco, menos ainda será no muito, a verdade é que a avareza é o
verdadeiro Deus, cultuado e adorado, o ventre é o depósito de adoração, e a
desculpa é a argumentação mais convincente. Mas só convence a si mesmo, mais
ninguém.
Como aquele que
adora dar sermão nos outros, apontar os erros alheios - Cria fumaça para
esconder os próprios erros que são piores ainda.
Como o viciado
que insiste que tem o controle sobre si mesmo, que pode ir aos bares, festas,
conviver com viciados, beber só um pouquinho, divertir só um pouquinho, usar só
um pouquinho. Não assumiu, nem com todo os tombos que levou, que está levando
mais um, mentindo para si mesmo.
Desejamos mesmo
ir para o Paraíso de Deus?
Teremos que
primeiramente nos comparar ao criminoso esperto.
Teremos que assumir nossos erros.
Teremos que
abrir o coração para perdoar de verdade.
Teremos que
assumir que também precisamos pedir perdão e fazê-lo.
Teremos que
reconhecer que somos avarentos e abrir mão desse deus.
Teremos que
olhar no espelho da alma e ver o rosto queimado e a alma corrupta.
Teremos que
acima de tudo, como condenados não há mais nada que possamos fazer para mudar
esse quadro de condenação, e que precisamos urgentemente de Jesus em nós.
“Lembra-te de mim”, precisa ser a nossa oração, não lembrar-se
dos nossos problemas ou aflições, apenas lembrar-se de nós, como somos,
pecadores maus e merecedores do castigo.
“Lembra-te de mim”, pois sou pecador, condenado e perdido;
ninguém é culpado disso, só eu, eu mesmo. Lembra-te de mim.
E Jesus irá responder com um grande e salvador sorriso em meio às
dores dos nossos pecados: “Hoje mesmo meu filho, hoje mesmo”.
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