Por volta de 1955 havia um médico chamado Dr. Marcus Esculápio, nascido na Inglaterra descendente de gregos Dr. Marcus ficou muito famoso por seus feitos, foi considerado um bruxo pela igreja devido a métodos estranhos e exames nada ortodoxos, ele conseguia detectar enfermidades e problemas de saúde das formas mais inusitadas para a época.
Como muitos de seus métodos mesmo explicáveis não eram compreendidos nem pela classe médica, muitos de seus colegas o engoliam pela alta posição de sua família.
Dr. Marcus não foi queimado na fogueira das bruxas graças ao seu nome, já que seu pai serviu a monarquia com extrema honra custando-lhe a vida para salvar a realeza, sua mãe recebeu a mais alta condecoração militar no funeral do herói que em 1952 após a coroação da Rainha Elizabeth II, avistou um assassino indo ao encontro da rainha, ele atirou-se em frente da arma que o matou em seu lugar.
Dr. Marcus tinha entrada privilegiada na realeza que o considerava um mago da saúde, alguns achavam que Esculápio o deus da medicina o usava através de seus métodos estranhos.
Mas Dr. Marcus não era um burguês, era um homem a serviço da saúde, buscava a enfermidade onde pudesse achar para bani-la, dentro de si ele olhava as doenças como inimigos do ser humano, travava a cada dia suas batalhas contra esses demônios que abatiam, mutilavam e matavam vidas humanas.
Dr. Marcus não se vendia à realeza ou ao sistema médico, ele tinha compromisso com o ser humano, em qualquer classe social, tinha passe livre na realeza, mas não usava disso para ter uma vida social.
Dr. Marcus andava com o povo, nas áreas onde a falta de infra-estrutura colaborava para suas descobertas científicas, andava no meio das pragas, parecia não temer ser contaminado, parecia mesmo agraciado pelos deuses.
Ele usava ajudantes do povo para atrair os enfermos para serem atendidos e curá-los, tinha um vigor descomunal e amor pelo ser humano, ele não era frio com o paciente, ia além da medicina, agia como se fosse um conselheiro, um amigo de verdade.
As crianças ao vê-lo corriam ao seu encontro, o abraçavam, o beijavam, muitas delas gratas por serem curadas ou por terem seus pais curados.
No meio dos pobres e miseráveis ele era um rei, um deus, o povo o amava, a igreja o odiava, a realeza se divertia com tudo isso, o protegia para afrontar a igreja inerte, inchada e vaidosa.
Em um belo dia de sol, Dr. Marcus foi convidado para uma festa, não sabia que era em sua homenagem, mas não podia recusar o convite feito por Levi seu assistente.
Levi foi um desses casos perdidos, sua família era de classe média, ele servia a realeza na captação dos dinheiros dos impostos.
Devido à exposição direta com o povo, Levi contraiu tuberculose e foi desenganado pelos médicos, milagrosamente depois de um tratamento fora dos padrões comuns, Dr. Marcus o curou.
Levi depois de curado decidiu que doaria o restante de sua vida a salvar pessoas assim como o Dr. Marcus, o ajudando, conhecendo seus métodos e auxiliando o médico.
A festa era em homenagem ao doutor que salvara sua vida da morte, na festa tinha todo o tipo de gente, políticos, mafiosos e muitos doentes em tratamento que se tornaram amigos de Levi.
Durante a festa Levi fez uma homenagem ao doutor e citou a passagem bíblica de Marcos 2:13-17, disse se sentir como o Levi da bíblia, um homem perdido que foi salvo por Jesus e aceitou o chamado de deixar tudo e segui-lo.
Enquanto a festa acontecia, lá fora do outro lado da rua pessoas do clero estavam a observar, fazer sinais de reprovação e descontentamento, conforme as pessoas chegavam para a festa o clero ali presente mostrava repulsa ao ponto de chamar Levi para uma conversa pouco amistosa.
Levi atendeu os religiosos e voltou para dentro, Dr. Marcus grande observador o chamou, Levi abaixou-se e contou que os religiosos acharam um absurdo um médico famoso e respeitado na nação, estar à mesa com esse tipo de gente, que exercer a profissão até que era aceitável, mas festejar com eles estava indo longe demais.
Dr. Marcus levantou-se foi até o portão baixo da casa e dali mesmo respondeu:
- “... Hoje meu ajudante e amigo me comparou com o Mestre Jesus e como Ele responderei às vossas indagações, não são os sãos que precisam de médico, mas os enfermos, eu não vim para chamar justos, mas pecadores...”
(Autor: Flavio Morilha – Paráfrase de Marcos 2:13-17)
Texto: Marcos 2:13-17“... Uma vez mais, saiu Jesus e foi caminhar na praia, e toda a multidão vinha ao seu encontro, e ele os ensinava
14 – Enquanto andava, viu a Levi, filho de Alfeu, sentado à mesa da coletoria, e o chamou: “Segue-me!” Ao que ele se levantou e o seguiu.
15 – Aconteceu que, em casa de Levi, publicanos e pessoas de má fama, que eram numerosas e seguiam Jesus, estavam à mesa com Ele e seus discípulos.
16 – Quando os mestres da lei que eram fariseus os viram comendo com os publicanos e outras pessoas mal afamadas, perguntaram aos discípulos de Jesus: - “Por que Ele se alimenta na companhia de publicanos e pecadores?”
17 – Ao ouvir tal juízo, Jesus lhes ponderou: “Não são os que têm saúde que necessitam de médico, mas, sim, os enfermos. Eu não vim para convocar justos, mas sim pecadores...” Bíblia do Rei James
Fico a me perguntar por que Jesus me chamou para fazer o que estou a fazer, como escrever este sermão, criar ilustrações e desenvolver projetos dos quais não me julgo capacitado, ou mesmo pronto.
Você já se perguntou o que está fazendo aqui?
Já se questionou como Deus pode te chamar para perto de Si?
Não é totalmente sem nexo chamar pessoas como eu e você para realizar sua obra?
Quando a gente olha para Deus, normalmente imaginados que por tantas coisas erradas que fizemos e fazemos, deveríamos ser castigados e não abraçados.
É uma sensação tão esmagadora que a cada abraço apaixonado do Abba (Deus Pai) sentimos como se o estivéssemos enganando.
Na mente o questionamento:
Mas Ele não sabe quem sou eu?
Se soubesse não me abraçaria assim, iria me castigar, pois, é o que mereço!
Parece até um bordão que uso, mas Ele é doido mesmo!
Ou um bordão de bom amigo, não faz o menor sentido!
Recordo-me de que a primeira vez que li este texto em minha adolescência, achei meio estranho Jesus chamar alguém que lesava o próprio povo, como ainda não tinha idéia de seu amor, justificava seus atos pelo ditado popular:
Deus escreve certo por linhas tortas...
Deduzia que Jesus por conhecer o interior de Levi, sabia que aquele homem era bom e que pelas circunstâncias, ele estava apenas mal encaminhado na vida, que Jesus com a revelação sobre o interior do homem, sabia quem era Levi por dentro.
Mas hoje depois de meu despertar, de encontrar Deus, seu puro amor, sua pura graça, que nenhum homem é bom, muito menos eu, comecei a compreender.
É loucura mesmo, é pura graça, puro amor.
Bom gente! No meio desse caos causado pelo Rei dos Reis, uma festa insana seria bem apropriada.
Levi estava comemorando seu desemprego, não teria mais a prosperidade, sua vida e de seus familiares iria sofrer um golpe financeiro.
Ele estava comemorando o que afinal?
Qual foi seu brinde?
- “... Queridos convidados quero levantar esta taça para uma grande mudança que fiz em minha vida, a partir de agora, me demiti do cargo e vou seguir Este homem aqui presente, Ele me chamou para segui-lo, não o conheço a não ser os boatos do que Ele faz e que sua filosofia é estranhamente nova e atraente para mim.
Não resisti ao seu convite de segui-lo e aconselho que vocês façam o mesmo...”
Espere ai! Só eu estou maluco aqui?
Isso é tudo normal para você?
Você deixaria o cargo de fiscal do imposto de renda para seguir a um homem que não conhece, só pelas palavras que diz e os boatos que ouve?
E o pior ele ainda declarar que segui-lo é não ter lugar nem para dormir?
Talvez você me responda que se fosse Jesus sim.
E eu pergunto, nós o seguiríamos assim mesmo?
Levi não sabia que Jesus era o filho de Deus.
Durante sua convivência ele só o reconheceu depois de sua morte, somente Pedro declarou sua divindade em vida, os outros não tiveram a mesma revelação do Espírito Santo, eles o seguiram sem saber quem realmente era.
Sabiam que não era um homem comum, mas não sabiam que era Deus.
Para um Judeu comer é um ato sagrado, não se come com qualquer um, somente com pessoas realmente importante, alimentar-se com alguém é declarar que existe intimidade e prazer.
Os mestre da Lei, e toda a nação consideravam que a alimentação deveria ter reverência, respeito para com Deus, sempre diante do alimento deve se dar graça e adoração a Deus.
O que então Jesus estava fazendo ali? Era a pergunta deles.
Como poderia dar graças pelo alimento oriundo de corrupção.
Como poderiam adorar a Deus sendo homens corruptos, mal afamados, ladrões de colarinho branco, homens do mensalão?
Como assim Jesus se dizendo Filho de Abba, dando graças à mesa com essa gente?
Diga-me com quem andas...
- Esse Jesus só pode ser farinha do mesmo saco!
- Que desrespeito à essa hora sagrada! Isso é heresia! Que sacrilégio!
Texto : “...17 – Ao ouvir tal juízo, Jesus lhes ponderou: “Não são os que têm saúde que necessitam de médico, mas, sim, os enfermos. “Eu não vim para convocar justos, mas sim pecadores...”
Minha vida toda esperei ser um líder religioso, desde minha adolescência, sonhava com o púlpito, com a pregação e a vida de um sacerdote.
Devido ao meu temperamento espalhafatoso e barulhento, por muito tempo fui julgado como incapaz de exercer tal função.
Sempre que cometia erros, tudo vinha à tona, como uma bomba, era apontado como pecador subversivo. Uma vez em minha mocidade, os pais dos jovens os proibiram de terem relacionamento comigo, tinha uma namorada que terminou nosso relacionamento naquela época por pressão da igreja.
Eu era terrível, imagino que ainda seja...
Onde tinha um barulho, uma confusão de idéias, ali estava eu, era comum eu ouvir: - Só pode ser o Flavinho mesmo.
Durante minha carreira cristã, todos adoravam ouvir minhas canções, fiquei acorrentado ao sonho sem poder tocá-lo, todos me queriam nas canções, mas ninguém nas pregações, afinal isso é coisa séria e você não está pronto para isso e Deus não me revelou nada, diziam meus líderes.
Para serem gentis falavam: Flavinho você tem o chamado, mas ainda não é a hora...
Às vezes ouço isso hoje, mesmo sendo já um sacerdote.
Meu despertar não me fez digno do que Deus me chamou para fazer, me fez ver que nunca serei digno, por que nada, absolutamente nada, do que fizer irá trazer dignidade ao meu chamado.
Quando olhei para mim assim, tive muitos ataques, ainda os tenho na alma, principalmente quando olho para este texto e me vejo nesse Levi, ou qualquer um dos convidados da festa.
Ou quando cometo erros que transcendem a compreensão humana.
Declaro ao Salvador: - Não faz o menor sentido Jesus.
Querido (a)
Nunca fará sentido!
Uma resposta, uma ponderação aos inquisidores de Jesus não trouxe paz, a paz não é para quem inquire, mas para quem está sentado à mesa com o Dr. Jesus Esculápio, o Deus da medicina.
Quem inquire, não precisa ser aceito, não precisa do Médico, enxerga-se são, acima do erro de um pecador como eu por exemplo.
Quem inquire está do lado de fora da festa, não foi convidado.
Quem está doente, quem se condena quem se vê detestável, é convidado de honra à mesa com Jesus o Médico e Louco!
Quem inquire é justo por si só e um “são” não precisa de Médico, acha-se bom e como passar do tempo, vai julgar até Jesus por deixar “um cara desse” fazendo o que faz.
Quem está doente, procura um médico, é uma reação natural de sobrevivência, quem consegue ver claramente seus pecados, não os encobre, não mascara, assume e recebe o convite para a festa. E não adianta fingir-se um pecador, a festa com pecadores irá incomodar quem é justo por dentro.
Hoje entendo que se fui chamado para o sacerdócio, não fui chamado pelo meu saber, fazer ou ser. Não sei, não faço, mas sei quem sou:
- Um pecador que precisa desesperadamente de Jesus.
E você de que lado vai ficar, dos justos ou dos pecadores?
Você é um inquisidor ou um pecador? De que lado da festa está?
Do outro lado da rua com o Clero ou na festa com o Dr. Jesus?
Não é uma decisão é um despertar, vem de dentro e não das palavras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário